Júlio Edstron: “manter a humildade e aprender todos os dias”

ENTREVISTA EXCLUSIVA: Júlio Edstron Secundino Santos

O advogado bom-despachense Júlio Edstron Secundino Santos, 42 anos, é o novo secretário de Estado da Fazenda do Tocantins – cargo que assumiu em dezembro de 2021.

Júlio nasceu e foi criado no bairro São Vicente – “nosso amado Campo”, diz com orgulho. Estudou no Colégio Tiradentes e concluiu o ensino fundamental no EJA. Trabalhou na antiga CAF e no extinto SESC. Formou-se em Direito na Unipac em julho de 2008 e no mesmo semestre começou a dar aula na faculdade. Trabalhou em Brasília/DF, onde fez mestrado e doutorado. Estudou também na Espanha. Após ocupar vários cargos, em dezembro de 2021 foi convidado pelo governador do Tocantins, Wanderley Barbosa, a assumir o cargo de Secretário de Estado da Fazenda.

Nesta entrevista exclusiva ao editor Alexandre Coelho, Júlio Edstron fala da sua história em Bom Despacho, da carreira, dos novos desafios e dos planos futuros. Conta da saudade que sente do que deixou em Bom Despacho e diz que “por convite e escolha consciente, a minha vida e da minha família é no Tocantins. Me sinto realmente honrado em servir um Estado que me recebeu muito bem”.

Júlio Edstron é casado com Roseli de Fátima Santos e um filho, Victor Rafael Secundino Santos.

Veja na entrevista a seguir.

iBOM – Onde estudou aqui? Formou-se em Direito em que ano?

JÚLIO EDSTRON – Eu estudei no Colégio Tiradentes e terminei o ensino fundamental no EJA. ingressei no curso de Direito da Unipac, me formei no mês de julho de 2008 e por confiança do então coordenador Prof. Mozart Foschete no mesmo semestre comecei a lecionar na instituição de ensino onde me graduei.

iBOM – Você trabalhou no SESC. O que levou dessa experiência?

JÚLIO EDSTRON – Meu primeiro emprego formal foi na CAF, tanto na área agrícola, quanto no setor administrativo.
Anos depois tive a oportunidade de trabalhar no SESC, local em que aprendi muito com a Bete, Jane, Wilton, Selma e até mesmo com o Dr. Robinson – um dos bom-despachenses mais ilustres da história de nossa cidade.

Acredito que as maiores lições que levei daquela época foram a preocupação com questões sociais, a experiência de ter trabalhado com a terceira idade e a relevância do Terceiro Setor para o Brasil, sobremaneira do Sistema “S”.

iBOM – Onde você trabalhava e qual função exercia em Brasília quando foi convidado para o cargo de Secretário da Fazenda do Tocantins?

JÚLIO EDSTRON – Nós nos mudamos para Brasília devido a um convite do Prof. Mozart Foschete para trabalhar com ele na Universidade Católica de Brasília.

Na UCB fiz grande amigos, tenho grandes mestres, estudei em escolas de relevância nacional e também na Universidade de Salamanca, na Espanha.

Ainda no DF fiz meu mestrado em Direito na UCB, o doutorado no UniCEUB, aprendi a pesquisar e a publicar e até hoje me mantenho como editor de periódico científico de relevância nacional.
Por indicação trabalhei como assessor parlamentar e de liderança na Câmara dos Deputados tendo experiência em processo legislativo e também em orçamento público.

No DF aproveitei outra oportunidade ímpar e trabalhei na ANASPS, uma associação de servidores da Previdência Social com cinquenta mil associados. Aprendi muito com seus fundadores Dr. Paulo, Dr. Alexandre e Dra Elienai.

Devido a uma grande amizade constituída durante o meu doutoramento fui convidado a trabalhar no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, onde exerci a função de diretor-geral da Escola de Contas. Posteriormente recebi o convite para colaborar no gabinete do Procurador-Geral de Contas e depois o governador Wanderley Barbosa me incumbiu da missão de direcionar os esforços da Secretaria da Fazenda do Estado.

IBOM – Como foi o convite para o cargo? Veio de quem?

JÚLIO EDSTRON – O meu convite veio devido a indicação e a confiança de uma pessoa que eu admiro muito do Tribunal de Contas e pela confiança do governador Wanderley Barbosa no meu currículo acadêmico e profissional.

IBOM – Você já conhecia o governador? 

