Mosaicos: nossos fervilhantes escritores e outros assuntos
LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR – O título dessa coluna adveio da leitura dos textos de Paulo Teixeira Campos. Estou organizando um livro com suas crônicas e ele, ao tratar de assuntos vários, sempre usava esse título. Mosaico é uma composição de vários pequenos fragmentos. E é isso o que eu queria aqui, pois acumularam-se muitos assuntos. Mosaico também será o título do livro. Em breve, darei notícias a respeito, prometo.
A primeira notícia que gostaria de dar aqui é o falecimento de meu tio Luiz Negreiros. Major do Exército, ele comandou o Tiro de Guerra aqui em Bom Despacho nos anos 90. Faleceu no Rio de Janeiro, onde há anos vivia em Cabo Frio e lutava contra um câncer no pulmão. Minha postagem no Facebook trouxe inúmeras mensagens de conforto e pessoas que lembraram-se dele com carinho: a Lilian, ao Fábio Mingau, a todos agradeço. Sérgio Cunha, jornalista e escritor, enviou inclusive uma coluna que já publicou a respeito dele em outro espaço na Internet. Sérgio é também escritor e passou-me uma de suas produções, 4 Pedaços E-mail, para que analisasse. Eu indiquei a ele Eduardo Lucas Andrade, meu editor.
Outro falecimento foi o de minha tia-avó Teresa, irmã de Alcino (o Zi), a esposa de Sebastião Lopes Cançado. Ele era auxiliar de escrita e trabalhou no “Costa Irmãos”, junto ao meu avô Mário Morais. Teresa morava na rua atrás da rodoviária, rua Ari Marques.
Outro assunto são os escritores e seus livros. Para comemorar os 100 anos da Semana de Arte Moderna, dia 11 de fevereiro fiz uma live sobre Oswald de Andrade junto da Academia Bom-Despachense de Letras. Estou para lançar um livro meu, Museu de Grandes Novidades, contendo um inédito (Marco Zero III: Beco do Escarro, fragmentos inéditos de autoria de Oswald de Andrade que garimpei na UNICAMP em 2007). É Bom Despacho a produzir publicações relevantes em nível nacional. O evento online foi emocionante e só teve feras: Denise Coimbra (que também é escritora e que logo comentarei mais, realizou um livro chamado 54, Rua da Alfândega), Ronniere Menezes (que já falou de Chico Buarque em Paris e tocou bossa nova em Nova York, ficando na casa de meu tio Paulo em Goldensbridge), dentre muitos outros.
Ainda sobre os nossos fervilhantes escritores: Vander André Araújo, leitor assíduo desse Jornal de Negócios, autor do livro de contos Roupa Suja de Inconfidente, envia-me notícias. Esse livro resgatou parte importante da cultura de Bom Despacho. Lugares da cidade, como Praça São José, foram retratados nesse livro e viraram palco para seus personagens, num misto de crônica com literatura clássica. Vander irá lançar seu novo livro no dia 4 de março. Seu novo rebento intitula-se Pode Durar o Tempo de Uma Música, editora Adelante, no Espaço La Bluh, rua Ruth Chaves Maia, 15, Jardim dos Anjos, Bom Despacho (MG).
E em Bom Despacho há muitos escritores: são trezentos, são trezentos e trinta: Toninho Saudade, Tadeu Teixeira, Wagner Cruz, Luiza e Regina Garbazza, Dilermando Cardoso, Gísila Cicelaine.… Em meu livro comentei alguns. Mas são muitos, são legião. Espero que nessa coluna, posteriormente, consigamos mapear ou resenhar alguns desses seres múltiplos.
Lúcio Emílio dos Santos Júnior é filósofo, professor e escritor
FOTO: o autor bom-despachense Vander André, que está lançando o livro “Pode Durar o Tempo de uma Música”