Um segundo lugar que vale ouro

 

ALEXANDRE MAGALHÃES – Semanas atrás vi uma notícia muito especial no Jornal de Negócios: Bom Despacho foi o segundo município em Minas Gerais que mais investiu na educação infantil. Esse lugar significa que a cidade foi o segundo município em uso proporcional de suas receitas na área de educação para as crianças. Veja a reportagem CLICANDO AQUI.

Isso é um excelente passo para ter uma juventude mais capaz para enfrentar um mundo cada vez mais difícil, com empregos com bons salários ficando cada vez mais raros, robôs tomando lugar de seres humanos nas empresas, etc.

Claro, este alto percentual de investimento na educação refere-se a um período muito curto de tempo e não é garantia que sempre foi assim em Bom Despacho, nem significa que isso será mantido para sempre. Porém, não é pouca coisa ser o segundo município que mais investiu na educação infantil, proporcionalmente à sua receita.

Uma boa base educacional na infância pode garantir melhor entendimento sobre as disciplinas de toda a vida na escola. Uma boa experiência na escola quando muito jovem, pode ser um incentivo para continuar a estudar por muito mais anos, indo muito além da graduação, evoluindo para um MBA – Master Business of Administration, um mestrado e um doutorado.

Todos os estudos disponíveis indicam que quanto melhor e mais longo for o tempo de estudo de uma pessoa, mais chance ela terá de ganhar melhor salário, maior a probabilidade de a pessoa poder escolher com o que quer trabalhar, em que cidade prefere viver, em que país quer passar alguns ou todos os anos de sua vida.

Uma pessoa que tem uma carreira mais rentável por causa dos estudos, pode ajudar sua família a mudar sua situação financeira, viver melhor, ter uma casa mais aconchegante, entre outras muitas melhorias.

Portanto, a notícia é realmente maravilhosa e os habitantes de Bom Despacho devem ficar de olho para que esse percentual de investimento na educação infantil, mas não só, não caia.

Paralelo ao aumento do investimento na educação, criar programas de leitura, como o que já tratei aqui neste espaço há alguns anos, cuja criadora é a professora Juliana Campos, natural de Bom Despacho, seria uma ótima forma de complementar o dinheiro investido diretamente na educação.

Dinheiro que vai para a educação não é gasto, mas investimento, pois rende novos dinheiros, melhores salários, melhores compras, portanto, mais impostos para a cidade, estados e país, e isso faz ser possível aumentar ainda mais os investimentos na educação, que renderá mais salários etc, ou seja, é um círculo virtuoso que ajudará toda a sociedade.

Ótima notícia, Bom Despacho! Que dure para sempre!

Nunca é justa a morte de uma criança

Também acompanhei recentemente o caso das crianças queimadas em Bom Despacho. Uma tragédia. Um filho ou filha enterrar o pai e a mãe é o que esperamos, pois é mais provável que os mais velhos partam antes dos mais novos.

Quando essa ordem é invertida e um pai e uma mãe enterram seus filhos, essa situação é muito mais difícil, muito mais triste. Quando a morte é de uma criança, o sentimento é ainda mais profundo. E quando as mortes são oriundas de uma tragédia, de uma explosão acidental, por imprudência ou não, é muito impactante.

A bela música de Chico Buarque, “Pedaço de mim”, resume bem o que eu sinto sobre perder alguém, especialmente a terceira estrofe, “a saudade é arrumar um quarto, do filho que já morreu”.

Como homenagem às crianças perdidas na tragédia, segue a letra da música:

“Oh, pedaço de mim / Oh, metade afastada de mim / Leva o teu olhar / Que a saudade é o pior tormento / É pior do que o esquecimento / É pior do que se entrevar / Oh, pedaço de mim / Oh, metade exilada de mim / Leva os teus sinais / Que a saudade dói como um barco / Que aos poucos descreve um arco / E evita atracar no cais / Oh, pedaço de mim / Oh, metade arrancada de mim / Leva o vulto teu / Que a saudade é o revés de um parto / A saudade é arrumar o quarto / Do filho que já morreu / Oh, pedaço de mim / Oh, metade amputada de mim / Leva o que há de ti / Que a saudade dói latejada / É assim como uma fisgada / No membro que já perdi / Oh, pedaço de mim / Oh, metade adorada de mim / Lava os olhos meus / Que a saudade é o pior castigo / E eu não quero levar comigo / A mortalha do amor / Adeus”.

 

Cachorros soltos pela cidade

Apareceu aqui na casa da namorada um cãozinho lindo, claramente um filhote. Com pouco mais de um mês de vida, ele seguiu minha namorada por centenas de metros e ficou chorando aqui no quintal, ou terreiro, como preferem os bom-despachenses.

Depois de comer um restinho de frango, ficou por aqui. Ganhou um paninho para passar a noite sob o telhado da varanda ou alpendre, como preferem os bom-despachenses, protegido da forte chuva que caiu já perto da meia-noite. Hoje, ao acordarmos, procuramos o cachorrinho e ele havia sumido. Espero que tenha encontrado um lar para viver sua vida. E que seja longa.

Tenho encontrado muitos cães comendo lixo pela cidade. Semana passada, estávamos na Estrada do Pica-Pau e vimos um grande cão preto parado na estrada. Quando passamos por ele, ele correu atrás do carro por uns cem metros. Questionei-me se anda atacando corredores ou ciclistas na estrada. Perigosa essa situação.

Acho que valeria a pena fazer um plano sério para castrar todos os cães da cidade. Se possível, os gatos também. Nunca vi tantos cães abandonados aqui na cidade. Parece que esse problema está saindo do controle e, além de ser triste ver tantos animais abandonados, podem transmitir doenças e atacar crianças e idosos.

Esse investimento traria ótimos resultados. Diminuiriam os cães comendo lixo, os atropelamentos de animais pela cidade, cairiam as chances de doenças perigosas, como a leishmaniose, raiva etc, diminuiriam os ataques de cães a corredores e ciclistas, enfim, castrar os cães de rua só traria benefícios.

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

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