Os encantos do Reinado, esta festa muito popular em BD
ALEXANDRE MAGALHÃES – Sou um sujeito de muita sorte! Pelo segundo ano consecutivo consigo estar em Bom Despacho no período mais intenso da festa do Reinado. Que sorte!
Acho incrível passear pelas ruas da cidade e encontrar o tempo todo cortes andando e tocando pelas ruas. Lindo ver a devoção das pessoas, que tocam das 6:00 horas da manhã até muito tarde, muitas vezes para mais das 22:00 horas. E cinco dias seguidos, até o feriado de 19 de agosto.
Na semana que cheguei a Bom Despacho, no dia 10 de agosto, estava na academia da Praça de Esportes, quando fui abordado por uma pessoa que não conhecia. Ele me perguntou se eu era o “paulista do Jornal de Negócios”. Diante da minha confirmação, ele se apresentou: “sou o Mauricio Pontes”. Conversamos alguns minutos e fui fazer meus exercícios.
Antes do Mauricio ir embora, ele me chamou e me disse que ele era um “festeiro”, ou seja, organizaria um jantar para vários cortes na quinta-feira, dia 15. Gostaria que eu fosse. Quando eu saia da Praça de Esportes, ele estava no estacionamento e repetiu o convite. Prometi que iria, pela gentileza e porque adorei ver o Reinado no ano passado.
Fomos eu e minha namorada na quinta-feira ver os cortes no salão da igreja do Rosário. Logo que cheguei já encontrei o Mauricio, que me apresentou os membros de sua família, incluindo sua mãe, que pacientemente recebia os cortes, que lhe apresentavam as bandeiras e que dançavam na frente dela.
Foi uma noite incrível, linda, emocionante.
Vi os cortes do Taozico, do Batista, do Dilmar, do Fabinho, do Tiago Alcides e do Zé de Paula. Um mais lindo do que o outro. Vi pessoas muito idosas e muitas crianças em todos os cortes, uma indicação de que o Reinado pode (e tomara que continue) continuar por muitas décadas.
Além da beleza do evento, ainda fui convidado pelo Mauricio a jantar. Comida farta e deliciosa, mesmo para mim, que não como carne.
Obrigado, Mauricio, pelo convite e pela noite maravilhosa. Espero que você e sua família continuem fazendo este trabalho por muitas gerações.
A descida do mastro e a festa do Reinado
Na segunda-feira, pelo segundo ano seguido, acompanhei a descida do mastro na Igreja do Rosário. Fico impressionado com a devoção de muitas pessoas durante essa festa em Bom Despacho. E mais impactado ainda em verificar quão popular é o Reinado. Milhares de pessoas nas ruas, centenas de membros dos cortes.
Foi emocionante ver a emoção do corte de São Benedito (o da Dona Sebastiana), quando o padre foi até os membros deste grupo e homenageou a recém falecida Graça. Todos se abraçaram e choraram muito. Muitas pessoas que estavam ao redor do corte também encheram seus olhos de lágrimas. Foi realmente muito lindo!
Na terça-feira, já com a festa terminada em Bom Despacho, fui ao Bar do Fabinho e já escutei os planos do Breno para o próximo ano, ele que está ligado ao corte do Zé Raimundo. Com um ano de antecedência, o Breno prometeu que dançará mais dias no próximo ano, do que fez neste ano, dada a grande experiência que teve em 2024.
E falou com orgulho que ainda haverá atividades nos cortes, que ainda dançarão em alguns eventos nos bairros mais afastados, como o Engenho.
Boa música em Bom Despacho
Não me lembro muito bem quando conheci a Palhaça Lili Berinjela. Não me lembro se foi no aniversário de minha namorada, na qual a Lili fez um show de dança muito interessante, apimentada com bambolês com fogo. Lindo, apesar de eu ficar muito tenso com as chamas passando pelo corpo da artista o tempo todo. Não me lembro se foi na festa que a Lili deu na sua casa, com comida excelente e ótima música, com o artista Leo Assunção brilhando ao violão.
Independente da minha memória, Lili abriu um pequeno bar na sua casa, o Botequim da Lili (na Rua Olegário Maciel, 423). Pequeno e aconchegante. Fui à inauguração, há cerca de um mês. Na semana passada, passei por lá e os violonistas Eriton Cançado, Ricardo Lacerda, Renner, entre outros, estavam dando uma canja no espaço. Boa música, amigos e cerveja gelada, combinação perfeita.
Na sexta-feira, dia 16, voltei ao bar e fiquei encantado. Três músicos muito bons estavam tocando choro da melhor qualidade, além de MPB. Os músicos maravilhosos eram o Sr. Geraldo, com seu violão 7 cordas e sua incrível habilidade, o Wagner Cruz, ora tocando violão, ora manuseando seu bandolim. Além dos dois, estava o Bacará, no pandeiro, e o Ciro, que variava momentos tocando seu violão, ou colocando o papo em dia com outros clientes do botequim.
Apesar dos músicos arrasarem na performance musical, o ponto alto e inesperado para mim (já que conhecia os músicos de ouvi-los em outras ocasiões), foram as cantoras que os acompanhavam: Nêga, Dusanjos Ribeiro e Dona Geralda. Que coisa mais linda e emocionante vê-las cantarem. Em vários momentos, muitos clientes do botequim cantaram juntos com as três senhoras os sucessos que elas entoavam.
Boa sorte, Lili, em sua nova empreitada! (Portal iBOM / Alexandre Magalhães – Fotos: Pascom Paróquia Nossa Senhora do Rosário).