A semana da Expobom em Bom Despacho

 

O governador Romeu Zema confirmou presença na abertura da Expobom 2022. Com ele estarão o deputado Antônio Carlos Arantes – vice-presidente da ALMG – autoridades governamentais, produtores e prestadores de serviços ao setor agropecuário. Ao que tudo indica, a Expobom confirmará sua importância como ponto de divulgação de tecnologias, troca de ideias e de fomento aos negócios.

Na sua 50ª edição, esta é a primeira vez que a Expobom conta com a presença de um governador do Estado de Minas. É mostra de prestígio que revela a importância que Bom Despacho e a agropecuária têm para a economia do nosso estado.

A presença do Deputado Arantes confirma este prestígio não apenas porque ele é o vice-presidente da ALMG, mas também porque é um agropecuarista da gema.

Segundo o Sindicato Rural, a Expobom conta com 50 expositores além de 250 animais de primeiríssima linha que trazidos pelos produtores. A expectativa é que se realizem negócios em valor superior a R$ 30 milhões. Para se ter uma ideia do significado deste número, ele representa mais de 50% do PIB mensal de Bom Despacho. Não é pouca coisa.

Pecuária é destaque
Pecuária de corte (Foto: Agência Sebrae)

A pecuária tem uma participação significativa no PIB municipal. Nosso rebanho está calculado em 120 mil cabeças entre gado de corte e de leite. A produção diária de leite chega a 350 mil litros, a maior parte processado aqui mesmo. Para se ter uma ideia, se tudo isto fosse transformado em queijo, a cada dia seria produzido um queijo de bom tamanho para cada dois bom-despachenses.

Mas nós sabemos que só uma parte vira queijo. Outra parte vira manteiga, requeijão, iogurte, produtos lácteos diversos e soro. Sem contar a carne.

 

Homenageados com o Mérito Rural

Até 50 anos atrás o cerrado brasileiro era considerado terra maninha. Os fazendeiros cultivavam as várzeas. O cerrado produzia algumas ralas moitas de capim meloso, alguns pés de cambaúba, tambu para cabo de enxada e barbatimão para a fabricação de tintas e curtimento de couro. Era pouca riqueza para muita terra.

No entanto, a partir da década de 70, o cenário começou a mudar. Sob a liderança de Alysson Paulinelli, o cerrado foi redimido pelo trabalho de estudiosos, pesquisadores e fazendeiros inovadores. De terra improdutiva o cerrado se transformou no celeiro do Brasil e do mundo.

É por isto que, no primeiro dia do evento, o Sindicato rural homenageia o pioneirismo e inovação de Alysson Paulinelli e 21 homens e mulheres ruralistas que nas últimas décadas conduziram a revolução agropecuária que fez Bom Despacho chegar à posição de grande produtor de leite, carne, ovos, frangos e grãos. Quase tudo no cerrado reabilitado e reconhecido como terra fecunda que se tornou.

Tão fecunda que podemos repetir para o cerrado a frase que Pero Vaz de Caminha cunhou para reconhecer a fertilidade do litoral brasileiro: aqui, em si plantando tudo dá. Este é o cerrado redimido.

Estudantes premiados

Na abertura da Expobom, nesta quarta-feira (6), foram premiados os trabalhos realizados por alunos da rede municipal. Com o tema A Lida na Fazenda, mais de 3 mil alunos apresentaram desenhos e redações tratando da vida de quem trabalha no meio rural. Os vencedores de cada categoria foram anunciados neste primeiro dia da Expobom.

A homenagem aos pioneiros e a premiação dos jovens estudantes mostram que o Sindicato reconhece o valor daqueles que nos precederam e incentiva o que estão chegando. É assim que se constrói o futuro.

Bons resultados da Credibom

Como exemplo dos 50 expositores presentes na Expobom, destaco a Credibom, uma cooperativa de crédito que vem prestando grande apoio aos pecuaristas e contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento econômico de Bom Despacho e região.

Embora ofereça todos os serviços típicos de um banco comercial, a Credibom não esconde suas profundas raízes no meio rural. Criada por fazendeiros que buscavam crédito mais barato, ela continua com suas vistas voltadas para o produtor. E os números mostram que ela tem tido sucesso entre eles e muito além. Para confirmar isto, basta ver que ela conta atualmente com quase 19 mil cooperadores. Este número representa praticamente dois terços da população em idade economicamente ativa de Bom Despacho. Por si só, esta participação mostra a confiança que o bom-despachense deposita nela.

Mas este não é o único número que nos convence disto. Bastar ver, por exemplo, que entre 2020 e 2021 os depósitos cresceram 5%; as operações de crédito cresceram 21%; o patrimônio líquido cresceu 17% e as sobras (lucros) cresceram 60%.

Mas, quem olha apenas números corre o risco de perder de vista o que é mais importante numa cooperativa vinculada à comunidade que a criou. São os resultados sociais. Em 2021 a Credibom contribuiu com recursos próprios para diversas entidades filantrópicas da cidade. Entre elas, APAE, Metástase do Amor, Asilo São José, Santa Casa.

Ela também investiu nos esportes de nossa cidade. Por exemplo, foi uma das patrocinadoras da famosa Meia Maratona do João Jiló — uma corrida que eleva o nome de Bom Despacho em toda a região.

Em parceria com a prefeitura e com fazendeiros, a Credibom investe na preservação do Rio Capivari. Ela ajuda a pagar para que a qualidade da água seja protegida e melhorada. Além disto, prepara-se para produzir sua própria energia usando uma usina fotovoltaica que já está montada e aguarda apenas a liberação pela CEMIG.

Como se tudo isto não bastasse, em 2020 ela investiu mais de um milhão de reais em bolsas de estudo para todos os níveis, desde o ensino fundamental até pós-graduação.

Incêndio e prejuizos na Cooperativa de Catadores

A Credibom também ajuda a Cooperativa de Catadores de Bom Despacho, a Catabom. Ela separa e entrega aos catadores todos os resíduos recicláveis que produz. É mais uma ação social desenvolvida pela Credibom.

Já que falamos na Catabom, não podemos deixar de registrar que semana passada suas instalações foram incendidas. Ao que tudo indica, um incêndio criminoso. Os cooperados perderam a prensa, a esteira, o galpão onde trabalhavam e também todo o estoque de recicláveis já preparados para a venda. A situação ficou crítica para eles. O prejuízo é muito grande.

Mas, há duas formas de ajudá-los a saírem desta dificuldade. A primeira é contribuindo financeiramente para que possam comprar nova prensa e nova esteira e reconstruir o galpão.

Outra forma mais permanente — e mais útil ainda — é separando o lixo. Não há quem não possa fazer isto em sua casa, sua empresa, sua fazenda. Para quem separa não custa nada, mas para quem recicla, o benefício é grande.

Fica aqui então o pedido dos catadores da Catabom: separe seu lixo em secos e molhados. Todos ganharão com isto.

Coopere.

Fernando Cabral

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

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