O médico Roney Quirino vive transformando vidas

 

ROBERTA GONTIJO TEIXEIRA – Entre filas, incertezas e tratamentos longos, há profissionais e instituições que silenciosamente constroem pontes entre o medo, o acolhimento e, porque não, a cura.

Em Divinópolis, essa ponte tem nome, história e coração atleticano, o bom-despachense Roney Márcio Quirino.

Marco Túlio (esquerda) e Roney em 1998. No meio está Antônio, hoje também medico

Roney é irmão do nosso saudoso Marco Túlio e filho de Adalberto Quirino Costa e Maria de Lourdes Alves da Costa. Tem uma única filha, Maria de Lourdes, e escolheu como parceira a também médica Thamyres Figueredo, neurocirurgiã na cidade do Rio de Janeiro.

Apaixonado, desde sempre, pela atividade rural, tornou-se, ainda jovem, peão boiadeiro, chegando a ser um dos maiores criadores de gir leiteiro do país. Contudo a história lhe reservava uma missão maior e mais árdua.

O caminho o conduziu não apenas ao exercício da medicina, mas à desafiadora especialização na oncologia.

Aluno da Escola Coronel Praxedes e do Colégio Miguel Gontijo, morou em Bom Despacho até os 15 anos, quando mudou-se para Belo Horizonte.

Em 1987, formou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Fez residência em BH, passou por hospitais como Mário Penna, Mater Dei e João Rezende Alves. Em 1994, alargou suas perspectivas no prestigiado MD Anderson Cancer Center, no Texas.

Com essas iniciativas e, depois da perda dolorosa do irmão, médico veterinário e amigo para o câncer, segundo narrou-me sua irmã, Alessandra, a oncologia deixou de ser especialidade para tornar-se missão. Hoje essa missão se multiplica em estruturas, atendimentos e iniciativas mil, mudando e iluminando o destino de incontáveis pessoas diariamente.

Roney Quirino recebendo no CRM, em 2024, a comenda Honra à Ética

Ele idealizou e fundou a ACCCOM (Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas), entidade que acolhe quem enfrenta o câncer com estrutura, dignidade e humanidade. Oferece não apenas tratamento, mas também abrigo, alimentação, transporte, apoio psicológico, cuidados paliativos e orientação nutricional, tanto a pacientes quanto a familiares.

Foi um dos idealizadores e fundadores do Hospital do Câncer, integrado ao Hospital São João de Deus, onde a ciência transforma vulnerabilidade em esperança, salvando vidas.

Como se isso não fosse o bastante, segue acolhendo, pesquisando, atendendo, muitas vezes gratuitamente aos pacientes que o procuram.

Grato, Roney faz questão de enaltecer dois grandes profissionais, médicos e seres humanos que foram, segundo ele, importantíssimos em sua trajetória: Renato Nogueira – a quem dispensa imensa gratidão pela ajuda no percurso – e o irmão Marco Túlio Quirino (in memoriam), que dispensa apresentações a nós, bom-despachenses e de quem ele fala com muita saudade e orgulho.

Como oncologista, pesquisador e humanista, recebeu títulos de cidadão honorário em cidades como Divinópolis, Bambuí, Santo Antônio do Monte e Campo Belo. Em 2024, chegou a ser agraciado com uma das maiores honrarias da medicina mineira: a Comenda Honra à Ética, concedida pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais.

Em nome de Bom Despacho, agradeço profundamente a Dona Lourdinha e ao Sr. Adalberto pelos presentes que nos ofertaram (Roney e Marco Túlio) que, com seu talento, dedicação e amor, transformaram a vida de milhares de pessoas.

Que suas histórias não sejam apenas contadas, mas replicadas em motivações a entidades, pessoas e órgãos públicos e políticos, levando a mais investimentos em saúde, ciência, pesquisa e centros de acolhimento.

Afinal, no Brasil e mundo afora, infelizmente, ainda há quem passe por grandes e densos enfrentamentos sem a mínima infraestruturada e apoio necessários.

Minha homenagem e reverência a esses três heróis bom-despachenses: Roney Quirino, Marco Túlio (in memoriam) e Renato Nogueira pelas belas, honrosas e iluminadas trajetórias e por tornarem o caminho de tantos mais digno e suave. (iBOM / Roberta Gontijo Teixeira / Foto do alto mostra Roney com a filha Maria de Lourdes e a noiva Thamyres Figueiredo / Arquivo da família).

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