A chuva voltou trazendo vida depois de tanta secura
ALEXANDRE MAGALHÃES – Desde setembro que eu não voltava a Bom Despacho. Vários eventos me impediram de ir. Mas, me recordo que no dia que voltei para São Paulo, tomei umas cervejas com o Marcelo Cabral e me lembro claramente que ele mencionou o número de dias sem chuva na cidade. Se não me engano, ele mencionou que naquele dia de setembro completou-se 147 dias sem cair uma gota d´água no solo bom-despachense.
Em São Paulo, que costuma chover mais que em Bom Despacho, também ficamos alguns meses sem ter uma chuvinha sequer. Triste!
Há três semanas a chuva voltou forte a São Paulo. Poucos dias depois, voltou a Bom Despacho. Depois de tanta secura, ar poluído por causa das queimadas criminosas geradas nas regiões de plantações e florestas, não deixei de me emocionar com o precioso líquido que caia do céu.
Nos últimos dias, particularmente, algumas lindas tempestades caíram sobre São Paulo. Dormi com a janela do quarto aberta, só para apreciar a linda música que a chuva parecia cantar. Foi quase como ouvir um concerto de Beethoven, Mozart ou “As Quatro Estações” de Vivaldi.
Que a chuva continue caindo por muitas semanas, ajudando a recuperar os rios, os mananciais, as plantas, deixar o ar mais respirável, enfim, trazer vida para os habitantes deste nosso país tão cor de fogo nos últimos anos…
Perdi um grande amigo bom-despachense
Há dias recebi uma triste notícia, para mim totalmente inesperada: a morte de meu grande amigo Ivan, dono do Na Praça Lanches.
Nestes sete anos que frequento Bom Despacho, o Ivan foi meu primeiro amigo. Tudo começou por causa do café espresso. Eu adoro café expresso e o Na Praça foi o primeiro lugar onde encontrei esse tipo de café. O primeiro contato foi um pouco tenso, pois indiquei que o “espresso” do café era com “s” e não “expresso” como grande parte das pessoas escrevem, inclusive o Ivan.
Dias depois, quando voltei para tomar outro café, a plaquinha estava corrigida e viramos amigos. Eu passava todos os dias na lanchonete, mais pela conversa agradável, do que pelo café propriamente.
Acompanhei a dedicação do Ivan para cuidar da saúde da esposa, período que deixamos de nos ver, pois ele vivia em BH. Mas, sempre que eu aparecia na lanchonete, ele me ligava, pois me via pela câmera que mostrava as imagens da lanchonete em seu computador, ele que gostava de ver os amigos nas imagens.
Espero que eu esteja errado, Ivan, e que exista vida após a morte. E que você continue nos olhando aqui na Terra pelas câmeras que existem aí no céu. Sentirei saudades dos ótimos papos e do excelente café espresso. (Portal iBOM / Alexandre Magalhães).