Sinal de alerta contra a violência doméstica em BD

 

A violência doméstica contra a mulher preocupa autoridades, profissionais de saúde e de assistência social em Bom Despacho. “O município tem índices elevados de violência doméstica e há muitos casos que ainda não são relatados porque as vítimas têm receio de denunciar”, disse ao portal iBOM a psicóloga Marina Aparecida Silva Apolinário, 31 anos, coordenadora do CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), serviço municipal que dá assistência a pessoas e famílias em situação de risco social ou que tenham direitos violados.

De acordo com Marina, grande parte das mulheres desconhece o que está previsto da Lei Maria da Penha – nome dado à Lei Nº 11.340, de 7/8/2006, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. “Muitas mulheres até sabem que a lei existe, mas não conhecem seus direitos”. A psicólogoa ressalta que existem 5 tipos de violência praticadas contra a mulher: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. “Por isso precisamos fortalecer a rede de apoio e conscientizar a comunidade sobre as medidas de proteção existentes para mulheres que enfrentam essas situações. Toda violência precisa ser evitada e combatida”.

Palestra
Essas questões foram discutidas por mais de 120 autoridades e profissionais de saúde, ação social e segurança pública de Bom Despacho e região durante palestra feita no auditório do 7° Batalhão dia 15/8 pela promotora de Justiça Patrícia Habkouk, do Ministério Público de Minas Gerais. Habkouk, que coordena o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, falou sobre “Desafios de Enfrentamento à Violência Doméstica”. O objetivo do evento foi capacitar os servidores sobre tipos de violência, medidas de afastamento, acompanhamento e orientação dos envolvidos. “Mulheres atingidas por qualquer tipo de violência doméstica devem procurar as autoridades e acionar a rede de apoio que existe para atendê-las”, ressaltou Marina.

Passeata
No próximo sábado, 26/8, o CREAS promove duas passeatas com o objetivo de chamar a atenção da comunidade para o problema da violência contra a mulher. Uma sairá da Praça Inconfidência e outra da Praça Irmã Maria, no São Vicente. Ambas vão se encontrar na Praça do Rosário, onde haverá ações de conscientização para os participantes.

Códigos de pedido de socorro em caso de violência

Uma mulher chega e, sem dizer nada, mostra a palma da mão com um “X” vermelho escrito nela usando caneta, pincel ou até batom. Este sinal indica que aquela mulher é vítima de violência doméstica e está pedindo ajuda naquele momento. Geralmente o agressor está perto e por isso a mulher não fala nada. Apenas mostra seu pedido silencioso de socorro.

Outra senha usada por mulheres vítimas de violência, especialmente em estabelecimentos comerciais, é entrar dizendo que veio buscar “a encomenda da Penha” – referência à autora da Lei Maria da Penha.

Ao se deparar com situações assim, a pessoa deve ligar imediatamente para o 190 e acionar a Polícia Militar. (Reportagem Portal iBOM)

One thought on “Sinal de alerta contra a violência doméstica em BD

  • 26 de agosto de 2023 em 02:07
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    MOREIRA, Cícero Nunes. A PASSAR DE LARGO: VITIMIZAÇÃO REPETIDA E VIOLÊNCIA CONJUGAL. 2006. 128 fls. Monografia (Curso de Especialização de Gestão Estratégica de Segurança Pública – CEGESP) – Academia de Polícia Militar, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte. 2006.
    Este trabalho acima citado deu origem à inclusão, no portfólio de serviços da PMMG, da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica. Foi um reflexão à qualidade da resposta do Sistema de Defesa Social ao problema, de modo a evitar as tradicionais desculpas: “nada está acontecendo”, “não sei de nada”, “ela está louca”, “não sei porque ela chamou polícia”…
    Então a PM passou, com apoio aos demais órgãos, a convocar o indivíduo para agilizar a responsabilização, a solicitar intervenção especializada dos serviços de assistência, a fazer visitas posteriores.
    Na pesquisa apareceu um caso de uma senhora, vítima de eventos repetidos, em cujo endereço foram encontrados dezenas de acionamentos ao longo do período pesquisado, evidenciando o Ciclo da Violência: 1 – Fase da lua de mel, 2 – Fase da intensificação da tensão, 3 – Fase da explosão, 4 – Fase da reconciliação; como diz um cantor: “entre tapas e beijos”.
    Um caso triste cuja solução exige empatia e intervenção especializada, com treinamento das equipes responsáveis por atender este tipo de demanda, a relatar o ocorrido com mais detalhes, a notar sinais de coação e de ameaças para garantir silêncio, de modo a não minimizar os episódios.
    “A PASSAR DE LARGO” foi inspirada na conhecida e recitada Parábola do Samaritano, único a se importar com o certo indivíduo atacado e maltratado por salteadores, quando ia de Jerusalém para Jericó. Conforme a parábola, um sacerdote e um levita, autoridades da religião judaica, viram o problema e foram embora sem ajudar, contudo, um samaritano (dos gentios instalados em Samaria por ordem do Rei da Assíria) fez a diferença e prestou o devido socorro.

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