O pequeno Miguel dá um grande exemplo

 

LÚCIO EMÍLIO JÚNIOR – A minha colega Maria Helena Costa, professora apoio na Escola Wilson Lopes, contou-me uma história muito inspiradora e que traz um bom exemplo de consciência cidadã e ecológica junto às crianças de nossa cidade. Seu filho Miguel faz um trabalho “de formiguinha”, mas que não deixa de ser um trabalho exemplar para a humanidade e para nossa cidade. Conta também com a ajuda do irmão Rafael. A mãe de Miguel decidiu publicar essa história como um exemplo positivo e inspirador para outras crianças, ou para outras famílias que decidam tomar atitudes como essa, em seu bairro, em sua rua.

Miguel Henrique Santos Costa é um garoto esperto, de sorriso contagiante e cheio de luz, 8 anos de idade, de origem humilde. Com sorriso maroto e atitudes de homem grande, ele conquista a todos com suas ideias de empreendedor. Na época em que florescem as árvores frutíferas, Miguel adora vender as frutas que colhe no quintal do avô Vicente Vitrola: abacate, pequi, limão, manga e mandioca. Maria Helena e Miguel vendem mandiocas e as frutas. Elas são deliciosas, por sinal. E isso acontece com a produção da época, as frutas da estação.

Foi com o avô que o Miguel despertou para o encanto e o gosto pela natureza. Sua mãe é também uma eterna apaixonada por plantas que o apoia em todos seus projetos. Miguel é um menino falante e esperto. É através do exemplo do vovô Vicente que nasceu a ideia de plantar todas as sementes que encontra. O quintal da casa ficou pequeno para tantas mudas. Começou a vendê-las para ter dinheiro a ajudar a mãe.

Miguel e Rafael são também recicladores de lixo. Eles saem no bairro ou em qualquer que eles estejam, de qualquer lugar na cidade, e recolhem material para reciclar. A mãe sempre precisa ter uma bolsa ou uma sacola para pegarem o material

Há alguns anos, Maria Helena e família mudaram-se para um bairro novo, o Simião Ferreira. Miguel, então, como gosta muito de plantar, e não tendo mais espaço no quintal, teve a ideia de reflorestar um determinado espaço do bairro. Esse espaço vivia cheio de entulho. Era preciso mudar.

Para isso, a mãe entrou em contato com a Prefeitura pedindo autorização para plantar as árvores que há algum tempo já vinha cultivando em sacolas e latas velhas. Foi um dia muito importante para todos. A cada dia que passa, as árvores plantadas no lote vago crescem mais, regadas durante a noite pela família com pequenos baldes de água. Miguel, Rafael e a mãe deles carregam esses baldes sempre. Hoje essa entrada do bairro onde mora a família está mais bonita. Daqui há uns anos estará florida, cheia de frutos e sombra para todos que por ali passarem.

Miguel carregou suas mudas de manga, graviola, goiaba, abacate e muitas outras. A Prefeitura, através do secretário Tiago Freitas, secretário de Meio Ambiente, também doou algumas. A mãe de Miguel sempre presente e muito orgulhosa do filho, estava apoiando com a filmagem e as fotos. O irmão caçula de Miguel (Rafael) também acompanhou o belo exemplo do irmão. No dia em que a família estava fazendo a segunda remessa de plantio, um amigo do bairro juntou-se a eles, solidarizou-se. As crianças do bairro também perguntaram o que eles estavam fazendo.

Naquele dia, Eduardo, um outro morador do bairro vizinho, o Liberdade, ao passar no local, viu Miguel, família e amigos plantando. Ele percebeu, então, que podia mudar a realidade do seu bairro. Ele vivia uma realidade semelhante: na entrada do bairro Liberdade as pessoas estavam jogando móveis, sacos de lixo, bichos mortos. O local estava virando um lixão. Ele teve a ideia de mobilizar os moradores dali para promover uma limpeza e plantar flores e no local. A ideia deu certo e o ambiente melhorou muito.

A experiência exemplar de Miguel mostrou-se contagiante! Quiçá esse exemplo contagie também moradores de outros bairros! (iBOM / Lúcio Emílio Júnior é filósofo, professor e escritor / Foto: arquivo da família).

 

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