Descobrindo a cachoeira do Vilaça em Bom Despacho

 

ALEXANDRE MAGALHÃES – Semanas atrás, um amigo bom-despachense, o Luciano, trabalhador da Justiça do Trabalho de Pará de Minas, mostrou um vídeo com imagens de uma cachoeira no Vilaça. Todos ao redor fizeram cara de espanto, já que ninguém conhecia essa parte de Bom Despacho.

Resolvemos ver a tal cachoeira, ver se ela é de verdade, ou era apenas um truque no Luciano para fazer seus treinos gigantes de bike, a antiga bicicleta.

Saímos cedo no domingo rumo ao Vilaça. Eu, que sempre prefiro correr, fui correndo os 13 quilômetros até a cachoeira. Namorada, Luciano, Delmiro e Giliard foram pedalando. Para não ficar muito para traz, saí meia hora mais cedo, já que as bikes costumam ser mais rápidas que os corredores.

Após os exatos 13 quilômetros, depois de muitas subidas e decidas, chegamos à cachoeira, mais ou menos ao menos tempo, eu e os ciclistas.

Que linda pequena cachoeira. Eu e a namorada, sempre atraídos por cachoeiras, mergulhamos no lago e entramos na cachoeira. Água gelada, boa para curar o cansaço da corrida.

Valeu a pena! Obrigado, Lu!

Voltei correndo, com o sol já alto e fui muito pesado. Ao final, sentamos no restaurante do Posto Vap e tomamos umas águas e umas cervejas, pois ninguém é de ferro.

Domingo maravilhoso, conhecendo uma parte de Bom Despacho que poucos conhecem.

 

Pequi acima de tudo, pequi abaixo de todos

Voltei a Bom Despacho no começo de fevereiro. No mesmo dia que cheguei à cidade, fui convidado a participar do aniversário do professor, diretor, violonista e tocador de cajón, o Lau.

Ao chegar, aproveitando que ainda havia luz do sol, passeei pelo terreno (ou terreiro, como dizem por estas plagas) e vi um pé de pequi. Contei ao Lau que em São Paulo não existe esta árvore, mas que havia um restaurante perto do IBOPE, onde trabalhei por dez anos, chamado Arroz com Pequi. Neste local, comi muito arroz com pequi, mas só fui conhecer a fruta quando dei aulas em Goiânia. Meus alunos fizeram questão de me levar a umas banquinhas na rua que vendiam o pequi. Explicaram sobre os espinhos perigosos e nunca mais reencontrei a fruta.

Até que comecei a frequentar Bom Despacho, onde há pés de pequis e onde parte da população “caça” pequis maduros nas estradas de terra.

Foto de arquivo

No sábado, no aniversário do Lau, o prato principal foi pequi com moela. Eu, que sou vegano em São Paulo e vegetariano em Bom Despacho, portanto não como carne de nenhum tipo, não provei o prato que foi elogiado por metade dos presentes.

Com passar do tempo, percebi que havia um grupo que não parava de repetir o prato, deliciando-se, especialmente, comendo o pequi com as mãos.

Havia um outro grupo, que não comia e olhava com nojo para quem estava comendo. Alguns tapavam o nariz, como se estivessem sentindo um cheiro de esgoto.

Em determinado momento, minha namorada pediu desculpas para uma senhora, dizendo que entendia que o cheiro do pequi causava nojo em algumas pessoas.

Só então percebi que o pequi é uma fruta que causa amor ou ódio nas pessoas. Nunca percebi isso antes. Claro, no restaurante em São Paulo, os clientes gostavam do pequi. E, em Goiânia, os alunos que me levaram para comprar a fruta, também adoravam o pequi. Em Bom Despacho, só comi pequi na casa da namorada, que é apaixonada pelo cheiro e gosto da iguaria.

Entendi que o pequi é a fruta que melhor representa o Brasil dos últimos anos: ou você ama ou você odeia, ou é partidário do pequi ou é contra a fruta.

Pequi acima de tudo ou pequi abaixo de todos.

Jornal Nacional dos bichos

Quando estou em São Paulo, visitando minha mãe ou irmãos, ou porque tenho reuniões presenciais em alguma empresa, mantenho contato com o dia a dia de Bom Despacho pelo portal do Jornal de Negócios, o site www.iBOM.com.br. Mais raramente, vejo algum conteúdo no Facebook ou no WhatsApp sobre a cidade.

Fico impressionado com o número de notícias sobre acidentes envolvendo veículos de todos os tipos e tamanhos. Tento confortar-me pensando que a cidade é pequena e cercada de estradas com pista única, com muitos buracos na pista, muitos deles causados pela chuva de verão, e que essa conjugação de fatores influencia os acidentes. Triste estatística.

As notícias que mais me dão prazer são as que envolvem imagens de bichos que são vistos na cidade ou perto dela, resgatados quando em perigo, ou simplesmente, desaparecidos na mata.

Nas últimas duas semanas vi imagens de dois tamanduás-bandeira em Bom Despacho. Um deles resgatado em um buraco na Garça e outro andando por alguma parte da cidade. Para um paulistano que não vê bicho em sua terra natal, com exceção de ratos e pombos, ver esses animais causa uma alegria imensa.

Outra história que vi, foi sobre uma onça, prenha, que apareceu na cidade, foi vista por algumas pessoas e desapareceu na mata. Felicidade ainda maior, já que a onça é um animal mais raro de ver na natureza.

Que continuem a serem vistos e que isso não seja um mau sinal de degradação de seu habitat natural e que estejam fugindo para as cidades para sobreviver.

 

Especiarias

Não votei e nem acompanhei a competição Festival Especiarias. Estava no show domingo, no qual os vencedores foram anunciados. Estava conversando com os amigos e não sei quem ganhou o quê.

Só prestei atenção na hora da divulgação do vencedor, a Peixaria Real. Fui recentemente ao local, assisti a um ótimo show do Leo Assunção, excelente músico e meu professor de violão. Não comi nada, pois sou vegano e é difícil encontrar algo para mim em uma peixaria. O ambiente da peixaria é agradável, único ponto que posso realçar do premiado.

Não sei quais restaurantes estavam participando do Festival, mas gostaria de deixar minha torcida, pós resultado final, o que não faz nenhum sentido, para o Bar do Ernani Ferramenta. Adoro este bar, sempre repleto de gente amiga e tentando criar pratos veganos e, sempre que chego lá, alguém corre para me dizer que há um prato novo, criado para agradar a um público chato como eu.

E, claro, há a graça de ser atendido pelo Ernani, cujo humor varia de acordo com as vitórias ou derrotas do Galo.

A cerveja está sempre gelada, além de só tocar música de ótima qualidade! Já estou com vontade de tomar uma gelada…

Parabéns aos ganhadores do festival! (Portal iBOM / Fotos: Arquivo pessoal Alexandre Magalhães).

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

One thought on “Descobrindo a cachoeira do Vilaça em Bom Despacho

  • 9 de março de 2023 em 22:08
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    Essa cachoeira é em
    Bom Despacho MG? Nunca ouvir falar dela, mora em uma cidade vizinha.

    Se for lá, já vou me programar para ir conhecê-la.

    Abraços!

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