Bombeiros continuam buscas pelos corpos das crianças

 

Corpos ainda não foram encontrados. Quatro militares passaram a terça-feira (10/10) fazendo varredura no local do afogamento, que fica a 40 km de Bom Despacho/MG, no Rio São Francisco. “O foco maior sempre é encontrar as vítimas, para atender à família e dar uma resposta à população. Acalmar, pelo menos, a angústia da família nestas situações”, ressaltou o cabo Leandro Lucas, do Corpo de Bombeiros, em entrevista ao portal iBOM.

[TRAGÉDIA] Continuam as buscas pelos dois meninos desaparecidos no Rio São Francisco. Nesta terça-feira (10/10), quatro militares do Corpo de Bombeiros passaram o dia mergulhando e fazendo buscas no rio com um barco motorizado, mas nada foi encontrado. A corporação informou que “foram realizadas varreduras submersas ao longo de todo o dia sem êxito, infelizmente”. O local do desaparecimento tem 4 metros de profundidade e 35 metros de largura. Na quarta-feira (11/10) os Bombeiros retomam a procura das crianças.

Na tarde desta terça-feira, o portal iBOM conversou com o cabo Leandro Lucas Oliveira, 32 anos, que atua como porta-voz do posto avançado dos Bombeiros em Bom Despacho. Na entrevista, o militar explicou como são feitas as buscas, falou das condições do local, do esforço para encontrar os corpos das vítimas e alertou para a importância de utilizar coletes como forma de evitar tragédias. Veja a entrevista exclusiva a seguir.

iBOM – Considerando a experiência dos Bombeiros em tragédias com esta, o que se pode esperar quanto à localização das crianças desaparecidas? Como as buscas estão sendo feitas? 

Cabo Leandro – Afogamento é uma situação muito imprevisível. Depende de muita coisa: correnteza, presença de galhos e pedras e até mesmo do tamanho das vítimas. Nossas equipes estão fazendo mergulhos na área em busca dos corpos. Chegam logo cedo e permanecem executando os trabalhos até o fim do dia.

iBOM – Qual é a profundidade aproximada no ponto das buscas? Há correnteza no local?

Cabo Leandro – A profundidade está em torno de 4 metros. Sim, há correnteza no local.

iBOM – As águas do rio estão turvas? Ou há visibilidade?

Cabo Leandro – Sim, estão turvas. Há pouca visibilidade no local.

iBOM – Que tipo de equipamentos os bombeiros utilizam nas buscas? Por quanto tempo conseguem ficar mergulhados?

Cabo Leandro – Trabalhamos com equipamento completo de mergulho: cilindro de oxigênio, óculos, luvas, neoprene, nadadeiras ou botas. Os mergulhos duram o dia todo. As equipes procuram áreas mais propícias para o corpo estar, de acordo com a correnteza, e naqueles lugares fazem a varredura submersa. Além disso utilizamos um barco a motor para ter deslocamento mais ágil.

iBOM – Qual o tempo máximo é possível o bombeiro ficar submerso a cada mergulho?

Cabo Leandro – Na verdade, pela profundidade que descemos nos rios de nossa região, não haverá em regra uma preocupação com o tempo submerso. Nossos rios não são tão profundos. As dificuldades maiores são realmente a falta de visibilidade e a correnteza.

iBOM – Bombeiros são treinados para atuar nesses casos. Mas o que sente o militar ao encontrar e retirar um corpo de criança debaixo d´água? Como fica o emocional nesta situação?

Cabo Leandro – O foco maior sempre é encontrar as vítimas, para atender à família e dar uma resposta à população. Acalmar, pelo menos, a angústia da família nestas situações. Então, o sentimento do militar nesses momentos sempre é a vontade de finalizar a ocorrência, dar uma resposta o quanto antes. Isso ultrapassa qualquer outro sentimento que possa interferir na qualidade da execução dos trabalhos.

iBOM – Em rios como o São Francisco, existe a chance dos corpos não serem encontrados, apesar do esforço feito pelos Bombeiros? Por quanto tempo as buscas serão mantidas?

Cabo Leandro – Faremos buscas até encontrar os corpos. Sempre trabalhamos com esse pensamento. Vamos encontrar, com certeza!

iBOM – Qual é o momento mais difícil para o bombeiro quando ele encontra o corpo, especialmente de uma criança como no caso?

Cabo Leandro – Bom, isso atinge o íntimo de cada militar. Mas, creio eu, que o momento de comunicação da família, mesmo que seja um misto de alívio por ter encontrado a pessoa, também é com certeza o momento mais triste, o momento da ficha cair. Principalmente quando se trata de vidas tão jovens como neste caso.

Qual a recomendação para que tragédias como esta não ocorram?

Cabo Leandro – Coletes! Sempre falamos sobre isso em nossas redes sociais. De modo geral, em afogamentos ou qualquer outro tipo de tragédia, a prevenção sempre é o caminho mais seguro. Nesses períodos de altas temperaturas, onde as famílias buscam lugares aquáticos para se banhar, é de extrema importância não negligenciar o uso de apetrechos que podem salvar vidas, como os coletes. (Portal iBOM / Foto: Corpo de Bombeiros Bom Despacho)

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