Roberta Neves: angústia com competições paralisadas
Uma das consequências mais negativas e impactantes da pandemia de Covid-19 foi a paralisação das práticas esportivas – especialmente entre estudantes de creches e escolas públicas.
Por causa das restrições impostas pelo afastamento social, a maioria das competições esportivas está suspensa. Quadras, campos e espaços esportivos estão às moscas. Campeonatos, torneios e disputas esportivas de natureza coletiva são, na maioria, apenas lembranças.
“Crianças estão em casa, sedentárias, comendo sem parar, engordando e sem treinar. Quando puderem voltar à prática regular de esportes coletivos será necessário um trabalho de resgate de valores, aptidões e capacidades físicas devido a essa paralisação”, afirma a secretária municipal de Esportes, Roberta Neves.
Para Roberta, a situação atual “dá angústia porque temos recursos financeiros, humanos e estruturais e não podermos desenvolver projetos esportivos. É frustrante. Bom Despacho recebeu mais verbas através do ICMS Esportivo e não podemos utiliza-las por causa da pandemia”. A secretária lamenta que, em consequência dessa paralisação, “muitas crianças estão soltas nas ruas, sujeitas a más influências, pela falta dos esportes”.
Nesse cenário marcado por indefinições, Roberta Neves pede aos pais para incentivarem as crianças a praticar atividade física dentro de casa mesmo. “Em casa é possível fazer brincadeiras com corda e bambolê, com bolas, jogar amarelinha e muitas outros jogos e brincadeiras tradicionais. Deve-se incentivar a criança a brincar até mesmo sozinha para não ficar sedentária”. A secretária ressalta que essas atividades, mesmo feitas dentro de casa, “estimulam a capacidade física, a socialização e a convivência da família, compensando em parte a paralisação das atividades esportivas”.
Campos abandonados
A paralisação das competições esportivas trouxe problemas também para clubes e associações. Há campos e quadras sem uso que, por falta de recursos financeiros das equipes, passam por momentos difíceis.
Um exemplo é o campo do Operário, no Jardim América. Moradores próximos reclamam da presença de mato, lixo, focos de dengue e até tráfico de drogas no local. O vestiário do campo foi construído com recursos repassados pela Prefeitura. Mas o local pertence a uma entidade esportiva privada. Sua manutenção era custeada com mensalidades pagas pelos alunos. A suspensão das atividades físicas e esportivas por causa da Covid-19 deixa a entidade sem recursos para custear a manutenção do local.