Queimadas, queimadas e … mais queimadas
ALEXANDRE MAGALHÃES – Dias atrás, um incêndio enorme ocorreu nas redondezas da Avenida Doutor Roberto. A queimada matou animais e tornou o ar irrespirável. Melhor: mais irrespirável do que o normal para Bom Despacho.
O fato foi tratado no Instagram pelo Jornal de Negócios. Aproveitem para seguir o canal de nosso jornal clicando AQUI.
Já escrevi várias vezes sobre o tema neste espaço e volto a ele, pois me parece que Bom Despacho cheira a queimada. Como corro nas estradas de terra da cidade, sinto os efeitos dos focos de incêndios em todos os lugares da cidade, tanto nos bairros, quanto nas áreas de roças e fazendas. Tenho a impressão de que todos os moradores do município adquiriram o hábito de queimar lixo, restos de objetos domésticos, como sofás, armários, entre outras coisas, além de folhas de árvores. Quando corro pelo condomínio Cristais, tenho a nítida impressão de que todos botam fogo em seus lixos diariamente, tornando o ar irrespirável. Fico muito triste ao ver que uma área arborizada, que deveria ter um ar maravilhoso para os pulmões, tornou-se um ambiente nocivo aos moradores e para quem passa pelo local.
Outro dia, durante uma corrida, diante de 5 ou 6 incêndios na sequência no mesmo condomínio, parei e perguntei para uma pessoa que tranquilamente “cuidava” da fogueira no último desses lotes o porquê de estar fazendo isso. Totalmente perdido diante de minha pergunta, gaguejou que “todos fazem, é costume e ninguém passa aqui para recolher o lixo… fazer o quê?”.
O fato de a prefeitura não recolher o lixo nas áreas rurais, não é justificativa para criminosamente queimarem o lixo. Mas, claro, a prefeitura de Bom Despacho deve ter um programa para que todos possam ter seus lixos recolhidos e tratados pelo poder público. E, claro, multar quem usa o fogo irresponsavelmente para lidar com os restos de seu dia a dia. No limite, imaginem se levarmos isso ao pé da letra e acharmos normal que a pessoa que não tem esgoto em sua residência começar a jogar suas fezes e urina na rua. Não aceitaríamos, certo? Então, por que aceitamos que as pessoas queimem seus lixos?
Infelizmente, há inúmeros absurdos deste tipo em Bom Despacho. A estrada de terra que liga os Cristais ao bairro Babilônia tem vários trechos com toneladas de lixo jogadas na beira da estrada, ou seja, o dono do lixo que não tem quem o recolha de sua casa, transfere o problema para um vizinho ou o joga na estrada. Além disso, é comum pessoas soltarem seus cachorros na rua, criando uma massa de animais sem comida, que atacam lixo nas ruas da cidade e, por onde corro, ataquem pessoas correndo, ciclistas, carros e motos.
Está mais do que na hora de a prefeitura fiscalizar seriamente quem queima lixo, quem jogo lixo nas estradas, quem solta seus animais domésticos nas ruas, entre outros problemas.
Passeios ou calçadas também são um problema. Quem é cadeirante ou tem algum na família, sabe que os passeios são ruins ou inexistentes em grande parte dos bairros, obrigando o cadeirante a circular pelas ruas, correndo sérios riscos de atropelamento.
Campanhas educativas, multas e um trabalho sério do poder público pode melhorar demais os vários temas que abordei hoje, como incêndios criminosos e propositais, lixos nas ruas e estradas, animais domésticos espalhados pela cidade e passeios em péssimas situações. (Portal iBOM / Alexandre Magalhães / Foto: iBOM).