Precisamos avançar mais, afirma Bertolino em entrevista

Único entre os 4 candidatos a prefeito que aceitou responder sem qualquer restrição a entrevista proposta pelo Jornal de Negócios, Bertolino da Costa fala de temas polêmicos como fábrica da Piracanjuba, aumento do IPTU, terceirização da frota municipal e asfaltamento de ruas que está em andamento.

As 5 primeiras perguntas envolvem propostas e visão de governo. São as mesmas perguntas feitas também a Maurício, Haroldo e Joice, que optaram por não responder. As outras 5 perguntas são específicas para o candidato e se baseiam em questões que envolvem a administração municipal.

Veja na entrevista a seguir.

 

Na sua opinião, quais ações e iniciativas caracterizam uma gestão moderna, eficiente e transparente nos dias de hoje?

O segredo está nas três palavras que você usou: transparência, eficiência e modernidade.

A eficiência nos garante que o dinheiro está sendo usado sem desperdício e com eficácia. A transparência garante que o cidadão possa saber exatamente, e a qualquer momento, para onde está indo o dinheiro dos seus impostos. Já a modernidade, ela engloba os dois conceitos anteriores, pois não se admite, nos tempos atuais, uma administração que não seja transparente e eficiente.

No entanto, modernidade acrescenta, principalmente, a ideia de que a administração esteja cuidando dos assuntos que mais interessam à coletividade. E usando instrumentos adequados para tanto. Instrumentos adequados são, por exemplo, Internet e tecnologia da informação. Mas, acima de tudo, são servidores educados, cordiais, bem informados, atualizados e comprometidos com o cidadão e com a cidadania.

 

Quais são, especificamente, as principais demandas e necessidades de Bom Despacho na atualidade?

As demandas mais fundamentais do município quase não mudam. O cidadão quer boas escolas para seus filhos, atendimento humano e competente na saúde, ruas bem cuidadas, estradas rurais com boa manutenção, segurança pública eficaz, bons empregos e oportunidades.

No nosso programa de governo nós incluimos cada um destes itens e muitos outros. Bom Despacho progrediu muito nos últimos 8 anos e nós precisamos avançar mais. É isto que está no projeto para o quadriênio 2021-2024.

 

O que o levou a escolher sua vice? Caso eleito, qual será a participação da vice na sua gestão? Ela assumirá alguma secretaria ou função executiva? Qual?

A escolha de vice é um processo longo e cuidadoso. Temos que escolher não só uma pessoa boa e competente, mas também uma pessoa que agregue. Mas não é uma escolha solitária. Embora a decisão final tenha sido minha, eu contei com a ajuda, opinião e apoio de muitos amigos e companheiros. Ouvi muita gente. Conversei com muitas pessoas de bem, qualificadas para o cargo. O que eu queria é que a pessoa fosse competente, honesta, trabalhadora e com disposição para cuidar das pessoas. Havia muitos excelentes companheiros de caminhada. Mas, no final, a escolhida foi Juliana devido à sua grande experiência no acolhimento das pessoas. No momento que estamos vivendo, carinho e amor ao próximo são coisas de que precisamos muito. Juliana já mostrou ter enorme capacidade de dedicar-se ao próximo e acolher os que mais carentes de atenção.

 

Na sua opinião, com os problemas causados à economia pelo Covid-19, qual será o maior desafio de quem assumir a prefeitura de Bom Despacho a partir de 2021?

O Covid-19 trouxe dois grandes problemas para a humanidade: os perigos para a saúde e os perigos para a economia. Os dois são preocupantes. Quando aumenta muito o número de doentes na cidade os gastos com a saúde crescem e as condições de atendimento caem. Mas quando tomamos medidas para minimizar a transmissão da doença, corremos o risco de prejudicar a economia. E quando a economia está prejudicada, todos sofrem. No caso de Bom Despacho nós buscamos e continuaremos buscando a busca o equilíbrio. Vamos evitar ao máximo prejudicar a economia, mas sem descuidar da saúde. É o que já estamos fazendo. A economia de Bom Despacho praticamente já voltou ao normal. Em algumas áreas estamos com grande geração de empregos. Ao mesmo tempo, temos os melhores resultados da região, com menos internações, menos mortes e mais recuperação. Bom Despacho está se saindo bem desta situação muito complicada.

