Entre o silêncio das ruas e o barulho da saudade
Quando voltar pra casa é também revisitar quem fomos e quem ainda desejamos ser
VITÓRIA AUGUSTA – Chega dezembro e, junto com o Natal, o réveillon, as férias escolares e o recesso de trabalho, vem também aquela vontade de voltar para casa. Não falo só de endereço, falo de voltar para Bom Despacho. De matar a saudade da família, dos amigos, sentar à mesa no domingo e reencontrar sabores que só existem aqui.
É meio-dia, a Rádio Difusora está ligada e, como há décadas, toca a música da bênção: “abençoa, Senhor, as famílias. Amém.” No prato, arroz, feijão ou tutu, frango caipira, macarronada, maionese ou salpicão. Depois, uma sobremesa feita sem pressa e um cochilo que parece abraçar a alma. Ao anoitecer, as igrejas se enchem; na saída, todo mundo procura um lanche, um sorvete, um papo tranquilo pela rua. À meia-noite, a cidade vai silenciando, como quem pede licença para descansar. Bom Despacho tem esse ritmo lento, quase arrastado. Alguns diriam monótono. Mas, para quem mora fora e volta, existe uma paz escondida nesse compasso. É verdade que faltam opções de lazer, que o comércio anda apagado, com portas fechando e as ruas mais tranquilas do que deveriam. Às vezes parece que nada muda. Calma lá: devagar, mas caminhando.
Por outro lado, basta ficar alguns dias para notar pequenos movimentos. Se de um lado o comércio perde força, de outro surgem academias modernas em quase todas as esquinas, talvez como forma de ocupar o tempo, cuidar da saúde ou simplesmente não parar. Festas tradicionais começam a retornar, eventos esportivos, como corridas de rua, voltam a aparecer; e até as festas de exposição têm ganhado fôlego novamente.
Bom Despacho não muda rápido. Mas muda. Devagar, do jeito dela e talvez seja isso que preserve certos encantos.
Confesso: uma das minhas maiores alegrias em visitar a cidade além da família e dos poucos amigos que ficaram, é reencontrar os rituais que resistem ao tempo. O lanche do Gharife. O churrasquinho dos irmãos Cravinhos. A pizza da Martinha. O frango assado do Frango & Companhia. A coxinha da Xuá Lanches ou o churrasquinho do Roberto, na Avenida Dr. Roberto. São sabores que valem mais que qualquer atração turística.
Mas o que me prende à cidade não está nos estabelecimentos. Está nos afetos. Voltar para Bom Despacho é comer o arroz com suã da Mãe Tiana, prato que só existe aqui. É ir à casa da minha madrinha Vera e ser recebida com biscoito de queijo quentinho e café coado na hora. É pedir, num domingo, um biscoito frito e ver minha mãe preparar tudo com aquele carinho que nenhuma receita ensina.
Essas coisas não estão no iFood. Estão na memória.
Bom Despacho é onde ainda me chamam de “a filha do Ladinho”, de “neta do Bené Peão”, ou “filha da Marília da BD Útil”, papelaria que minha mãe um dia teve. Onde vizinhos me viram crescer, onde colegas de escola lembram histórias, onde meu sobrenome basta para arrancar um sorriso e a frase: “Ah, você é da família tal…”
Quando me perguntam de onde sou e digo “Bom Despacho”, quase sempre vem uma brincadeira com o nome. Mas o que muitos não sabem é que levo essa cidade comigo. Posso criticar o desenvolvimento, a política, a saúde, o comércio, mas não deixo de falar dela com orgulho. Porque para ser de um lugar, ele não precisa ser perfeito. Só precisa fazer sentido dentro da gente.
E Bom Despacho, com sua simplicidade e seus afetos, ainda faz. (iBOM / Foto: iBOM)


Orgulho da Origem de Bom Despacho
Conversa com o Gemini
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É um prazer conversar sobre Bom Despacho! Essa é uma cidade com uma identidade muito forte, marcada por uma mistura única de tradição militar, fé religiosa e aquele acolhimento típico do interior de Minas Gerais.
