Estelionatários tentam dar golpe na Cooperbom e são pegos pela PC
Quadrilha de estelionatários que aplica golpes em cooperativas e lojas agroveterinárias sofreu um revés em Bom Despacho. Integrantes do grupo tentaram dar o golpe numa das lojas agroveterinárias da Cooperbom, mas foram seguidos e pegos pela Polícia Civil.
O caso começou na tarde do dia 2 de março, quando golpistas ligaram para a Loja Cooperbom do bairro Ana Rosa. Passando-se por um cooperado, fizeram um pedido de defensivos agrícolas no valor de R$ 30 mil para ser retirado mais tarde. Desconfiada, a gerência da loja avisou a diretoria da Cooperbom, que já havia sido vítima de golpistas há dois anos atrás. A diretoria então acionou a Polícia Civil, que orientou a Cooperativa a preparar a mercadoria e avisar aos golpistas que, devido ao horário, o pedido ficaria pronto no outro dia cedo.
No dia seguinte a Polícia Civil mobilizou oito agentes, coordenados pelo delegado regional Thales Júnior, em três viaturas descaracterizadas. As equipes ficaram de longe monitorando a situação. O objetivo era chegar aos integrantes da quadrilha. Ainda na parte da manhã, um caminhão de frete, contratado por telefone pelos bandidos, foi até a loja da Cooperbom e carregou a mercadoria que, supostamente, seria levada para uma propriedade em Moema. A Polícia seguiu o caminhão de longe.
No trajeto, os golpistas ligaram para o motorista e disseram para ele seguir viagem até Arcos, a 84 km de Bom Despacho, e encostar num posto de combustível, onde seria feito o transbordo da carga. Nesse posto, a Polícia abordou dois homens que chegaram num veículo para recolher a mercadoria.
Na tentativa de alcançar outros integrantes, após interrogar os detidos, equipes da Polícia Civil seguiram até a cidade de Campo Belo, que fica 86 km à frente. O saldo final da operação foram dois homens detidos e levados para a Delegacia de Polícia.
Por se tratar de uma investigação em andamento, a Polícia Civil não forneceu mais detalhes da ocorrência para não interferir no trabalho de inteligência da corporação. O delegado Thales Júnior disse ao Portal iBOM que “as investigações estão em andamento visando identificar e prender as lideranças que agem em vários pontos de Minas Gerais”.
As mercadorias foram apreendidas pela PC e devolvidas à Cooperbom. O mesmo freteiro contratado por telefone pelos golpistas – que era inocente e não tinha nada a ver com a fraude – levou a carga de volta. A Cooperativa pagou o frete de retorno.
Após a ação da Polícia Civil, a Cooperbom publicou na edição impressa do Jornal de Negócios uma nota de agradecimento e homenagem à corporação, reproduzida ao lado.
Golpistas já deram prejuízo em Bom Despacho e Dores do Indaiá
A estratégia dos golpistas é sempre a mesma: eles ligam para a loja dizendo ser um produtor conhecido, fornecem o número de matrícula do cooperado, passam a lista de compras e pedem que os produtos fiquem separados para serem retirados mais tarde. Aí contratam freteiros da própria cidade, por telefone, e mandam buscar a carga.
“Eles normalmente usam nomes de pessoas conhecidas e se aproveitam da relação de confiança existente entre fazendeiros, cooperativas e lojas agroveterinárias, até mesmo porque é comum produtores que moram na zona rural ligarem pedindo o que precisam, especialmente em situações de urgência”, disse ao Portal iBOM um diretor da Cooperativa.
Nesses casos, a mercadoria fica pronta, com a nota fiscal já emitida. A própria Cooperbom já foi vítima dessa mesma fraude há dois anos atrás. Recentemente, a quadrilha também aplicou golpe semelhante em Dores do Indaiá, onde deixou um prejuízo de R$ 40 mil.
Delegado recomenda cautela
“São estelionatários que atuam à distância e contratam freteiros da cidade para retirar a carga e levar até um ponto determinado. Usam de terceiros de boa-fé para não serem pegos. Só recolhem a mercadoria quando ela já está longe, dificultando o rastreamento. Depois revendem a carga em outras regiões”, explicou Thales.
A orientação da Polícia Civil é que as cooperativas e empresas do segmento tenham cautela e criem protocolos rigorosos para confirmar a legitimidade do pedido antes de entregar mercadorias de pedidos feitos por telefone. (Portal iBOM / Foto: Delegacia Regional de Polícia Civil de Bom Despacho / iBOM)
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