Todos juntos pelo futuro de Bom Despacho!
ALEXANDRE MAGALHÃES – Os últimos dias foram de muitas conversas sobre um assunto muito específico e bom para Bom Despacho: a instalação de um instituto federal de educação na cidade. Que ótima notícia!
Quando um assunto é tão lindo como esse, são vários os pais que surgem. Como diria minha avó, filho bonito tem vários pais.
Fiquei sabendo do instituto federal em uma conversa com meu amigo Lao, pré-candidato a prefeito e que costurou com a Gleide Andrade, uma das dirigentes do PT (partido do presidente da república), trazer para Bom Despacho a escola. Fiquei empolgado, pois esta instituição federal pode trazer grande progresso para a cidade que aprendi a amar.
O Lao me contou que, pela proximidade dele com a dirigente, que tem interesses políticos na região e é filha de Carmo do Cajurú/ São José dos Salgados, ou seja, tendo base eleitoral na região, brigou por Bom Despacho, conseguindo convencer os ministros do presidente Lula e os servidores do MEC, que instalar o instituto federal em Bom Despacho, seria a melhor alternativa. Batido o martelo, Lao gravou um vídeo com a gestora do PT anunciando a grande novidade para o povo bom-despachense.
Muitos outros disseram que já haviam solicitado, gravaram vídeos e áudios….
Um pouco confuso, comentei o caso com um amigo, cujo irmão também conheço, e ele comentou comigo que o projeto original era de seu irmão. Contou-me que o irmão desenhou o projeto de trazer para Bom Despacho o instituto federal, mas que ele foi boicotado pelo dono de uma faculdade privada, que era deputado federal na época, e havia feito pressão para que o instituto não viesse para a cidade, pois tiraria alunos de sua faculdade.
Levou, então, o projeto para o prefeito da época, o Cabral, que encampou a ideia e a levou pra frente sem a participação do autor.
Na época, pelo que fiquei sabendo, Cabral elaborou projetos técnicos mostrando a viabilidade de instalar o instituto federal no terreno da antiga Febem para atender Bom Despacho e região, providenciou a documentação necessária e, com ajuda do deputado federal Reginaldo Lopes, no dia 4/4/2014 entregou tudo pronto para o ministro da Educação, José Henrique Paim Fernandes, no governo de Dilma Roussef. Clicando AQUI você vê fotos, notícia da época e o ofício encaminhado por Cabral.
Puxa, em alguns dias, já eram vários pais do instituto federal, todos dizendo que o protagonismo era seu.
Para aumentar minha confusão, vi um vídeo do atual prefeito, o Bertolino, ex-vice-prefeito de Fernando Cabral, junto com o professor Lao, dizendo que apoiará fortemente o projeto de instalação do instituto federal em Bom Despacho.
Ufa! Afinal, quem é o pai da criança?
Um time de futebol
Só pude compreender o que está acontecendo em Bom Despacho em relação à instalação do instituto federal, quando estava vendo a um jogo do campeonato mineiro pela TV. Vendo ao jogo, o comentarista disse que um dos times tinha como melhor atacante a sua defesa e sua melhor defesa estava baseada nos atacantes. Como assim? O atacante era da defesa? E o defensor era do ataque? Sim, um time de futebol funciona bem quando todos formam uma grande equipe, onde todos jogam pelos outros e onde o mais importante é que todos formam um grande time. Todos jogam pelos torcedores.
O time e a cidade
O que esse comentário do narrador do jogo de futebol tem a ver com Bom Despacho e com o instituto federal? Tem tudo a ver.
Vendo o jogo de futebol, entendi que cada um dos personagens citados, antigo e atual prefeito, o pré-candidato à prefeitura da cidade, o professor Lao, e o irmão de meu amigo, que criou o projeto há duas décadas, todos trabalharam para Bom Despacho como um time de futebol: não importa quem marcou o gol, mas que o time venceu.
A pessoa que criou a ideia há muitos anos, trabalhou como o goleiro que bateu o tiro de meta. O antigo prefeito fez o papel de meio de campo, dominando a bola, tentando tocar a bola para alguém desmarcado, mas que não conseguiu evoluir o ataque, pois o adversário estava bem-posicionado em campo. O atual pré-candidato, professor Lao, recuperou a bola perdida, conseguiu uma grande tabela com a dirigente do PT, por acaso partido dele Lao e do presidente da república, e conseguiu concluir a gol botando a bola no ângulo, indefensável.
O atual prefeito, foi o juiz ou o VAR, que revisou o lance e aprovou o gol, prometendo o terreno e ajuda para a implantação definitiva do instituto federal.
Bom Despacho funcionou com uma torcida apaixonada, que não importa quem fez o gol, vai vibrar muito com esta conquista.
Como torcedores/moradores de Bom Despacho, temos a inclinação a achar que quem fez o gol é mais importante do que todos os outros que participaram do lance de gol. Claro, Lao conseguiu desenrolar o processo, pois estava no lugar certo e na hora certa, tendo como companheira de ataque a Gleide Andrade, dirigente do PT, próxima dos ministros e do presidente Lula. Sem ele, talvez o “gol” não acontecesse. Mas, temos de reverenciar também quem sonhou com o instituto federal lá atrás, quem começou o processo, quem providenciou a documentação e vislumbrou o futuro, quem marcou o gol efetivamente e quem vai ajudar a implementar.
Bom Despacho, se funcionar como um bom time de futebol, terá um grande futuro. Se cada jogador julgar-se melhor que os outros, não passando a bola para que os outros jogadores também apareçam, não terá um futuro tão bom.
Eu, paulistano, que adotei Bom Despacho como minha cidade, torço para o gol, não importando quem o marque.
Parabéns a todos os envolvidos neste projeto do instituto federal em Bom Despacho.
Quem sabe ainda darei umas aulas no instituto!
Parabéns, Bom Despacho! (Portal iBOM / Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por BD e SP / Imagem ilustrativa).