Mães fazem nossos domingos mais radiantes

 

FERNANDO CABRAL – Todos os anos há um domingo especial. Especialíssimo. É aquele em que comemoramos o dia das mães. Para aqueles que ainda têm a alegria de ter sua mãe por perto, o coração transborda com sentimentos de amor e gratidão. Quem ainda pode, dedica o dia para reverenciar e acariciar sua mãe; sentar-se à mesa com ela e agradecer-lhe por tudo que recebeu.

Para aqueles que já perderam a presença da mãe os sentimentos não são diferentes. A memória e a saudade tornam a mãe presente. Contudo, esta presença evocada pela saudade e pela memória tra com ela uma fisgada doída de nostalgia e de um vazio que nada preenche e que o tempo não afasta. Aquela que nos acalentou vive apenas em nossas lembranças. Já não podemos mais abraçá-la, acariciá-la e nos sentarmos à mesa com ela. Já não podemos mais agradecer e mostrar nosso reconhecimento.

Para uns e para outros, presentes ou ausentes, nossas mães ainda são aquelas criaturas perfeitas e sublimes que nos embalaram nas noites insones; que nos acalmaram nos dias de trovoadas e sustos; que nos consolaram nos dias de tristeza e abatimento; que nos deram força nos dias de angústias, incertezas e desânimo.

Nossas mães são aquelas criaturas excelsas que nos acolheram no colo, que nos amamentaram no seio, que nos aqueceram no frio, que trouxeram refrigério nos momentos em que nossas almas se inquietaram.

Mas ninguém jamais se engane: a mulher que parece frágil, doce, tímida às vezes, torna-se uma leoa quando precisa defender seus rebentos. Nenhum monstro, imaginário ou real, resiste à presença da mãe que se ergue em defesa do filho.

É esta presença protetora que nos faz crescer. E enquanto crescemos, ela muda seus papeis. De nutriz, passa a nossa incentivadora. Na infância, com seus afagos, cura nossas feridas do tombo da bicicleta que ainda não dominamos e retira o choro do nosso medo de água. Nenhum arranhão, nenhuma dor, nenhum espinho resiste às suas mãos de fada, ao seu beijinho carinhoso e ao seu abraço envolvente.
Assim, de cafuné em cafuné, de mimo em mimo, vamos largando nossa infância no passado e começamos a enfrentar os tempos turbulentos da adolescência. Mas não importa quão tempestuosos sejam, ela continua ali, com sua mão firme a nos guiar. Ela está ali, como um farol que nunca se apaga e como um bálsamo que a tudo cura. Não importam nossas teimosias de adolescentes, nossa insistência de rebelados, nossa mania de correr riscos desnecessários, ela não se afasta e não se descura de nós. Ela continua sempre como a âncora firme que nos impede de zanzarmos à deriva, com um barco à matroca.

Mas o tempo passa também para nossas mães. Linhas que se aprofundam marcam-lhe o rosto. Os cabelos se acinzentam e raleiam. As mãos que um dia nos pegaram trazem cicatrizes que a vida lhes deu. Os braços que um dia nos embalaram já não têm o vigor que um dia tiveram.
Mas, se ainda tivermos a alegria de tê-las conosco, poderemos ver em seus olhos que o amor que elas têm por nós ainda medra, floresce e transmite de vida. Nossas mães são a luz prateada do luar que nos acalma e nos guia na noite; são a luz do sol que aquece nossas almas e nossos dias; são o sorriso e os braços abertos que afastam nossa tristeza e secam nossas lágrimas.

Depois que elas nos deixam para sempre, na nossa memória indelével elas continuam sendo o que sempre foram: um farol que aponta os caminhos seguros; um lastro que não nos deixa flutuar sem rumo quando a tempestade vem; uma âncora que nos prende ao porto seguro.
Porque hoje é o dia das mães, mais do que nunca ela está entre nós. Por isto, temos que aproveitar para agradecer por tudo que fizeram por nós. Os incontáveis sacrifícios, as noites indormidas, as preocupações que lhes demos. O sorriso estoico que nos deu mesmo nos momentos mais difíceis.

No dia delas, não podemos negar às nossas mães tudo que de que possam gostar. Seja o chocolate que adoram, mas deixam para os netos; as flores que enfeitam seus vasos, mas que logo murcham; um abraço caloroso que as faça derreter em lágrimas; um presente inesperado. Tudo é afeto, tudo é bem-vindo.

Mas, o que não pode mesmo faltar no dia das mães, é nosso sincero, infinito e eterno agradecimento por tudo que recebemos dela. Por tudo que ela nos deu, sem pedir nada em troca. Por tudo que elas nos deu, com a única esperança e expectativa nos ver felizes e realizados.
Por tantos domingos radiantes que nossas mães nos deram, hoje é um dia especial de retribuição. E elas, que merecem tudo e muito mais, esperam de nós apenas um abraço e um carinho para que o domingo que é dedicado a elas, seja especialmente radiante.  (Portal iBOM / Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho / Foto ilustrativa).

 

Fernando Cabral

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

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