Corte de luz pela Cemig vira caso de Polícia em BD

O corte no fornecimento de energia para uma residência na rua Getúlio Vargas, bairro Esplanada, em Bom Despacho/MG, feito pela Cemig, gerou polêmica e terminou na Polícia. De acordo com o morador, a Cemig teria efetuado suspensão irregular do fornecimento de energia elétrica. Já a companhia contesta a versão do consumidor e afirma que não houve corte indevido.

De acordo com o gerente comercial Gabriel José da Costa Júnior (Gabriel Eletrick), 33 anos, na tarde de quinta-feira (15/2) a agente da Cemig foi até sua residência para cortar a energia. “Ela não chamou e, sem aviso, iniciou o procedimento de corte porque a conta vencida no dia 10 de janeiro não havia sido paga”, disse ele ao iBOM.

Gabriel afirmou que, ao perceber a situação, pagou a conta na hora através de pix e mostrou à agente o comprovante. “Paguei as duas contas, a de janeiro e a de fevereiro”, disse ao iBOM. Mas a agente, ainda segundo Gabriel, não aceitou, afirmou que faria o corte e que ele solicitasse a religação. “Ela viu que estava pago e ficou rindo com deboche”, garante. Gabriel filmou a técnica fazendo o corte e depois indo embora.

Desligamento no poste

Gabriel disse ao iBOM que na residência havia uma criança de 7 anos recém-operada e tomando vapor por recomendação médica. Por isso, segundo ele, decidiu impedir que agente fizesse o desligamento no padrão. Diante da resistência, a técnica fez uma ligação telefônica. Em seguida pegou uma haste na sua moto e cortou a energia diretamente no poste.

Enquanto a agente fazia o desligamento, Gabriel acionou a Polícia Militar. Segundo ele, ao perceber a aproximação da viatura e com o corte já feito, a agente saiu às pressas do local. Todo o episódio foi registrado em vídeos e repercutiu nas redes sociais. Assista ao vídeo CLICANDO AQUI.

Falando ao iBOM, Gabriel afirmou que a suspensão foi irregular e que “muitas pessoas em Bom Despacho são injustiçadas pelas atitudes desse povo”. Além de registar um Boletim de Ocorrência, Gabriel também abriu reclamação na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e acionou a central de atendimento da Cemig. Apesar disso, a energia só foi religada no dia seguinte. Gabriel disse que vai acionar judicialmente a companhia.

Cemig contesta

Procurada para se manifestar sobre o ocorrido, a Cemig, através da sua assessoria de imprensa, enviou nota ao iBOM informando que determinou o corte porque “constava fatura em atraso para a unidade consumidora”. A companhia negou que Gabriel tenha apresentado a fatura quitada e afirmou que, “dessa forma, a técnica prosseguiu com a operação de interrupção do fornecimento por inadimplência”. Mas, de acordo com a Cemig, “a profissional foi impedida pelo cliente, sob ameaça de agressão”.

A nota segue afirmando que “como não houve apresentação da fatura paga e impedimento de efetivar o corte na caixa de medição, a técnica foi autorizada pela Cemig a efetuar o desligamento no poste”.

Técnica deixou o local

Sobre a agente ter ido embora antes da chegada da Polícia, a concessionária informou ao iBOM que “a técnica foi orientada a deixar o local após executar o serviço, pois a situação era insegura para a permanência dela no local. Além disso, a profissional foi orientada também a procurar a polícia e registrar boletim de ocorrência”.

A Cemig reafirmou que no episódio não houve “corte indevido” e que “a religação foi feita dentro do prazo regulamentar, que é de até 24h na área urbana”.

A pedido do iBOM, a Cemig informou os valores das taxas de religação conforme o tipo de fornecimento: R$ 10,78 (monofásico), R$ 14,85 (bifásico) e R$ 44,59 (trifásico). A companhia conclui afirmando que “não ocorrerá a cobrança de taxa de visita técnica quando houver apresentação da fatura quitada no momento do corte”. (Reportagem iBOM / Fotos tiradas de vídeos feitos por Gabriel Júnior).