Polícia cria serviço que atende mulher vítima de violência

 

Batizado de “Chame a Frida”, serviço da Polícia Civil implantado na Delegacia Regional de Bom Despacho/MG funciona 24 horas pelo Whatsapp. Sua função é acolher, orientar e socorrer mulheres em situações de violência doméstica e familiar.

A Polícia na palma da mão 24 horas por dia. Assim definiu o delegado regional Thales Queiroz o novo serviço oferecido pela Polícia Civil (PC), o “Chame a Frida”, que foi apresentado para a imprensa e autoridades locais em evento realizado pela PC dia 14/3 no auditório da Acibom, em Bom Despacho/MG. O Portal iBOM esteve presente no lançamento do serviço.

Na apresentação, a Polícia Civil ressaltou que o objetivo do novo serviço é impedir que as mulheres sofram crimes por conta de gênero e violência doméstica. De acordo com dados apresentados pela corporação, Minas Gerais é o estado com maior número de crimes de gênero no país. O problema atinge especialmente moradoras de pequenas localidades do interior e da zona rural, longe das delegacias. “Essas mulheres têm dificuldade de procurar uma delegacia de Polícia em caso de violência doméstica e de gênero”, afirma Thales.

Inspiração do nome

O “Chame a Frida” teve seu nome inspirado em Frida Kahlo, mexicana que nasceu e viveu na primeira metade dos anos 1900 e tornou-se um dos símbolos mundiais do feminismo. A ideia foi criar um serviço pelo Whatsapp, que está presente na maioria dos telefones e pode ser acessado de maneira rápida e sem custo. “É um canal de denúncia fácil, célere e discreto, permitindo que as vítimas se sintam mais seguras para buscar ajuda”, afirmou o delegado-geral Flávio Tadeu Destro, chefe do 7º Departamento da PC em Divinópolis, na apresentação regional do “Chame a Frida”.

Entenda como funciona

O funcionamento do serviço é simples. A mulher inicia uma conversa pelo Whastapp com uma atendente virtual chamada Frida. No primeiro momento esse atendimento é feito por robô, que faz perguntas para a mulher responder através de toques no teclado. O iBOM apurou que a atendente virtual pode fazer uma avaliação preliminar do risco, direcionar ou acionar a polícia, além de apresentar serviços disponíveis para a proteção feminina.

Clique AQUI para abrir o Whatsapp “Chame a Frida”

Lideranças e imprensa participaram da apresentação do serviço (Foto: iBOM)

Nesse atendimento pelo whatsapp a mulher pode obter informações sobre medidas a tomar em caso de violência, obter orientação legal, agendar horário para comparecer à Delegacia e programar a realização do exame de corpo de delito. Sempre que necessário, a mulher é direcionada para falar diretamente com um policial civil.

“Chame a Frida” (31) 98402.8293 – Adicione este número e chame pelo Whatsapp

Se a mulher tiver dificuldade para lidar com a atendente virtual, um policial de plantão pode assumir o atendimento e adotar providências imediatas como acionar uma viatura da Polícia Civil ou da Polícia Militar para comparecer ao endereço da mulher que está sofrendo violência. O número do telefone da pessoa que aciona o “Chame a Frida” aparece para o policial de serviço. O contato é mantido sob sigilo.

Autoridades e lideranças aplaudem a iniciativa

Todos os participantes da mesa durante o lançamento do “Chame a Frida” apoiaram e elogiaram o novo serviço criado pela Polícia Civil. Veja abaixo o que disse cada um.

Thales: proteção da mulher

O delegado regional de Bom Despacho, Thales Gontijo de Queiroz Cançado Júnior, explicou que o novo serviço permite acesso direto à Delegacia de Polícia. “Ele foi criado para a proteção das mulheres vítimas de violência. Muitas vezes elas têm dificuldade para procurar a Delegacia por estarem lesionadas, por terem vergonha da situação e outros motivos”. CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista do delegado regional Thales Júnior.

Thales ressaltou que basta a mulher fazer contato pelo Whatsapp. “Se ela tiver dificuldade em lidar com o serviço, um policial vai entrar em contato com o número do telefone que fez a chamada para ajudar a mulher”. A recomendação da Polícia é que as mulheres adicionem o número do “Chame a Frida” no celular. O Delegado explicou ainda que o serviço pode ser acionado também por outras pessoas para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica.

Luana: atuação integrada

A promotora de Justiça Luana Cimetta Cançado, da promotoria de Bom Despacho, destacou o papel das forças de segurança na defesa da mulher, bem como a importância da atuação integrada dos poderes para o bom funcionamento da rede de apoio e acolhimento das mulheres vítimas de violência. Para a Promotora, a ferramenta criada pela Polícia Civil será muito eficaz “porque o Whatsapp está na mão de todos”. CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista da promotora Luana Cimetta.

Rafaella: ciclo de violência

A juíza de Direito Rafaella Rodrigues Moreira Lima, da comarca de Bom Despacho, elogiou a iniciativa da Polícia Civil “pela simplicidade e funcionalidade do serviço”, por ele ser “acessível às pessoas mais simples” e facilitar o acesso das mulheres à Delegacia. Segundo a Juíza, a mulher ainda passa “dificuldade e vergonha para chegar à Polícia e obter uma resposta”. Neste cenário, diz ela, o “Chame a Frida” permite “atuação pontual e uma resposta para a mulher sair do ciclo de violência”.  CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista da juíza Rafaella Moreira.

Marianna: apoio da PM

A major Marianna Atatília, subcomandante do 7° Batalhão da PMMG, parabenizou a Polícia Civil pela iniciativa. Segundo ela, “a sociedade espera da Polícia soluções de tecnologia para resolver os problemas” como esses que atingem as mulheres. “Lindo! Amei o vídeo (…) que mostra a situação de forma humana”, afirmou a Major referindo-se ao vídeo exibido pela Polícia Civil explicando o que inspirou a criação do “Chame a Frida”. A subcomandante do Batalhão reafirmou o apoio da Polícia Militar à iniciativa e assegurou que a PM vai atuar sempre que necessário em “situações de flagrância” para dar efetividade ao serviço.  CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista da major Marianna Atatília.

Nayder: responsabilização criminal

O delegado Nayder Gomes, responsável pelo atendimento de casos de violência contra a mulher em Bom Despacho, afirmou que o “Chame a Frida” será utilizado como mecanismo de combate à violência de gênero em Bom Despacho e região. Segundo ele, as principais causas da violência de gênero são machismo, alcoolismo e baixa educação. Para Nayder, o novo serviço permitirá à Polícia Civil “reiterar esforços para buscar a responsabilização criminal de todos os agressores de mulheres”.  CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista do delegado Nayder Gomes.

Juliana: política pública

A vice-prefeita de Bom Despacho, Juliana Jaber, aplaudiu a Polícia Civil por implantar o “Chame a Frida”, destacou a importância da iniciativa para combater a violência contra a mulher e afirmou que o novo serviço ajudará “a criar políticas públicas em prol da paz”.

Alexandre: preservar as vítimas

O advogado Alexandre Simão de Araújo, presidente da OAB Bom Despacho, elogiou a iniciativa da Polícia Civil no combate à violência de gênero e reafirmou que a Ordem dos Advogados “apoia sempre projetos que defendam e visam preservar as vítimas de violência doméstica”. Simão também garantiu a participação da OAB no esforço de proteger as mulheres. CLIQUE AQUI e assista ao vídeo da entrevista do advogado Alexandre Simão.  (Reportagem, fotos e vídeos: iBOM).

 

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