Otacílio Farias, exemplar pai de família

Há pouco mais de 3 meses, em 24 de março, Bom Despacho viu partir para o reino de Deus um cidadão querido e admirado por sua retidão e simplicidade. Trata-se de Otacílio Rodrigues de Farias. Por tudo que conheci dele e, por seus merecimentos e valores, hoje eu homenageio sua memória nesta coluna. As provas de suas virtudes e responsabilidade começaram a ser vistas jovem ainda.

Responsabilidade

Seu pai, Galdino, faleceu precocemente, deixando-o e a seus nove irmãos órfãos, com a sua mãe Maria das Graças em dificuldades para criá-los. Otacílio, o mais velho da irmandade, muito jovem ainda, assumiu o posto de esteio da família. E por muito tempo, esquecendo-se muitas vezes de si mesmo, mostrou sua retidão como ser humano. Ele foi orientando, dirigindo e amparando a mãe e os irmãos, adolescentes ou bem crianças ainda, naquela fase sofrida de suas vidas. Esperou todos os irmãos se encaminharem na vida e foi o último a se casar.

Constituindo família

Otacílio veio a se casar em 1974 com a jovem Maria das Graças Cardoso de Farias. Ela é filha do fazendeiro José Felipe Cardoso e de Ana Maria das Dores, proprietários das terras em que mais tarde se formou o “Vale do Amanhecer”. Era uma moça originária de família da zona rural, como ele, e uma parceira preciosa para formar seu lar. Ela, além das obrigações do lar, trabalhou em escola estadual até se aposentar. Eles tiveram 4 filhos: Denise, Deliane, Daniela e Alexandre, que acrescentaram a seu clã três netos, Maria Clara e Luísa, filhas da Deliane e do Marcelo. Mais o Pedro, do Alexandre.

Educação dos filhos

Na educação dos filhos, Otacílio e Maria das graças tomavam saudáveis atitudes que hoje pouco se veem entre os pais no período escolar dos filhos, como ir ao colégio deles e se informar do seu rendimento e do seu comportamento na escola. De castigá-los pelas faltas mais graves. De como se diz “endurecer sempre, sem nunca perder a ternura.” Com amor e pulso, seus pais puderam, em parceria com a escola, e participação do CIAME, formar bons cidadãos e cidadãs, conforme, agora, se pode perceber nas atitudes de vida de seus filhos.

De Itapecerica para BD

De Itapecerica, Otacílio e sua família mudaram-se para Bom Despacho, décadas atrás, e aqui ele se sobressaiu pelo empenho e dedicação nos serviços prestados na zona rural.

Em parceria com o Isaltino, na fazenda Davi Campista, tocou horta durante anos.

Na existência cotidiana, por onde passou, Otacílio fazia amigos e conquistou o respeito e aprovação de seus patrões. Era um ser humano correto e cortês no trato com os seus companheiros, conhecidos e outras famílias.

Vivendo no campo, plantava cana, capim, milho, feijão, arroz. Cuidou de gado, porcos, galinhas e carros-de-boi.

Prestou serviços no Raposo, na fazenda do Manoel Candinho, por algumas temporadas. Labutou também com o veterinário Dr. Geraldo Raimundo em suas terras. Depois, em longa permanência, foi camarada do Dr. Roberto Queiroz, com quem se deu muito bem, na Fazenda Vargem Grande. Trabalhou um tempo na Siderúrgica União.

Admiração

Muito espaço eu teria de ter ainda para apresentar aos bom-despachenses a rica biografia dos pais de minha amiga Deliane, da Casa Freitas, esposa do Marcelo. Pais também de Denise, Daniela e Alexandre. Avós de Maria Clara, Luísa e Pedro. Gente simples e honrada como eu e você, prezado leitor.

Depois de se aposentar, Otacílio levou a vida até o final cuidando de galinhas, hortas e plantações, curtindo uma família abençoada e feliz. Prezando os companheiros e as boas amizades, reunia-se à noite com os amigos para se distraírem num joguinho de baralho.

Sua existência pautada pela prática do bem, de amor e zelo com a família de seus pais e a sua própria, Otacílio, a quem conheci na minha adolescência, lá no Raposo, me ofereceu o tema para a minha crônica de hoje nas páginas do Jornal de Negócios como meu personagem desta coluna (Fotos: arquivo da família)