Foto da nossa alma juvenil eternizada na estampa dos mestres

Dª AUXILIADORA NOS BRINDOU COM UM LEGADO DE ETERNA BUSCA DE CONHECIMENTO

ITAMAR DE OLIVEIRA – Caro amigo e colega Tadeu Antônio Araújo Teixeira.

Li, com afeto, a crônica da nossa querida Maria Antônia Seidler Kohnert a respeito dos nossos professores do Miguel Gontijo.

>> CLIQUE AQUI para ler a crônica publicada na coluna de Tadeu Araújo

Ainda bem que você consegue ampliar nossas vozes quando o assunto é a memória e a história de nossa terra e de nossa gente. 

Outro dia, conversando com o Dr. Antônio Ferreira de Freitas – o nosso Présent – fiquei emocionado com a bela história que ele me contou da construção solidária do “Ginásio”, liderada pelo Dr. Hugo Marques Gontijo.

Ouvi e fui duro com o Présent: você tem a obrigação de escrever e registrar o que você acabou de me contar”.

– Jornalista é você, o Tadeu, o Alírio e outros que gostam de escrever.

– Nada disso, te dou duas semanas e vou cobrar de você.

Acho que o Présent e outros amigos nossos contam muito bem as coisas da nossa cidade. O livro do Zé Tuniquinho é uma preciosidade. Tem uma nova safra de gente da nossa cidade escrevendo e registrando coisas bonitas da nossa terra.

Mas, Tadeu, a foto dos nossos professores que você publicou no “Jornal de Negócios” não é mais um retrato na parede. É uma fotografia da nossa alma juvenil eternizada no sorriso e na estampa dos nossos mestres.

Tenho afeto por todos eles.

Mas a morte recente da dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra deixou a gente, paradoxalmente, triste e alegre. Tristes porque professor é como pai e mãe: deveriam ficar para semente. E na verdade é o que eles fazem a vida inteira. Alegre porque a morte não consegue apartar a gente de quem amamos.

Nossos professores nos ensinaram coisas que ainda não descobrimos e estamos aprendendo todos os dias.

A Dona Auxiliadora nos brindou com um legado de eterna busca de conhecimento, de tolerância e de respeito às diferenças individuais, sem perder o sentido maior da nossa humanidade coletiva, social e cultural.

Em tempos de negação da ciência, de gente comprando armas para defender seus privilégios, as lições de Dona Auxiliadora precisam ser assumidas com garra e determinação.

Sem perder a ternura.

Não existe salvação pessoal e coletiva sem diálogo e respeito às diferenças e aos diferentes.

Sei que a Maria Antônia, a Geni, a Heura Viana, a Lurdinha do Deco, a Maria Angélica, a Samira, a Vera do Azul e centenas de professores de Bom Despacho e da região enfrentam novos desafios do século XXI.

Uma parada torta.

A educação nunca foi prioridade na sociedade brasileira.

Não é só a escola e os pais que educam. Os meios de comunicação, as novas tecnologias abrem novos horizontes para as novas gerações.

Pena que educação, saúde e cultura também se tornaram mercadorias e o “Deus Mercado” não sabe distinguir educação de adestramento, técnica, ensino e outros temas que a Pedagogia tem dificuldades para enfrentar.

Tanto no plano nacional, como nos demais entes federativos, a educação precisa de mestres que acreditem na capacidade transformadora da ciência, da cultura e da tecnologia.

A escola pública deve ser democrática, acolhedora e plural.

Não precisa ser melhor do que as escolas particulares. Não pode nunca ser pior.

Basta assumir o compromisso de formar homens e mulheres para a cidadania plena.

Dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra, nascida e preparada para consolidar a educação conservadora, descobriu novos horizontes e os compartilhou conosco: Somos alunos de uma professora libertária. Nossa bandeira deve ser a educação transformadora.

Educação comprometida com a vida e a felicidade de todos.

Viva Dona Maria Auxiliadora Teixeira Guerra.

Um abraço fraterno

ITAMAR DE OLIVEIRA, escritor e jornalista

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