Santa Casa ganha mais leitos de UTI

SITUAÇÃO DA PANDEMIA SE AGRAVA; NÃO HÁ LEITOS DISPONÍVEIS NOS HOSPITAIS

Desde o dia 17/3 já estão funcionando mais quatro leitos de UTI na Santa Casa de Bom Despacho. Até então, o hospital tinha 16 vagas de UTI habilitadas, mas a capacidade instalada da Unidade de Terapia Intensiva era de 20 leitos. Isso facilitou a abertura de novas vagas para atender ao agravamento da pandemia ocorrido nos últimos dias.

O equipamento mais caro nos leitos de UTI – o respirador – foi obtido pela Prefeitura de Bom Despacho através da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), que doou 4 respiradores para o município. Já monitores cardíacos, aspiradores e desfibriladores – equipamentos também essenciais em leitos de UTI, foram fornecidos pela Santa Casa. Os novos leitos foram credenciados pelo Estado dia 17/3.

Equipes intensivistas

A manutenção desses 20 leitos de UTI da Santa Casa exige, além dos equipamentos acima, duas equipes intensivistas de serviço 24 horas por dia – cada uma cuidando de 10 leitos. Essas equipes, compostas de médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e fisioterapeuta, monitoram o tempo inteiro os pacientes internados na unidade. “É um trabalho árduo, que exige competência e muita dedicação desses profissionais”, destaca a secretária municipal de Saúde, Neide Braga.

Situação grave

Mas a ampliação do número de vagas na UTI não significa que a situação esteja boa. No mesmo dia em que foram abertos, os novos leitos já estavam ocupados por pacientes em estado grave. Desde o início de março a UTI da Santa Casa está atuando no limite e até acima dele. O boletim divulgado às 11 horas desta quarta-feira (24) mostrava que naquele momento havia apenas duas vagas disponíveis na UTI. Situação que pode piorar em questão de minutos com a chegada de mais pacientes em estado grave.

Apelo

A situação se agravou rapidamente em toda a Minas Gerais. Por isso, o governo do Estado prorrogou a Onda Roxa até dia 4 de abril na esperança de diminuir a pressão sobre a rede hospitalar. Em coletiva nesta quarta-feira (24), o secretário de Estado da Saúde, o médico Fábio Baccheretti, fez um apelo à população mineira para frear o avanço da Covid-19. “O número de pacientes aguardando [vagas] está aumentando, mostrando que o crescimento da doença é maior que a capacidade de abertura de leitos. Hoje, temos 714 pacientes cadastrados aguardando [vagas no Estado]. Há três dias, eram 470”, destacou.

Baccheretti lembrou que agora “não é possível transferir pacientes para outras cidades, já que todas as macrorregiões estão com taxa de ocupação elevadas”.

Caos em Divinópolis

Em Divinópolis, sede da macrorregião Oeste de Saúde, a situação é caótica. Reportagem publicada na tarde desta quarta-feira (24) pelo portal G1 informa que a ocupação de leitos do Hospital de Campanha de Divinópolis está em 300% – três vezes mais que a capacidade. O G1 informa também que 165 pessoas da macrorregião aguardavam leitos de CTI. “A Vigilância em Saúde e Superintendência regional de Saúde (SRS) apontam situação caótica, com pacientes nos corredores, falta de medicamentos para intubação e também de profissionais”, diz a matéria.

Sintomas

Em vídeo publicado nesta quarta-feira pela Prefeitura de Bom Despacho, o médico Humberto de Paula, presidente do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, recomendou que se a pessoa apresentar sintomas como febre, tosse, cansaço, dor de cabeça, dor de garganta, perda do paladar e do olfato, deve procurar atendimento médico imediato nas UBS e no Pronto Atendimento Respiratório da Santa Casa.

“Procurando auxílio médico imediatamente, há maneiras de tentar identificar se realmente é a Covid e, se for, ficar em casa, ter o suporte do monitoramento. Se piorar precisa voltar à UBS ou até mesmo ser internado se for necessário”.

ASSISTA AO VÍDEO CLICANDO AQUI:

https://bit.ly/3cjcorh

Humberto ressaltou também que mesmo pessoas vacinadas precisam tomar os cuidados necessários e manter o afastamento social. “Existe um prazo para o corpo produzir anticorpo”. Esse prazo pode chegar a 15, 30 e até 45 dias, diz o médico. Portanto, mesmo após a pessoa ser vacinada ela deve manter as medidas de proteção para evitar a contaminação até que a vacina faça efeito.

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