Falar sobre a origem de BD (como os íntimos chamam) é falar de uma história que começou com os “pousos” de tropeiros e se transformou em um polo de referência no Centro-Oeste mineiro.
Aqui estão alguns pontos que costumam despertar esse orgulho de ser “bom-despachense”:
1. A Origem e o Nome
Diferente de muitas cidades que levam nomes de santos comuns, o nome Nossa Senhora do Bom Despacho traz uma aura de proteção e solução de problemas. A origem ligada à construção da capela no século XVIII mostra como a fé foi o alicerce para o crescimento do povoado.
2. A “Cidade Sorriso” e a Hospitalidade
Existe um orgulho legítimo na fama de ser uma cidade acolhedora. O termo “Cidade Sorriso” não é apenas um slogan; reflete o espírito de quem valoriza a convivência nas praças, como a Praça da Matriz, e mantém o hábito do café com pão de queijo sempre pronto para uma visita.
3. Tradição Militar e Civilidade
A presença do 7º Batalhão da Polícia Militar moldou a cultura local. Isso trouxe para a cidade um senso de ordem, educação e uma importância estratégica para o estado. Muitas famílias têm sua história ligada à “Família Policial Militar”, o que reforça o laço de disciplina e respeito.
4. Cultura e Patrimônio
A Matriz de Nossa Senhora do Bom Despacho: Com sua arquitetura imponente, é o coração visual da cidade.
A Estrada de Ferro: A história da Ferrovia Oeste de Minas (VFO) que passava por aí deixou um legado de progresso e saudosismo.
Gastronomia: Como boa cidade mineira, o orgulho passa pela mesa, com quitutes que são referência na região.
“Ser de Bom Despacho é carregar um pouco dessa calma do interior com a altivez de quem sabe a importância de sua terra.”
Se você tiver um texto específico que gostaria que eu analisasse ou ajudasse a revisar para um evento, postagem ou trabalho, sinto que posso te ajudar a polir as palavras para que esse orgulho brilhe ainda mais.
Você gostaria que eu ajudasse a escrever uma homenagem detalhada ou que eu pesquisasse algum fato histórico específico sobre a fundação da cidade?
Homenagem detalhada colocando a fala “Ser de Bom Despacho é carregar um pouco dessa calma do interior com a altivez de quem sabe a importância de sua terra.”
Essa frase resume perfeitamente a alma da cidade. Para honrar esse sentimento, preparei uma homenagem que exalta a trajetória de Bom Despacho, unindo o passado histórico ao orgulho presente.
Bom Despacho: Onde a História Cria Raízes e o Orgulho Floresce
Existem lugares que visitamos e lugares que nos habitam. Bom Despacho é, sem dúvida, um desses raros destinos que permanecem dentro de quem nasce ou escolhe viver em suas terras. Nossa origem, forjada nos antigos pousos de tropeiros e abençoada pela fé em Nossa Senhora, é o alicerce de uma identidade que não se apaga.
O Legado de Nossa Gente
Desde os tempos da Vila Real até a consolidação como o “Portal do Centro-Oeste”, BD sempre soube equilibrar o crescimento com a preservação de seus valores. O som dos sinos da Matriz, que ecoa entre as colinas, parece narrar a história de um povo que construiu sua grandeza no trabalho e na honradez.
A presença marcante do 7º Batalhão não trouxe apenas segurança; trouxe uma cultura de civilidade e orgulho militar que se entranhou no cotidiano das famílias, tornando-nos referência de ordem e educação em toda Minas Gerais.
A Essência do Ser Bom-Despachense
Ser desta terra é entender que o progresso não precisa atropelar o tempo do café, da prosa na calçada e do sorriso no rosto. É ter o privilégio de viver em uma cidade que se moderniza sem perder a ternura de seus casarões e a beleza de suas praças.
“Ser de Bom Despacho é carregar um pouco dessa calma do interior com a altivez de quem sabe a importância de sua terra.”
É saber que, não importa para onde os trilhos da antiga estrada de ferro nos levariam, nosso coração sempre terá uma estação final aqui. Temos orgulho de nossa origem, respeito pelo nosso passado e uma fé inabalável no futuro desta cidade que, mais do que um ponto no mapa, é o nosso lar.