 

Desemprego é um problema que hoje preocupa a maioria dos brasileiros. Cite 5 (cinco) medidas concretas que, se eleito, a administração municipal tomará para incentivar a geração de emprego e renda no município.

Nas últimas semanas o SINE tem anunciado cada vez mais vagas disponíveis. Isso é muito bom para uma cidade que está há quase um ano sob os efeitos de uma pandemia devastadora. Mas nós não nos abatemos. Já faz tempo que estamos trabalhando para acelerar o desenvolvimento de Bom Despacho. Nossos empresários são muito empreendedores e estão preparados para crescer. Já faz três anos que estamos fazendo licenciamento ambiental e isto está facilitando a instalação de empresas. Também estamos implantando um sistema próprio de selo para produtos animais com validade no Brasil inteiro. Isto também ajudará muito os produtores. Temos o grande projeto de captação de água do São Francisco. Isto, além de resolver o problema da água em nosso município, poderá gerar até 6.000 empregos no agronegócio. Também temos negociado a instalação de grandes empresas. Em breve teremos boas notícias.

 

Em fevereiro de 2019, o senhor e o então prefeito Cabral reuniram-se com a diretoria da fábrica de laticínios Piracanjuba oferecendo apoio para a empresa instalar uma unidade aqui em Bom Despacho. Na época, a Piracanjuba reafirmou seu interesse de montar uma indústria na cidade. Entretanto, até hoje ela não veio. O que aconteceu? Por quê a Piracanjuba ainda não se instalou em Bom Despacho?

Em 2018 ficamos sabendo que a empresa Piracanjuba ia se instalar em Luz. Imediatamente fizemos contato com seus diretores para convencê-los a montar a indústria em Bom Despacho. Depois de três reuniões aqui, nós fomos à sede da empresa, em Goiás. Conosco foram diversos representantes da ACIBOM e empresários que estavam dispostos a ajudar na vinda da empresa. Nossas conversas foram bem-sucedidas.

Após conhecer nosso aeroporto, ver as vantagens do entroncamento da BR-262 com a MG-164, ver a boa qualificação de nossa mão de obra e a grande produção leiteira de Bom Despacho, os diretores optaram por instalar aqui sua nova fábrica.

Mas, durante as negociações, a Piracanjuba comprou a linha de leite em pó da Nestlé. Por causa disso adiaram os planos de construir uma nova indústria. Era preciso dar prioridade à incorporação das três fábricas montadas compradas por eles. Mas as portas de Bom Despacho estão abertas. Ano que vem recomeçaremos as negociações.

 

Na campanha eleitoral de 2016, o prefeito Fernando Cabral, tendo o senhor como vice, reafirmou que não haveria aumento do IPTU na atual gestão. No entanto, muitas pessoas vão às redes sociais reclamar do valor do IPTU de seus imóveis. Outros candidatos a prefeito prometem inclusive reduzir as alíquotas. Afinal de contas, o IPTU aumentou nesta gestão? O senhor é a favor de aumentar o IPTU?

Não, não sou a favor. Mas é importante dizer que a alíquota do IPTU de Bom Despacho foi estabelecida em 2003 pelo então prefeito Geraldo Simão Vaz há quase 20 anos. Desde 2003, todos os anos é feito o reajuste anual de acordo com a inflação. Foi assim em todas as gestões. É lei. A prefeitura não pode deixar de atualizar o IPTU, da mesma forma que os patrões não podem deixar de reajustar o salário mínimo todos os anos. Pessoas desonestas que fazem oposição soltam acusações maldosas na Internet tentando denegrir a mim e ao Cabral.

Esta estória de aumento de IPTU tem dois motivos. O primeiro, é que algumas pessoas confundem reajuste com aumento. Reajuste é atualização. Aumento só pode ser feito com aprovação da Câmara. São coisas muito diferentes. O segundo é que a oposição sempre bate nesta tecla. Como dizia o povo antigo, parece um disco furado.

