Cercamento da Mata do Batalhão: uma realidade auspiciosa

TADEU ARAÚJO – A maioria dos cidadãos de Bom Despacho que conhecem cidades em suas viagens internas e até internacionais, cidades do porte da nossa ou até maiores, não têm um parque ecológico como o que está virando realidade em nossa terra natal: o Parque Mata do Batalhão, orgulho desse pulmão verde que recebe agora os devidos cuidados.

Vinte anos se vem lutando por sua criação. Gente de ideal, de amor à natureza e de fibra já lutava por isso, a partir de 1997/98.Naquela ocasião participei de algumas dessas reuniões. Isto 23 anos atrás. A partir daí, um grupo de cidadãos lenientes reunia-se toda semana na sala do comandante do Sétimo, que geralmente apoiava a iniciativa e participava da elaboração de projetos para essa criação. Muitas vezes o titular do comando regional da PMMG, então sediado aqui, também se juntou a nós na luta para que o Governo do Estado de Minas nos cedesse a imensa área com nascentes, matas e abrigo de várias espécies de pássaros e animais. Todo esse tesouro, com riscos de depredação, bem no coração da zona urbana.

Certamente o Robson e a Malê, o Zuca, o Vilson, o João Faquinha, e outros como comandantes do Sétimo e da Região Militar. Eles se lembrarão com certeza daquele sonho da instalação de um pulmão verde naqueles cerca de 30 hectares quase no centro de Bom Despacho. Apesar de todos os esforços, o Estado e o próprio comando da PMMG não davam o mínimo sinal de que iriam atender nossas solicitações. Com o tempo a chama desse combate foi se amainando e por alguns anos não se falou no assunto.

Certo dia, por volta de 2012/13, conversando com o jovem e entusiasmado ecologista Elano Ferraz, perguntei-lhe se ele me ajudava a formar uma nova comissão para reiniciar o sonho do Parque Mata do Batalhão. Ele achou a ideia muito viável. Pusemos mãos à obra e em pouco tempo já tínhamos a adesão de muitas pessoas para continuarmos a perseguir o sonho de darmos a Bom Despacho um parque ecológico municipal monumental.

Gente como o coronel José Luís Nunes, o Robson, a Malê, o então vereador Marcos Fidelis, o João Faquinha, o Dimas Cardoso, o atual vereador Branco e a esposa, o Vilson… e outros cujos nomes a memória agora me falha.

E conversávamos. E projetamos. E buscamos apoio de deputados e outros políticos, de coronéis e tenentes-coronéis do Sétimo Batalhão e do Estado de Minas Gerais. De empresários, intelectuais e ecologistas daqui e de fora.

Mas estava difícil. Parece que o governo do Estado e a cúpula da PMMG relutavam em atender nossos apelos.

Até que um dia um anjo da legião de guarda de Bom Despacho disse amém. Toda a nossa comitiva recebeu com júbilo o beneplácito do governador de Minas, Antônio Anastasia. Sua Excelência assinou um documento nos cedendo o terreno pertencente à PMMG, por vinte anos de comodato, com possibilidade de extensão por mais vinte para que tivéssemos nosso parque ecológico.

Era necessário apresentarmos um estudo técnico informando à Secretaria Estadual do Meio Ambiente o tipo de solo, a variedade da fauna e da flora e os cursos d´água do lugar. Isso requeria uma boa soma em dinheiro e o custeio de profissionais para realizar tal trabalho. A Prefeitura não se dispôs a ajudar-nos. O que fazer. Corremos atrás das empresas e a Arcelor Mittal nos ouviu e nos salvou. Me lembro que ela nos destinou alguns de seus especialistas e nos doou uma verba de 20 mil reais para outras despesas vindouras.

Aleluia, tudo está consumado, pensei. Habemus parque. Em 2013, entregamos tudo à Prefeitura para ela criar e executar os projetos do Parque e as obras para um recanto turístico, um palácio da ecologia, que orgulharia nossa cidade para sempre.

Mas deu zebra. Os projetos foram engavetados por 6 anos. O poder público ignorou ou não achou viável tal empreendimento. Mas os teimosos cidadãos continuaram mexendo daqui e dali, zelando do local. Recebendo mudas de árvores (10.000 à disposição, esterco e adubo) de uma empresa multinacional francesa e de outra, a Nordesta, com ligações com Arcos. Empresas empenhadas em reflorestamentos em quase 50 países do mundo.

Mas aquele anjo, um belo dum Serafim, a mando de Nossa Senhora do Bom Despacho, inspirou nosso líder coronel José Luís de Oliveira, já reformado. Hoje ele é vice-presidente do Rotary Club Bom Despacho, onde recebeu apoio de seus pares, já empenhados no projeto “Salvando Nascentes.” Com uma vocação inata para liderança, José Luís arrebanhou dezenas de homens, mulheres e jovens que o foram ajudando a combater as profundas voçorocas, a reflorestar já com 1.900 mudas os terrenos “pelados’’, cercar com placas educativas o perímetro da mata, educando assim a população e buscando o apoio para preservação do lugar.

 

A ação do Prefeito Bertolino e de deputados

Recebi a notícia auspiciosa por parte do líder José Luís Nunes, do prefeito Bertolino e do editor do Jornal de Negócios, Alexandre Coelho, que, com verbas cedidas por deputados votados na cidade e complementadas pela prefeitura por decisão e empatia do prefeito Bertolino da Costa Neto com a criação do Parque Mata do Batalhão – uma área verde urbana incomparável, à frente de cidades de porte maior do que a nossa -, que o terreno será cercado. Serão 2006 metros de alambrado para resguardar o tesouro que Bom Despacho acaba de receber. Isso para iniciar-se brevemente, logo depois do resultado da licitação para implantação da obra.

Quero ressaltar que nosso atual prefeito Dr. Bertolino – que substitui o grande administrador Fernando Cabral -, está honrando o cargo que ocupa. Ouvindo e associando-se a seus munícipes com humildade, inteligência e grandeza d’alma, Dr. Bertolino vai beneficiando e trazendo progresso para seu povo.

O Parque Mata do Batalhão é uma conquista do ideal e do trabalho de cidadãos, lideranças, empresários, deputados e do poder público municipal em mãos esclarecidas e dinâmicas.

Bom Despacho de hoje, pelo cercamento dessa obra agradece a todos, inclusive aos anjos e arcanjos que nos abençoam e protegem a mando de Deus e a pedido de Nossa Senhora.

Amém

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