Tadeu e a coragem de educador

 

Pinta Sabino (Foto: Arquivo pessoal)

Somente sobrevivemos na memória afetiva das pessoas que nos admiram, nos respeitam, que nos amam. Há aproximadamente 43 anos, um jovem professor entrava na sala em que eu estudava, no Coronel Praxedes. O fato de ser homem já contrastava com o redor, pois, exceto o Sô Paulo, que abriu o portão do grupo (como se falava então) para no mínimo cinco gerações, todos os profissionais da escola eram mulheres.

Não era nosso professor regular, viera para a difícil tarefa de dar aula de Educação Sexual para os meninos. O professor falou de anatomia, de higiene e, discretamente, de desejos. Dominava mais as metáforas que a natureza. Deixou que colocássemos algumas perguntas em uma cumbuca. Apareceram apenas perguntas infantis, próprio de como eram as crianças; nada que hoje não apareça em novela das seis.

Lembro-me dessa cena e hoje, quando se discute educação de gêneros, vejo como, com todas as ponderações que se possa fazer, aquela simples aula era ousada e inovadora. Uma coragem de educador. Listasse aqui apenas o nome de alguns dos alunos, veriam que a coragem era enorme, mesmo.

Acho que foi a primeira das incontáveis vezes que tive o prazer de me encontrar com o Professor Tadeu, este que fez de “professor” prenome. Quando me fiz professor, quis ser as minhas melhores memórias.

Portanto, esse é um texto de reconhecimento e agradecimento, já que como disse o poeta: “A gratidão é a memória do coração”.

Pinta Sabino é professor

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