Amigos a gente não perde, ficam semprena lembrança
Célio era um homem bom que sempre achava que perdoar antes é sempre melhor que perdoar depois
AELSON LOBATO – O Drummond dizia que “as palavras fogem quando precisamos delas e sobram quando precisamos usá-las”.
Por volta das 20h de terça-feira, 22 de abril, atendi um chamado na porta da minha casa. Era o vizinho e amigo Pedro Ivo. Chegou dizendo: “Zuca, trago uma notícia triste. O Célio Luquini partiu”. Imediatamente me vieram lembranças do último encontro que tive com ele, no velório do Rosemberg. Relembramos muitas passagens do amigo que foi embora mês passado.
Ontem, também, ao me desfazer de certos objetos lembrei muito dos dois amigos quando, ao pegar um livro caiu uma foto com o Célio e seu secretariado, tirada pelo Rosemberg. Pois é, perdi dois grandes amigos em menos de dois meses. Mas amigo a gente não perde. Eles ficam eternamente nas lembranças.

O Célio, como homem público, por duas vezes prefeito, deixou posições carregadas de exemplos que o país está precisando, principalmente a busca da conciliação e a importância de conviver com o contraditório. Não vou esquecê-lo com seus momentos de argumentação cheios de gestos “italianados”, voz rouca e precipitada, mas sem imposição.
O Célio partiu quase no mesmo dia de um de seus ídolos políticos, o Dr. Tancredo Neves, com quem conseguiu vários benefícios para Bom Despacho. Tancredo gostava dele pelo seu jeitão alegre. Ria às vezes com certas palavras e ditos populares inesperados, fora do sentido original. Pareciam tiradas do livro “O avesso das coisas”.
Célio era um homem alegre e bom que sempre achava que perdoar antes é sempre melhor que perdoar depois. Às vezes ele me pedia para repetir uma frase do Padre Vieira: “É muito bom ser importante. Porém é muito mais importante ser bom”. (Aelson Zuca Lobato, 80 anos, é advogado e professor aposentado).
FOTO DO ALTO – Célio Luquini (de terno) e o vice-prefeito Gercino Antunes sentados; em volta estão secretários municipais e vereadores. Em pé, da esquerda para a direita: Antônio, Magela (vereador), Paulo, Zeferino, Ismar Luciano, Marcondes Oliveira, Zuca Lobato (presidente da Câmara), Valdira, Vicente, Valdemar e Antônio Dimas.