Bom Despacho ou Rio: qual lugar é mais lindo?

 

Neste último fim de semana, 10 e 11 de junho, aconteceram a Meia Maratona e a Maratona do Rio de Janeiro. Muitos corredores de Bom Despacho estavam por lá, alguns correram a Meia Maratona, 21 quilômetros, e muitos correram a Maratona, 42,195 quilômetros.

Eu e minha namorada bom-despachense participamos da Meia Maratona no sábado, dia 10. Corremos e saímos vivos da prova, o que já é uma métrica de sucesso para pessoas da minha idade, beirando os sessenta anos.

Calção caindo

A parte mais triste para mim e, provavelmente, mais divertida para os amigos, foi o fato de ter corrido toda a prova segurando meu calção de corrida. Por algum motivo desconhecido, provavelmente durante a última lavada, o cordão que me permite amarrá-lo na cintura, quase como um cinto, foi separado do calção.

Quando o vesti na madrugada da corrida e desci para tomar café da manhã no hotel, não percebi o problema, pois não levei o celular no bolso, que pesado como é, ajuda o calção a descer pelas pernas, caso não seja devidamente amarrado.

Quando cheguei ao local da corrida, já com o celular no bolso, e o aparelho é importante para marcar o tempo por quilômetro, batimentos cardíacos, água no corpo, entre outros itens, percebi que meu calção não pararia no lugar certo.

Tentei amarrá-lo com meu fone de ouvido, tentei prendê-lo com os alfinetes que prendiam o número de peito dos corredores, entre outras soluções, e nada.

Resumindo: corri 21 quilômetros segurando o calção, ora com a mão direita, ora com a esquerda, sempre mudando de mão conforme os dedos adormeciam.

Dica para todos: confiram as coisas importantes da vida…

A paisagem da Meia Maratona

A corrida iniciou-se em Ipanema, na beira da praia, passou por Copacabana, Botafogo, Flamengo, ou seja, lugares de nosso imaginário, além de durante a corrida nos depararmos com o bondinho que passa pelo morro da Urca e termina no Pão de Açucar, e, claro, vermos o Cristo Redentor no morro do Corcovado, imagem conhecida no mundo todo.

Enfim, uma paisagem linda e dos sonhos dos turistas do mundo todo.

Porém, para quem está correndo, as coisas são um pouco diferentes. A começar, que a corrida acontece em avenidas de asfalto, como a Avenida Atlântica em Copacabana, bem longe das areias das praias, e o mar não está visível facilmente. Há muitas barracas nos calçadões que impedem ver o mar, há muitos trechos corridos longe das praias, como em ruas e avenidas internas dos bairros, e, mesmo quando estamos correndo em uma avenida perto do mar, estamos a cinquenta, oitenta ou cem metros da água, ou seja, ver o mar durante a corrida não é uma tarefa simples, ainda mais para quem está fazendo um esforço brutal para dar cada passo dos milhares necessários para terminar a Meia ou a Maratona inteira.

Bom Despacho é muito mais linda

Depois da prova, tomando umas merecidas cervejas, os bom-despachenses não paravam de falar sobre a paisagem que viram durante a prova. Depois de ouvir as loas por vários minutos, coloquei minha opinião, a mesma que escrevi acima, e arrematei dizendo que a paisagem da Meia Maratona João Jiló em Bom Despacho era muito mais bonita e encantadora. Disse ainda que, em minha opinião, os 18 quilômetros da prova da Pampulha em Belo Horizonte, são muito mais lindos do que a paisagem do Rio de Janeiro, já que na Pampulha a lagoa está sempre visível e bem perto dos corredores, além das avenidas arborizadas, patos, gansos, marrecos, entre outros bichos, sempre presentes.

Quase fui linchado pelos bom-despachenses.

Professor Lao deu a palavra final

No meio da discussão sobre qual paisagem é mais linda e impactante, se Bom Despacho ou Rio de Janeiro, Lao, professor e diretor de escola em Bom Despacho, resumiu a questão. Disse que para os bom-despachenses, que tem menos contato com o mar, correr perto dele, mesmo não estando o tempo inteiro visível, é o paraíso. Para mim, segundo o Lao, que estou mais acostumado ao mar, mas nada acostumado a ver matas, estradas de terra, cobras, seriemas, macacos, quatis, entre outros bichos, Bom Despacho é o paraíso.

Obrigado, Lao. Você entendeu o porquê de eu ser tão apaixonado por Bom Despacho: as matas, os rios limpos, as estradas de terra, os animais silvestres e, posso acrescentar, as pessoas tão simpáticas.

Não troco Bom Despacho pelo Rio de Janeiro, mas agora entendo os motivos de quem o faria.

Obrigado, Bom Despacho, pelo que você e sua população me proporciona!

(_Portal iBOM / Foto: arquivo da Correbom_).

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

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