Álbum de fotografias de Bom Despacho
ALEXANDRE MAGALHÃES – Algumas pessoas de Bom Despacho me consideram a pessoa mais chata do mundo, talvez com alguma razão. Essa certa “fama” deve-se ao fato de eu odiar aparecer em fotografias. Esse excesso de “selfies” e fotos de alegrias falsas que as pessoas colocam em suas mídias sociais são uma tortura para mim.
Toda vez que as pessoas começam a mover-se para tirar uma foto do grupo de amigos, imagem que vão usar só para colocar no Instagram ou no Facebook, mas que jamais vão olhar novamente, eu já vou saindo de fininho e me escondo atrás do primeiro poste ou árvore que encontrar.
Porém, adoro ver fotos de lugares e da natureza. Esta semana, em um jantar com minha filha Isabella, começamos a falar sobre imagens que veem à mente quando falamos de alguns lugares: Nova Iorque – Estátua da Liberdade, São Paulo – Avenida Paulista, entre outras.
Em algum momento, a Isabella, ciente de minha paixão por Bom Despacho, pediu para eu dizer quais eram as imagens marcantes da cidade.
Vou dividir com o raro leitor e a rara leitora minhas imagens bom-despachenses.
A rodoviária
Calma, raro leitor e rara leitora, a rodoviária não é uma imagem marcante de Bom Despacho, mas é a primeira imagem que guardei da cidade, da primeira vez que fui à cidade, há exatos seis anos. Memória afetiva.
O céu noturno bom-despachense
Minha filha concordou que o céu bom-despachense é maravilhoso. Ela também chorou ao ver as estrelas, sem poluição, milhares de pequenos pontinhos no céu. Especialmente, quando comparamos com o céu paulistano, sem estrelas, com poluição eterna, o lindo universo visto em Bom Despacho é algo inesquecível.
Lembro exatamente o momento em que ela chorou ao ver as estrelas na cidade. Eu pedi para ela colocar a cabeça para fora do carro, nos Cristais, em uma noite estrelada. Foi olhar aquela maravilha, dar um grito de espanto e chorar…
Alá
Meu sogro um dia me disse que toda vez que chega a Bom Despacho vindo de Belo Horizonte, quando avista a cidade, costuma dizer a quem está com ele: “Alá. Alá Bom Despacho”. Isso virou uma brincadeira entre mim e minha namorada. Guardo essa imagem em minha mente.
Estrada para Samonte
Uma das imagens que mais gosto são as paisagens do caminho de Bom Despacho a Santo Antônio do Monte. Em vários pontos da estrada é possível enxergar muitos quilômetros de linda paisagens, muitas montanhas, muitas áreas verdes, horizontes lindos… Paisagem sem comparação a São Paulo.
Ponte da Amizade
Guardo boas memórias da estrada que leva à Ponte da Amizade e ao Rio Lambari. Lembro que fui correndo do bairro Esplanada até a Ponte, muita área verde, algumas corredeiras d´água, ponte sobre o rio, os Moinhos ou munhos, como o pessoal diz, lindas paisagens e, ao final, o Rio Lambari, onde sempre que posso, nado. Como em São Paulo não existem rios limpos, essa memória da Ponte da Amizade é permanente em minha mente.
Os Cristais e as estradas de terra
Um dos primeiros lugares que visitei em Bom Despacho foi o bairro dos Cristais. E, claro, comecei a correr pelas estradas de terra que começam perto do asfalto e se multiplicam, passam pelo Rio Picão, por lindas matas, a Roda D´água, as casinhas perdidas em cada uma das estradas, local onde já encontrei cobras, macacos, aves diversas e até uma raposinha. Adoro explorar cada uma das rotas, guardando na memória as paisagens diversas,
As nascentes do “Marcelo Cabral”
Uma das paisagens que mais me marcou foi uma matinha que fica em uma estrada de terra que sai da Avenida Doutor Roberto e vai até a Estrada do Pica Pau. Meu amigo Marcelo Cabral, junto com sua esposa Vera, me levaram para ver as nascentes neste local. Eu que já corria ao redor desse ponto, mas nunca desconfiei que ali havia tanta vida, transformei aquela matinha em uma de minhas melhores memórias bom-despachenses.
As caras de Bom Despacho
Minha memória guarda algumas imagens não relacionadas à paisagem bom-despachense, e mais ligadas às pessoas da cidade.
As muitas pessoas que correm e andam em suas bicicletas pela cidade inteira, especialmente na Avenida Doutor Roberto e nas estradas de terra.
Os vários músicos e amigos do Circuito dos Ranchos, trocando experiências musicais, de muita conversa e muita alegria, sempre regado a boa bebida e culinária mineira.
Mas, nada supera encontrar diariamente o Tõe e o Joãozinho no bairro Esplanada, oferecendo seus leites, queijos e verduras, observar o Cláudio caminhando com dificuldades pelas ruas da cidade, receber um olá do seu Tarcísio do Xuá, sempre com seu sorriso empolgante ou escutar um “fala, tchê” do Serginho na portaria da Praça de Esportes. Imagens que me fazem ficar emocionado ao lembrar de Bom Despacho.
Estas imagens são para mim a “Torre Eiffel” de Bom Despacho!
(Portal iBOM / Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por BD e SP / Foto: Ponte da Amizade / Arquivo Minas Gerais)