 

O senhor foi criticado por sancionar uma lei aprovada na Câmara para regulamentar a posse de cães e gatos na cidade. Essa lei prevê a eutanásia de animais em situações limite, seguindo as regras estabelecidas pelo Conselho Federal de Veterinária. Mas as pessoas entenderam que a Prefeitura iria praticar a eutanásia para controlar a população de cães. Deputados e defensores de direitos dos animais fizeram críticas públicas à lei. Afinal de contas, o que aconteceu? A Prefeitura vai utilizar a eutanásia para controle populacional dos cães?

De forma alguma. Isso não é verdade. Muito pelo contrário. Em 2013 o ex-prefeito Cabral acabou com a morte cruel de cães que era praticada em Bom Despacho. Ele inaugurou o Centro de Zoonoses e fez uma parceria com a Associação Bicho Amigo. Desde então os cães são tratados por voluntários com ajuda da prefeitura. Recentemente a Câmara aprovou uma lei que aumenta a capacidade de castrar animais de rua para evitar que eles se reproduzam de forma descontrolada.

No entanto, os vereadores retiraram um trecho da lei e a deixaram mais obscura. Com isso, pessoas de má-fé passaram a dizer que a eutanásia teria sido adotada para controlar a população de cães. A própria presidente da câmara, que presidiu a aprovação lei, disse isto. Mas você cidadão pode ficar tranquilo. Isso é mentira. Eutanásia, só para casos em que o animal estiver sofrendo e não houver salvação. A lei garante isto. A Bicho Amigo e outros protetores dos animais garantem isto.

 

Outros candidatos a prefeito, e também candidatos a vereador, criticam a atual gestão por terceirizar a frota de veículos da Prefeitura. Hoje, o município praticamente não tem veículos próprios. Quase todos são alugados. Mas de acordo com esses críticos, alugar custaria mais que comprar e manter os veículos. Afinal, na sua opinião, qual é a melhor alternativa para o município? Quais as vantagens da alugar a frota como faz hoje a sua gestão?

Frota terceirizada é a melhor alternativa. Tribunais, governos estaduais, governos municipais e empresários usam isto. Até mesmo a Polícia Federal terceiriza sua frota.

Nós fazemos isto na Prefeitura porque a terceirização é maneira mais econômica. A Prefeitura não precisa ser dona dos carros. Precisa que eles estejam disponíveis para trabalhar e atender a população. Os veículos alugados são usados no máximo por 2 anos. Estão sempre novos.

Outro fator é o uso do dinheiro. Se a Prefeitura comprar um carro por R$ 100 mil, esse dinheiro fica empatado. Mas se pagar R$ 1.500,00 de aluguel por mês ela pode usar aqueles R$ 100 mil em obras, saúde, educação e outros serviços. O cidadão não tem benefício com carros da Prefeitura, mas sim com as obras. É por isso que empresas e governos bem administrados preferem alugar.

 

O senhor tem sido criticado pelo fato de a Prefeitura estar asfaltando ruas durante o período eleitoral. Segundo essas críticas, postadas nas redes sociais, trata-se de “asfalto eleitoreiro”. Argumentam que a administração municipal guardou recursos para aplica-los em asfaltamento às vésperas da eleição apenas para ganhar votos. O que diz a respeito disso?

Olha, nossa gestão, minha e do Cabral, foi a gestão que mais asfaltou vias públicas em Bom Despacho. Mas isso aconteceu durante os 4 anos de mandato. Asfaltamento é um dos nossos compromissos de campanha. Durante todo o mandato nós buscamos recursos para investir em urbanização. Projetos e financiamentos muitas vezes demoram para ser aprovados e haver a liberação dos recursos. Muitos saíram este ano.

O que estamos fazendo é cumprir nosso papel. Quem faz essas críticas certamente não mora em ruas de terra. Só quem enfrenta poeira e barro o ano inteiro sabe o quanto é importante urbanizar e asfaltar as vias públicas. É uma questão de levar qualidade de vida e saúde para as famílias que ainda moram no barro e na poeira.

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