Polícia apura denúncia de maus tratos contra cachorro

 

[ANIMAIS] Repercutiu nas redes sociais de Bom Despacho o vídeo que mostrava um cachorro muito magro que estava sozinho numa casa do bairro Ana Rosa. No vídeo, gravado quarta-feira (21/9), o denunciante diz que o animal se encontrava no local há dias, supostamente abandonado e sem comida. Na sequência, ele joga pedaços de muxiba para o cachorro comer. “Eu sei que não é o ideal não (…) mas é melhor que o cachorro morrer de fome”, diz o homem. ASSISTA AO VÍDEO AQUI.

Pouco depois da divulgação do vídeo, uma guarnição da Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMAmb) chegou no local. “Assisti ao vídeo postado no whatsapp e imediatamente enviei uma equipe para apurar se o animal estava submetido a maus tratos”, disse ao iBOM o tenente Daniel de Oliveira Bernardes de Carvalho, 39 anos, comandante do 3° Pelotão de Meio Ambiente da PMMG em Bom Despacho.

Agente da Polícia Militar do Meio Ambiente leva o cachorro para o Centro de Zoonoses

Segundo o iBOM apurou, quando os policiais chegaram não havia ninguém na casa. O cachorro estava sozinho. No seu relato, os militares informaram que “o animal encontrava-se na varanda frontal da residência, solto, com duas vasilhas de água e duas vasilhas contendo ração” (…) e “a área onde o animal se encontrava estava limpa”. Os militares relataram também que o cachorro “apresentava sinais de magreza e de feridas cicatrizadas”.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Tiago Freitas Cabral, e a presidente da Associação Bicho Amigo, Geisiane de Azevedo Peres, foram acionados pela Polícia Ambiental a compareceram no local para acompanhar a ocorrência.

Dono diz ter resgatado animal da rua

O dono da casa, F.C.S., 36 anos, chegou pouco depois. Questionado pelos militares sobre a denúncia postada em rede social, o homem negou que o cachorro estivesse sendo maltratado. Ele disse à Polícia que o animal recebia cuidados e ficava sozinho em casa porque ele trabalha numa siderúrgica situada no bairro. O proprietário do animal contou aos policiais que há 1 ano resgatou o cachorro da rua e desde então cuida dele, o alimenta duas vezes por dia e limpa a área onde ele fica solto e protegido do tempo.

Também segundo o proprietário, há um mês o cachorro começou a emagrecer e apareceram feridas no seu corpo. Suspeitando de leishmaniose ou doença do carrapato, ele disse ter feito contato com o Serviço de Controle de Zoonoses e com a Associação Bicho Amigo tentando conseguir exames para identificar a doença, já que não tem condições de pagar por atendimento veterinário particular. Até então, contou o proprietário, “não obteve resposta” aos seus pedidos.

Magreza pode ser causada por doença

Entre as situações que caracterizam maus tratos estão falta de alimentos, manter o animal em local insalubre e mutilação. Mas os próprios policiais relataram que, durante o atendimento da ocorrência, o cachorro “(…) não apresentava medo” quando o proprietário se aproximava dele. “Isto é um indício de que ele era bem tratado pelo dono”, disse ao portal iBom o secretário de Meio Ambiente, Tiago Freitas Cabral. Segundo ele, a suspeita é que o animal esteja com a doença do carrapato, que causa emagrecimento, ou com leishmaniose.

Com a concordância do proprietário, a Polícia levou o cachorro para o Centro de Zoonoses, onde ele receberá cuidados da Bicho Amigo e fará exames veterinários para confirmar se está com doença do carrapato ou leishmaniose. Feitos os exames, um veterinário da Bicho Amigo vai emitir um laudo atestando o estado de saúde do animal. “Ficando confirmado que a magreza do cachorro se deve à doença, ele será tratado e devolvido ao seu dono”, disse Tiago.

Cópias da ocorrência feita pela Polícia Militar de Meio Ambiente foram encaminhadas à Polícia Civil e ao Ministério Público. Caso o laudo veterinário descarte a presença de doenças que possam ter levado o cachorro ao estado atual de magreza, seu proprietário poderá então responder por crime de maus tratos. (Reportagem portal iBOM / Fotos: Polícia Militar de Meio Ambiente).

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