Dois anos amolando os bom-despachenses com meus escritos

ALEXANDRE MAGALHÃES – No dia 5 de setembro de 2018 o Jornal de Negócios publicou minha primeira coluna no semanário. À época, o Jornal de Negócios saía fisicamente todas as semanas e eu observava que meu sogro ajudava a entregar os exemplares nos principais pontos de comércio da cidade, sem saber que ele era um dos mais lidos colaboradores do periódico. Quando fiquei sabendo que ele escrevia para o jornal, passei a ler as colunas de meu sogro, que sempre privilegia a história de Bom Despacho e dos bom-despachenses ilustres.

Passei um ano lendo suas colunas inspiradoras e, paralelamente, fui aprendendo sobre Bom Despacho e sua cultura. Comentava com minha namorada bom-despachense sobre as diferenças entre as culturas de minha cidade, São Paulo, e minha nova cidade por adoção. Fazia muitas observações para ela e para meus novos amigos bom-despachenses e todos concordavam que as diferenças culturais entre as cidades eram enormes e, algumas, muito engraçadas.

Um dia, comentei com minha namorada bom-despachense que eu havia escrito colunas semanais para dois jornais paulistanos, sendo um artigo semanal sobre cinema e um sobre teatro. Ela, então, me perguntou sobre o porquê de eu não escrever sobre meus pontos de vista sobre a cidade para o Jornal de Negócios. “Claro, eu poderia tentar. Se você e todos seus amigos gostam de minhas histórias comparando ambas as cidades, por que não tentar?”.

Seguindo suas orientações, fui falar com meu sogro sobre esta possibilidade. Ele, sem saber se eu sabia escrever bem ou não, não levou minha proposta muito a sério. Desisti.

Minha namorada bom-despachense não desistiu e me prometeu que iria falar diretamente com o Alexandre Coelho, editor do jornal. Este, também sem saber se eu tinha pontos de vista interessantes, pediu que eu lhe enviasse dois ou três textos para que ele pudesse avaliar minhas parcas habilidades de colunista.

O editor gostou dos primeiros textos e nossa parceria começou em setembro de 2018, mês de aniversário meu e de minha filha Isabella. Foi um presente que recebi de Bom Despacho, me proporcionar esta alegria semanal de ter meu texto publicado.

O primeiro texto foi sobre meu espanto com a qualidade do tráfego em Bom Despacho, onde a maioria esmagadora dos motoristas respeitam as rotatórias e os pedestres que atravessam na faixa, enquanto em São Paulo vale a lei do mais forte: carros passam por cima dos pedestres e ainda xingam  o pobre transeunte, além de desrespeitar as rotatórias todas.

Depois disso, falei sobre a culinária, a cultura, a língua e a sonoridade da língua bom-despachense, as festas como a Folia de Reis e o Reinado, a facilidade de se conhecer a todos na rua, os grupos de corridas e pedalada na cidade, o grupo de amigos que amam boa comida e música, o Circuito dos Ranchos, sobre os animais do município, desde cães e gatos que encontrei nas ruas, até os animais silvestres que tanto me encantam, como cobras, quatis, seriemas, carcarás e tamanduás, por exemplo, falei sobre os rios da região, especialmente sobre o Lambari e o Pará, dois rios lindos que tive a oportunidade de nadar neles, fiz relatos sobre minha viagem com minha namorada bom-despachense para o Peru, relatei minha relação com meus sogros, cunhados, novos amigos que fiz na cidade, como o Ivan do Na Praça Lanches, seu Tarcisio do Xuá Lanches, ao Marcelo e a Vera Cabral, narrei as alegrias que passei com meus dois cães paulistanos que trouxe para morar em Bom Despacho, a Lola e o Lucky, e depois, da tristeza de ver os dois morrerem por doenças muito comuns em Minas Gerais, como Leishmaniose e doença de carrapato, mostrei a felicidade de minha filha Isabella ao conhecer a cidade, ao ver o céu da cidade, cheio de estrelas, diferente do poluído e desestrelado céu paulistano, seu primeiro contato com animais típicos de fazenda, como vacas, cavalos, galinhas e porcos, enfim, falei de muita coisa que o bom-despachense desfruta em sua cidade, e que muitas vezes nem dá valor, e que encantam um paulistano como eu.

Nestes dois anos, interagi com muita gente que comentou meus textos nas mídias sociais ou no website do Jornal de Negócios, sendo que a grande maioria das mensagens foi elogiosa e entendendo meus pontos de vista.

Por causa desta parceria de dois anos, pude me sentir um verdadeiro “quase artista de novela” na cidade, pois sou reconhecido quando ando, corro ou pedalo pelas ruas de Bom Despacho.

Para comemorar este aniversário de colaboração, gostaria de agradecer a minha personagem principal, minha namorada bom-despachense, sua família, ao Alexandre Coelho, editor do semanário, ao Ivan, ao Tarcisio, ao Marcelo e Vera, o pessoal do CorreBom, aos membros do Circuito dos Ranchos e, especialmente, a todos os bom-despachenses que me leem ocasionalmente e que permitem perceber as enormes diferenças entre as duas cidades que tenho dividido meu tempo, Bom Despacho e São Paulo, com grande vantagem qualitativa para a primeira citada. Obrigado a todos os citados e aos não citados. Espero contribuir por muitos anos mais, mantendo a qualidade esperada por todos os cidadãos desta cidade que aprendi a amar e respeitar. Tim-tim!

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

One thought on “Dois anos amolando os bom-despachenses com meus escritos

  • 7 de abril de 2022 em 12:59
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    Gosto muito de ler suas histórias!

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