Promessas de ano novo para 2022

Como escrevi em minha última coluna, a sobre o natal, o ano de 2021 foi bom para mim, no geral. Papai Noel me deu presentes durante o ano todo. Não posso reclamar! Obrigado, bom velhinho!

Nesta época da virada do ano, apesar de saber que estas datas são efemérides criadas por nós humanos, acabamos nos empolgando e prometendo mudar algumas coisas em nossas vidas.

Para manter a tradição, gostaria de dividir com o raro leitor e a rara leitora, quais são meus planos para este 2022 que está batendo a nossa porta ou que já entrou, dependendo do dia que está lendo esta coluna.

Vou começar com o que quero manter, depois passarei ao que quero consertar e, por último, o que gostaria de tentar.

Manter

A decisão que mais me dá orgulho de ter tomado nos últimos anos, uns três anos, mais ou menos, foi ter mudado minha filosofia de vida e adotado a alimentação vegana. Claro, não é fácil, especialmente para os mineiros, deixar de comer carnes em geral, mas também qualquer produto de origem animal, como ovos, leites, queijos ou mel. Porém, apesar de sentir falta de comer empadinhas (só as veganas eu tenho consumido), e de ser difícil encontrar restaurantes que me atendam, deixar de matar animais ou de explorá-los para consumir seus produtos, é motivo de muito orgulho para mim. Sou um cara chato, mas neste quesito não sou. Quem quiser comer carne, sinta-se à vontade. Minha família paulistana inteira come carne, menos minha irmã que é vegetariana, ou seja, come ovos, queijos, leite e mel, e minha filha, que é vegana, apesar de ter sido obrigada a comer carne e derivados desde agosto, quando começaram suas aulas nos Estados Unidos, e se tivesse restrição alimentar não seria aceita pelo governo norte-americano como estudante lá. Todos os outros familiares, comem de tudo.

Também me orgulho de correr e fazer exercícios na academia quase diariamente. Acho chato, é cansativo, mas toda vez que termino uma corrida ou uma sessão de musculação, fico feliz por ter feito aquilo.

Também gosto muito de ler meus dois jornais diários, a Folha de São Paulo e o jornal de economia e negócios Valor Econômico. Também sou apaixonado por literatura. Adoro ler os clássicos, aqueles livros que todos citam. Neste momento estou lendo “Marília de Dirceu”, do Tomás Antônio Gonzaga. Livro escrito como um poema de amor é de difícil leitura, mas encontrei-me nos textos, especialmente, por causa de minha recente separação e promessas de tentativa de volta.

Gosto muito de não ter carro e quero manter o hábito saudável de ir a todos os lugares caminhando, ou, quando não for possível, de metrô, trem, ônibus ou taxi/aplicativo. Entendo que o carro é um meio de transporte dos mais egoístas, pois geralmente o motorista anda solitário enquanto dirige, não oferece carona nunca (em São Paulo, claro) e é muito poluente.

Quero manter idas regulares a Bom Despacho, mesmo se as tentativas de volta ao namoro não frutifiquem. Quero frequentar o Circuito dos Ranchos, para continuar a encontrar os amigos e ouvir música de qualidade. Pelo menos duas vezes ao ano, quero estar presente. Claro, se a pandemia nos permitir voltar aos encontros presenciais.

Consertar

Depois que me separei da minha ex-namorada bom-despachense, percebi que cometi erros primários em relação a Bom Despacho e ao povo da cidade e da região. O maior erro é ter tentado ser paulistano enquanto vivi na cidade mineira. As culturas são diferentes e eu sempre segui meus velhos hábitos paulistanos, ignorando a riqueza da vida local. Pretendo deixar de dar minha opinião em todos os assuntos, de não tratar as pessoas da cidade com a delicadeza que sempre me trataram, de respeitar cada um como cada um é. Principalmente, quero aprender com os mineiros e não falar tudo que penso, de deixar as coisas “prá lá” e ser mais suave com os amigos.

Também quero consertar um hábito muito paulistano que tenho: o de brincar com as pessoas, sempre fingindo que estou falando mal dela. Isso é muito comum em minha cidade natal. Na frente da pessoa, falamos algum absurdo da pessoa, mas todos entendem que é uma brincadeira. Em Bom Despacho, muitos me tomam por mal-educado, pois falo da pessoa o oposto do que acho, como uma piada. A cultura de cada local deve ser respeitada e eu negligenciei esse ponto.

O que quero tentar em 2022

Quero correr uma maratona. Apesar de correr quase todos os dias, vencer os 42 quilômetros da prova não é para qualquer um.

Quero viajar mais. Depois de dois anos de pandemia e dinheiro curto pelo custo da ida de minha filha aos EUA, em 2022 quero voltar a andar por aí, conhecer lugares novos, visitar lugares já conhecidos. Se tudo der certo, na maravilhosa companhia de minha ex-namorada bom-despachense.

Pretendo voltar a tocar meu violino, instrumento que não pego há muitos anos. Também quero retomar um sonho antigo, que é o de aprender a tocar violão. Eu e minha ex-namorada bom-despachense havíamos combinado de aprender juntos. Ela começou e eu ainda não. Quero tirar o atraso e, quem sabe, ainda tocar umas músicas no Circuito dos Ranchos.

Em 2022, quero ser mais contido em alguns aspectos, menos expansivo. Alguns amigos me dizem que quando chego em algum lugar, acabo concentrando as conversas, pois me dou bem com todos. Deixar as pessoas mais à vontade é uma das metas. Faz parte disso, não contar detalhes das coisas, deixar algumas coisas sem serem ditas, para tornar as conversas mais leves.

Obrigado pela companhia neste espaço durante 2021. Espero continuar a corresponder às expectativas dos raros leitores e raras leitoras. Agora, vou correr para pegar meu ônibus para passar o réveillon em Minas Gerais, na companhia de minh… já vou começar a cumprir a última promessa e não contar todos os detalhes de tudo.

Excelente 2022 a todos os bom-despachenses. Que seus sonhos se realizem e que consigam cumprir suas promessas de ano novo!

 

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

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