JÚLIO EDSTRON – Não, eu não o conhecia pessoalmente. Sou um técnico, cientista do Direito, uma pessoa que tem profunda admiração pelos políticos, seres humanos altruístas que possibilitam a construção da democracia e dos direitos fundamentais. Mas, meus méritos – se tenho algum – são de estudar, pesquisar, publicar e vivenciar a administração pública e o desenvolvimento da atividade financeira do Estado.

iBOM – Quando assumiu o cargo?

JÚLIO EDSTRON – Eu assumi o cargo no dia 28 de dezembro, em pleno fechamento do orçamento de 2021. Um volume altíssimo de pagamentos. Já pensou o que é o pagamento de folha e despesas de todo um Estado federado?

Tenho a consciência e a gratidão que aquele momento só foi superado pelo profissionalismo e apoio de todos os servidores da SEFAZ e devido à confiança do Governador e de toda a sua equipe.

IBOM – Ao assumir, qual foi o desafio posto pelo governador?

JÚLIO EDSTRON – As principais missões dadas pelo Governador foram manter o equilíbrio fiscal, incentivar o desenvolvimento do Estado e manter os altos padrões de eficiência e probidade da Secretaria da Fazenda do Estado do Tocantins.

IBOM – Quais são os principais desafios que tem pela frente no cargo que ocupa?

JÚLIO EDSTRON – Os desafios de exercer qualquer função pública são manter a humildade para continuar a aprender todos os dias, o compromisso para atender o princípio constitucional da eficiência e o dever de cumprir as leis e os preceitos do Estado Democrático e Republicano de Direito.

IBOM – Você tem ou já teve militância político-partidária?

JÚLIO EDSTRON – Não, eu não tenho histórico de militância política, mesmo tendo trabalhado dentro do Congresso Nacional. Apesar de respeitar e admirar a classe política, pessoas que exercem a arte de fazer o (im)possível como já escreveu um dos nossos ex-presidentes da República, sou apenas um agente público.

IBOM – Quais seus planos pessoais para o futuro? Continuará no Tocantins? E o magistério?

JÚLIO EDSTRON – Meu plano é liderar e auxiliar a minha equipe a fazer com que a SEFAZ seja uma peça eficiente da gestão pública tocantinense, auxiliar o desenvolvimento do Estado do Tocantins e continuar a possibilitar que políticas públicas sejam asseguradas neste momento conturbado da história mundial.

Por convite e escolha consciente, a minha vida e da minha família é no Tocantins. Me sinto realmente honrado em servir um Estado que me recebeu muito bem.

Quanto ao magistério, sou um razoável professor de Direito. Sou um docente, muito ou pouco e isso não importa, lecionar é uma parte que me faz muito feliz e realizado.

Continuo a lecionar quase que normalmente, inclusive na FASF de Luz, um lugar em que realmente me sinto em casa, principalmente por causa do Professor Gustavo Carvalho e da Professora Heloisa.

IBOM – Como é sua relação atual com Bom Despacho? Vem muito à cidade?

JÚLIO EDSTRON – Minha atual relação com Bom Despacho é de respeito. Nossa cidade é um prodígio, temos cidadãos ilustres no passado, no presente e provavelmente no futuro.

Bom Despacho é surpreendente. Aqui no Tocantins, por exemplo, conheci um brilhante professor bom-despachense, titular da UFT, chamado Airton Cançado, um docente de renome nacional na área de Gestão Social.

Infelizmente, não visito Bom Despacho como eu queria por causa dos compromissos profissionais que venho acumulando ao longo dos anos.

IBOM – Do que tem mais saudade em Bom Despacho?

JÚLIO EDSTRON – Tenho grande saudades da família, minha mãe morava em Bom Despacho até o ano passado, meus tios, primos e grandes amigos vivem na cidade.

IBOM – Como vê a cidade de Bom Despacho e suas perspectivas?

JÚLIO EDSTRON – Para mim Bom Despacho sempre será a cidade da minha família, meus avós, pais, tios, primos e de grandes amigos.

Com um olhar de quem está fora e de quem não tem a pretensão de ser um protagonista em Bom Despacho, o meu desejo é que a cidade, suas lideranças, a sociedade civil organizada e a sua população busquem um consenso democrático para que haja um encontro de esforços e possibilidades. Nossa cidade precisa de um reencontro com o caminho para o desenvolvimento econômico e a efetivação da proteção social aos necessitados. (iBOM / Foto: Arquivo pessoal).

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