O bonito trabalho das equipes de saúde do SAD
Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) oferecido pela Prefeitura de Bom Despacho poupa as famílias de passar dias dentro do hospital e permite tratar pacientes em casa.
ROBERTA GONTIJO TEIXEIRA – Outro dia, minha mãe ficou doente e descobrimos que estava com pneumonia. A médica pneumologias Dênia Alves pronta e gentilmente a atendeu e diagnosticou o problema. Não bastasse a presteza do atendimento, ainda nos contou e indicou minha mãe aos cuidados de um serviço prestado pela Prefeitura, do qual eu nunca tinha ouvido falar, o SAD – Serviço de Atenção Domiciliar.
A fim de reduzir o volume de internações hospitalares, proporcionar maior bem estar ao paciente e seus acompanhantes e, ainda, diminuir as contaminações geradas num hospital, eles fazem todo o acompanhamento do paciente em casa.
Assistem, medicam, monitoram e orientam. Até os medicamentos são fornecidos pelo SAD gratuitamente. É um trabalho incrível e prestado com muita competência pelos servidores municipais com quem pude ter contacto.
Qualquer um pode ter acesso, independente de ter sido atendido pela rede pública ou particular. Importante é que seja submetido a uma avaliação médica e tenha constatada a necessidade de internação.
A avaliação definindo pela necessidade de internação tem um prazo mínimo para acontecer. Se encaminhada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e por médicos particulares, o prazo máximo é de 72h úteis. Se for encaminhada pelo Pronto Atendimento, até 12h úteis. Quando oriunda do hospital, em até 24h úteis.
Claro, existem outras regras além da submissão à avaliação. O paciente não pode sair de casa pois, afinal, está hospitalizado. Precisa ter um acompanhante com idade entre 18 e 60 anos, dentre outras exigências, mas tudo dentro de uma proposta muito razoável e que poupa os beneficiários do desconforto e dos riscos de quartos e corredores de hospitais.
A princípio fiquei insegura e disse que minha mãe, infelizmente, teria que ser internada no hospital, pois estava morando no condomínio dos Cristais, fora da zona urbana do município. As atendentes me esclareceram que eu estava equivocada, já que o SAD alcança, também, toda a zona rural do município, inclusive o Engenho do Ribeiro.
O acompanhamento pela equipe é realizado de acordo com a demanda e podem ser feitos diversos procedimentos, tais como pequenas cirurgias, aplicação de medicamentos endovenosos, monitorização de dados vitais, cuidados paliativos, realização de curativos de alta complexidade, reabilitação aguda, capacitação de cuidadores, prescrição e avaliação nutricional.
É, de fato, um trabalho muito interessante e que as pessoas precisam conhecer. A equipe técnica é ótima e conta, atualmente, com os seguintes profissionais: Nurielem Rabelo Cruz (médica), Vanuza de Freitas da Silva Cardoso (coordenadora), Stela Cristine (enfermeira), Adriana Gomes (técnica de Enfermagem), Juliana Rodrigues (técnica de Enfermagem), Vanessa Oliveira (assistente social), Carolina Gontijo (fisioterapeuta), Marilene Silva (farmacêutica) e Aline Resende (nutricionista).
Desejei muito fazer este texto e divulgar um pouco desse belo trabalho oferecido pelo município, que poupou a mim e a minha família de dias dentro do hospital e possibilitou minha mãe ser tratada no conforto de casa.
Minha gratidão à médica Dênia e a toda a equipe do SAD.
– – – – –
Outro dia assisti um documentário que se chamava “Esquecidos”. Era uma série de reportagem sobre cidadãos que vivem à margem da sociedade, sem acesso aos direitos básicos como educação, água potável, saneamento, documentos e outros itens. Como se não existissem. Alguns não tinham nem certidão de nascimento e sequer podiam ser atendidos num hospital.
O número de “Esquecidos” no Brasil é gigantesco. Só sem acesso a água potável, segundo pesquisa realizada em 2022, são quase 35 milhões, além dos 100 milhões sem coleta de esgoto. Os dados são assustadores e as narrativas do documentário angustiantes.
Acho que, a partir desse dia, passei a viver com o olho um pouco mais aberto e ligada na necessidade de utilizar esse acesso gigante à informação que temos hoje como instrumento de esclarecimento. Passei a observar melhor a realidade e prestar mais atenção aos meus deveres e direitos, para tentar desempenhar melhor o meu papel de cidadã. É fundamental estarmos em dia com nossas obrigações e, em contrapartida, entendermos que o Estado tem o dever de oferecer algumas condições mínimas de bem-estar. A todos e a cada um de nós.
O texto desta coluna é sobre um desses direitos perdidos por aí. Ao descobri-lo, pensei que poderia ser útil a muitos.
(Portal iBOM / Roberta Gontijo Teixeira é bacharel em Direito, ambientalista e servidora pública federal / Fotos: PMBD)
Parabéns pela matéria. São estas notícias que queremos ter acesso. A toda equipe SAD minhas mais sinceras congratulações. Tinha conhecimento de suas atuações, mas nunca tinha lido se quer uma linha a respeito de seu trabalho, não desta forma. Não só a SAD, mas toda estrutura da saúde, são nestes lugares que encontramos a verdadeira essência do ser humano, em nossa fragilidade. Parabéns não só pelo grande esforço, mas principalmente pela dedicação.