As muitas Mães que existem no universo

 

ALEXANDRE MAGALHÃES – “Quando eu fico muito triste / Eu pego a fotografia da minha mãe / E aperto bem forte no meu peito /

Minhas mãos param de tremer / Segurando a fotografia / E meu coração bate mais forte / Mas não é mais uma dor que eu sinto / Eu me transformo / Possuído de alegria que invade a mim / E todo esse recinto / E que não tem explicação / E eu choro de alegria / Rezando aos pés de Nossa Senhora Aparecida /

Minha mãe me deu a vida / E sempre ela me dará a vida”.

Esta linda letra é de Cesar Lacerda e Jorge Mautner. Adoro a versão cantada por Maria Bethânia e Gal Costa.

Sem minha mãe

No sábado passado, dia 4 de maio, seria o aniversário de oitenta anos de minha mãe. Faz seis meses que ela faleceu e ainda faz muita falta para os filhos, irmãos e amigos. Lembrei que passei a vida toda convivendo com as duas datas tão próximas: o aniversário de minha mãe e, logo em seguida, o Dia das Mães. Brincávamos com ela, pois sempre recebia um único presente. Ela ria e respondia que o importante era nossa presença e não os presentes. E complementava: “o presente vale para meu aniversário e para o Dia das Mães”.

Compramos um bolo e cantamos parabéns para minha mãe, para celebrar sua eterna alegria de viver! Foi um gesto presenciado apenas pelos filhos, mas foi lindo.

Pensei muito na minha mãe e na figura da mãe em geral nesta semana e gostaria de dividir essas elucubrações com o raro leitor e a rara leitora do Jornal de Negócios.

Pachamama

Pachamama, da língua Quíchua, idioma de povos originários da Patagônia argentina e chilena, quer dizer algo como “Mãe Terra”. Esta é a mãe comum a todos nós que nascemos neste pequeno e improvável planeta com vida.

No Dia das Mães, gostaria de fazer uma homenagem a esta mãe tão carinhosa conosco, mas que nós estamos esquecendo de ligar de vez em quando para perguntar como ela está indo, se sentindo, precisando…

Um beijo, Pachamama! Perdão por não estar te tratando como mãe nestes últimos muitos anos

K´un

O Taoísmo utiliza alguns símbolos para mostrar como é a natureza e como são os seres que vivem no universo. Além do Yin e Yang, aquela bola preta e branca, que lembram duas gotinhas, o Taoísmo usa três barras, algumas inteiras e algumas com fendas no meio das barras, e a junção das três barras representam tudo na natureza.

O símbolo que representa a Terra e, indiretamente, as mães, são três barras com um espaço no meio das três barras. Esse símbolo indica que nosso planeta e as mães são seres flexíveis, não rígidas, que permitem a entrada da vida (por isso as barras não são inteiriças). Independente de acreditar ou não no Taoísmo, essa simbologia é muito bonita, emocionante até.

As mães são receptivas, são maleáveis, são a origem de tudo. São “peneiras”, por onde a vida entra e brota. Que linda imagem!

O símbolo da Terra (Earth, em inglês, ou K´um em chinês) está abaixo, para facilitar o entendimento do símbolo.

Mães no Brasil

Dados oficiais no Brasil indicam que 50,8% dos lares são comandados por mães solitárias, ou em outras palavras, sem maridos ou homens que dão sustentação aos outros membros da casa. Em outras palavras, das setenta e cinco milhões de famílias brasileiras, mais de trinta e oito milhões são lideradas por mães, por mulheres.

Por decisão delas ou por não ter outra solução, a não ser lutar por suas vidas e pela vida de seus filhos, as mães vão à luta e sustentam suas famílias e mantém a vida correndo em suas veias, na alegria e na tristeza, com muitos recursos ou com quase nada, muitas vezes com muito sofrimento.

Mães ao longo da história

Ao longo da história, as mães sempre foram radares, olhando tudo ao mesmo tempo: cuidavam dos filhos, olhavam a comida do fogo, tratavam dos animais domésticos e espantavam os predadores que se aproximavam da casa, limpavam o terreno e o interior do lar, enfim, sempre foram multitarefa, coisa que permanece até hoje, pois trabalham fora, limpam a casa, fazem comida, tratam dos filhos, ajudam-nos a fazer a lição de casa, enfim, pouca coisa mudou.

Enquanto isso, os homens, que na antiguidade focavam em caçar animais selvagens, hoje focam em tomar suas cervejinhas, enquanto assistem a seus times de coração na TV. Pouca coisa mudou.

Homens, precisamos mudar essa situação absolutamente injusta. Dividir todas as tarefas da casa, desde a criação dos filhos, cuidar das roupas, da comida, das louças, fazer compra no supermercado, entre outras coisas, deve ser tarefa de todos, não só das mães.

Mães-escola

Pensei também sobre a importância da escola na vida das pessoas e que a escola é uma espécie de mãe, pois nos dá toda a base para crescermos intelectualmente e nos garante um futuro melhor – muitas vezes, bem melhor. Essa ajuda para melhorar na vida é coisa de mãe.
E a escola tem o dever de liderar o aprendizado e de corrigir os erros dos alunos, tarefa chata para o professor. E as mães também são seres que amam a seus filhos e que tem de dar bronca, corrigir, colocar de castigo, ou seja, escolas são mães com CNPJ ao invés de CPF.

Mães de verdade

Parabéns a todas as mães, especialmente às bom-despachenses! Gostaria de citar três mães que não têm vidas fáceis e que cuidam de tudo e de todos, sempre com um sorriso no rosto: Tida, Eleuza e Patrícia, minhas vizinhas do bairro Esplanada! Vocês são ótimas mães, cada uma com seu jeito, problemas e amores. Parabéns!   (Portal iBOM / Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por BD e SP).

 

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

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