Última volta do cronômetro e o preconceito contra idosos

 

ALEXANDRE MAGALHÃES – No final de setembro completei cinquenta e oito aninhos… Já sou quase um sexagenário, apesar de continuar fazendo grande parte do que sempre fiz na vida: trabalhando, fazendo exercícios físicos, lendo muito, ouvindo muita música, bebendo minhas cervejas, vinhos e caipirinhas, viajando de vez em quando, namorando, cuidando da filha, dos irmãos, enfim, ainda não sentindo o peso da idade.

Porém, olhando como a sociedade olha os jovens da terceira idade, percebo que em breve devo começar a enfrentar os preconceitos do etarismo. Tenho participado de alguns grupos de pessoas da minha faixa etária, cuja preocupação é lutar para mostrar para as empresas, filhos e sociedade em geral que os mais velhos podem ajudar muito a manter a roda girando, a economia fortalecida e ser um grupo importante de consumidores. Há culturas nas quais os mais velhos são pessoas muito importantes, líderes experientes e tratados como parte integrante daquela sociedade. Casos dos povos originários do Brasil, por exemplo.

Porém, há outras culturas, como a nossa, que enxergam os mais velhos como verdadeiros lixos, pesos a serem carregados pelos mais novos, déficits para nossa previdência social, como se os mais velhos nunca tivessem contribuído para o INSS. Há muitos filhos que só lembram deles quando precisam de alguém para ficar com os netos, quando necessitam sair para trabalhar ou para se divertirem. Claro, alegria dos avós para cuidar dos netos e sem o custo da contratação de uma babá…

A proporção de pessoas da terceira idade vem crescendo no Brasil e no mundo e, caso não mudemos nosso preconceito em relação aos mais idosos, teremos uma sociedade destruída.

Como mencionei em meu texto sobre a Argentina, fiquei com inveja daquele país, pois lá vi muitos grupos de gente idosa vivendo a vida, frequentando restaurantes, caminhando pelas ruas, passeando nos parques e praças, enfim, sendo parte da sociedade. Espero ver isso por aqui, tanto em São Paulo, quanto em Bom Despacho, até porque já sou desse grupo…

Câmara dos vereadores, não das vereadoras

É muito triste, apesar de entender que isso represente a vontade da população, que nenhuma mulher tenha sido eleita para a Câmara Municipal de Bom Despacho. Em uma sociedade com maioria feminina, não passa pela minha cabeça que não haja uma maioria de mulheres representando uma população qualquer, especialmente em uma cidade que aprendi a amar. Mas, nenhuma vereadora eleita? Isto já é demais.

Em São Paulo, apesar de serem minoria entre os eleitos, foram dezoito mulheres eleitas. É menos absurdo, mas ainda assim muito triste não termos a maioria dos vereadores eleitos do sexo feminino.

Infelizmente, as mulheres ainda são vistas como cidadãs de segunda classe, responsáveis por cuidar da casa, lavar roupa, cuidar dos filhos, entre muitas outras atividades, enquanto os homens veem futebol, tomam cerveja com os amigos ou fazem o que desejam.

A própria Câmara Municipal e as ONGs deveriam oferecer cursos para a população em geral, especialmente para as mulheres, incentivando as mesmas para entrarem para a política local, mostrando que somente há mudanças sociais quando todos estejam representados.

É triste ver que muitos homens, especialmente no ambiente religioso, continuam afirmando que as mulheres são seres de segunda classe que só servem como suporte para seus maridos. A esposa do candidato Pablo Marçal, que concorreu à prefeitura de São Paulo, cobra R$ 10 mil reais por um curso no qual afirma que mulheres são apenas suporte para seus cônjuges. Triste!

Espero que na próxima eleição em Bom Despacho, pelo menos cinco dos nove vereadores sejam mulheres de fibra! (Portal iBOM / Alexandre Magalhães).

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