Campeões brasileiros de Orientação são alunos do Irmã Maria

No dia 4 de julho (quinta-feira) conversei com Pedro Vitor de Faria e Liniker Francisco Oliveira Rodrigues, alunos da Escola Irmã Maria. Ambos participaram do XXI Campeonato Brasileiro de Corrida de Orientação e se tornaram campeões brasileiros na categoria em que concorreram. Além deles, 199 alunos de 13 escolas bom-despachenses participaram desta moderna prática desportiva.

Aprendi com eles e com o professor de educação física Rondinélio Alves de Almeida, que dá aulas também no Irmã Maria, que Orientação se trata de uma competição realizada junto à natureza, com o uso de mapa e bússola. O atleta tem que passar por pontos de controle e o tempo para completar o percurso é um fator a ser considerado para a vitória.

Lendo sobre a Orientação, aprendi que ela exige uma série de habilidades. Entre as quais “leitura precisa do mapa, avaliação e escolha da rota, uso da bússola, concentração sob tensão, tomar decisão rápida, correr em terreno natural, manter o controle da distância percorrida e, o ponto mais delicado: a preservação do meio ambiente por onde a corrida acontece”.

Moradores do bairro São Vicente e Novo São Vicente,

Pedro Vitor, morador do São Vicente, é estudante do Irmã Maria desde o ensino fundamental; atualmente freqüenta o primeiro ano do ensino médio. Liniker, morador do Novo São Vicente, é aluno novato do 6° ano do ensino fundamental. Foi a primeira vez que eles participaram deste tipo de esporte. Contudo, o perspicaz adolescente Pedro já participou de vários campeonatos de xadrez e Liniker, um menino encantador de 11 anos, além de andar de bicicleta, gosta de jogar futebol e ler.

Impressionou-me a alegria, a naturalidade e a capacidade de expressarem o que vivenciaram. Saí do nosso encontro com a certeza de que a escola tem papel fundamental na apresentação das inúmeras e novas opções esportivas, intelectuais e educacionais que existem no mundo para as crianças e jovens. E que os jovens, apesar do desconhecimento, querem e aceitam participar de atividades desafiadoras que estimulem o crescimento de suas habilidades e tragam novos conhecimentos e atitudes.

Espero que a Escola e a cidade reconheçam e homenageiem os dois campeões com atividades educativas ou sociais onde eles possam falar da experiência e dos resultados tão importantes que obtiveram num campeonato que reuniu atletas de várias cidades, estados e países.

Ao finalizar, relembro que a Escola Irmã Maria recentemente completou 50 anos promovendo a educação de moradores da região do bairro São Vicente. Um bairro que freqüento e percebo como sendo pouco valorizado pela comunidade bom-despachense. Muitas vezes, pelos próprios moradores também.

Sonho com a construção de um grande centro cultural apoiado pelos empresários bom-despachenses, Prefeitura Municipal e sociedade civil, onde cada vez mais ações esportivas, culturais, artísticas, de lazer e educacionais sejam promovidas naquela região.

Eis o único lugar que os adolescentes e os jovens bom-despachenses deveriam frequentar, além da escola. Tal e qual Pedro e Liniker, eles venceriam campeonatos e subiriam no pódio para receberem medalhas e taças. Estariam cada vez mais distantes de pátios superlotados, fomentando a violência nos centros socioeducativos sucateados e insalubres e que almejamos construir.

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