Talentos artísticos da cidade em destaque no início de 2025

VANDER ANDRÉ – O ano começa com destaque para as artes cênicas de Bom Despacho, que evidenciam talentos locais em grandes palcos pelo país.

Júnior de Sousa, professor e dramaturgo reconhecido por suas obras teatrais, terá seu texto escrito há dez anos, “As loucuras de um anjo”, encenado no emblemático Teatro Bibi Ferreira, inaugurado em 1973, em São Paulo capital, entre 31 de janeiro e 23 de fevereiro.

A comédia romântica sobrenatural, que já passou por diversas cidades brasileiras – incluindo apresentação no Palácio das Artes, em Belo Horizonte – conta com direção de Maurício Canguçu, vencedor de importantes prêmios no meio teatral. O espetáculo narra as confusões do anjo da guarda, a indisciplinada Celeste, que, após deixar o protegido Alex cometer muitos pecados, é punida ao se tornar humana. Durante essa jornada, os dois se apaixonam, engravidam e embarcam em situações hilárias, que prometem divertir e emocionar o público.

Na tradicional Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de Belo Horizonte 2025, o dramaturgo bom-despachense Júnior de Sousa também apresenta outros dois de seus textos em destaque: “Confusão Esporte Clube”, que já foi encenado em Bom Despacho há alguns anos pelo Grupo Fama, retorna agora aos palcos na capital mineira, com apresentações no Teatro Estação BH e no Teatro da Maçonaria ao longo do mês de janeiro.

Já a comédia “Toda mulher sabe que tamanho não é documento”, escrita em parceria com o também dramaturgo bom-despachense Cristiano Araújo (Niniu), será apresentada no Cine Theatro Brasil em janeiro. Os espetáculos reafirmam o talento e a versatilidade de Júnior de Sousa, consolidando seu nome como referência nas artes cênicas de Minas Gerais.

Enquanto isso, também na capital, Belo Horizonte, o Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil é palco de outro sucesso com participação bom-despachense. O ator e diretor Ítalo Laureano dirige e atua no espetáculo “Velocidade”, que segue em cartaz até 3 de fevereiro, de sexta a segunda, às 19h, com sessões até então lotadas. A peça, com dramaturgia de Marcos Coletta e Assis Benevenuto, reflete sobre o ritmo acelerado da vida moderna e suas implicações nas emoções e relações humanas. Estruturada como as partes de um livro – com capa, prefácio e até dedicatória –, a montagem explora temas como trabalho, família e morte. Uma curiosidade são os bonecos criados por Agnaldo Pinho, que funcionam como alter egos dos atores, adicionando uma camada poética e onírica à encenação.

Além deles, o ator e diretor bom-despachense Matheus Vargas antecipou para mim que está preparando a estreia de seu novo espetáculo “Baú de Mim – Quanto vale resgatar memórias?”, com texto do dramaturgo Cristiano Araújo (Niniu), de Bom Despacho, que recentemente lançou o seu livro de charges e participou do podcast PodBom (Assista clicando AQUI). A montagem, que reúne no palco Matheus Vargas e Jonathas Wagner, promete emoção ao explorar a importância das memórias e do resgate de histórias pessoais e já está em fase final de produção.

A peça conta a história de Abel Ventura, um escritor de renome, autor de diversos livros de fantasia, que viu sua doença Alzheimer se agravar até não se recordar de quase nada. Mas nem tudo estava perdido. Ao recorrer às suas obras, Abel descobre que quando conversa com os personagens que criou, consegue entrar em sintonia com sua memória, sua vida e sua história. Ele, então, embarca nessa troca em uma viagem sensível e divertida ao seus mais diversos sentimentos. O que ele nem imagina, é que está vivendo a história mais importante da sua vida.

Com tanto sucesso alcançado fora da cidade, fico na expectativa de que, em breve, os talentosos artistas bom-despachenses também possam se apresentar aqui, quem sabe na tão aguardada (e já anunciada) Casa da Cultura. Essa seria uma oportunidade especial para celebrarmos o centenário de um marco histórico de Bom Despacho: a criação, em 1926, do Clube Bom Despacho – Literário, Recreativo e Teatral.

Fundado por iniciativa de nomes ilustres como João Batista Oliveira, Tasso Motta, Miguel Gontijo, Aristillo de Carvalho, Lauro Mello, Faustino Teixeira e outros, o clube foi o primeiro espaço de lazer construído no município. Na época, para viabilizar sua criação, foram emitidas ações ao custo de cinquenta mil réis cada, demonstrando o empenho da comunidade em promover a cultura e o entretenimento.

Torço para que essa história de pioneirismo cultural inspire novas iniciativas e, quem sabe, a realização de espetáculos inesquecíveis em nossa cidade, como os que vêm ocorrendo Brasil afora, evidenciando o talento da gente da nossa terra! (Portal iBOM / Vander André Araújo é advogado, filósofo, escritor e aposentado / Foto do alto: montagem feita pelo iBOM com fotos de arquivo dos artistas focalizados).