Dona Emília Faustina dos Santos: uma mãe de verdade

 

Na pessoa de Dona Emília homenageio hoje todas as mães bom-despachenses, vivas ou que já se foram para junto de Deus, como minha própria mãe, porque reconheço nela sobretudo uma grande mulher

“Amélia é que era mulher de verdade”, diz uma consagrada canção popular. Hoje eu digo que Dona Emília Faustina dos Santos (como tantas outras mães heroicas de seu tempo) “é que era mãe de verdade”. Para concordarem com o eu que disse, basta que meus leitores vejam sua biografia abaixo.

Mãe de 14 filhos, passou mais de dez anos de sua vida em estado de gravidez. Não havia métodos contraceptivos, pois a religião e a sociedade impunham a elas “ter os filhos que Deus quisesse”, sete dos quais na zona rural, no Mato Seco, e sete num sítio na zona rural em Bom Despacho. Foi numa casa de fazenda, no final de uma estradinha que começa depois do Beco do Zeca (nome de seu marido), que sai, se me lembro bem, da praça da Igreja do Rosário, passa pela ponte do Ribeirão dos Machados, no final da parte urbanizada da Avenida Dr. Roberto, e segue por uma estradinha rural por cerca de dois quilômetros até chegar à casa de muitas janelas, piso de assoalho, cercada de um pomar em espaçoso quintal, conforme se usava antigamente.

Tarefas e a escola dos filhos

Mesmo com os árduos trabalhos para criar a família, dona Emília encontrava tempo para tarefas extras: fazia colchas e outros tecidos, creio que nos antigos teares, e roupas para a família ou para vender para terceiros.

Sempre com a dedicação e o companheirismo do esposo Zeca, durante seus 81 anos de maternidade, ela cuidou, com o mesmo zelo e amor das mães de outrora, da casa, do esposo e dos filhos. Ela despachava-os para a escola lá no centro da cidade. Depois mudou-se para uma outra na Avenida das Palmeiras, defronte à Cooperativa Agropecuária, para maior conforto da família e dos estudos dos filhos.

Homenagem a todas as mães

É importante lembrarmos que, sobre essa mãe, na pessoa de quem homenageio todas as mães no segundo domingo de maio a elas dedicado, registramos tantos dados de uma pessoa lutadora e vencedora. Nascida 4 dias depois do primeiro centenário da Independência do Brasil e depois de uma existência verdadeiramente admirável, faleceu apenas a 4 meses de completar 100 anos e alcançar o bicentenário de nosso 7 de setembro, da Independência do Brasil.

Penso que essa longevidade é uma bênção para uma grande pessoa e mãe de família que pôde conviver e assistir as espetaculares transformações na sociedade, em Bom Despacho, em nosso país e no mundo durante tal tempo que lhe foi dado por aqui viver.

Nascimento, casamento e vida na cidade

Nasceu no Engenho do Ribeiro e aos 14 anos a família se mudou para o Mato Seco. Em 04/11/1940, casou-se com o seu primo José Antônio da Silva (Zeca do Dico). No Mato Seco teve os sete primeiros filhos. Com eles, tendo necessidade de melhores condições de estudos, que ela fazia questão, mudaram-se para a cidade, na rua Faustino Teixeira em 1954, onde viveram por dois anos, até adquirirem a Chácara dos Fernandes, situada atrás da Fábrica de Tecidos Aliança Bondespachense. Lá teve mais sete filhos, sempre dedicada aos serviços de casa, tecendo colchas e tecidos para roupa, para a família e para venda a terceiros.

Mudança

Novamente, a fim de que os filhos pudessem ter mais comodidade de estudo, em 1966 a família se mudou para a casa na Avenida das Palmeiras, onde viveu até os dias de hoje. Sempre uma mãe dedicada, patrocinando o bem-estar dos filhos, apesar de todas as dificuldades. Era uma guerreira. Deixa-nos um exemplo de dedicação, força e perseverança.

Saudação do JN

Nosso carinho, respeito e admiração a todas as mães locais, principalmente às leitoras de nosso Jornal de Negócios. Parabéns e feliz dia das mães!

Dados biográficos
Nome: Emília Faustina dos Santos
Pais: José Joaquim dos Santos (Juca da Ponte, Juca da Emília) e Faustina Maria do Rosário
Nascimento: 11/09/1922 no Engenho do Ribeiro
Filhos: Maria Adélia (in memoriam), Francisca Maria, José Mário (in memoriam), Maria Dinalva, Ilda Maria, Virgílio Divaldo, Nelson José, Mário Lúcio, Milton Antônio (in memoriam), Geraldo Magela, Maria do Carmo, Gilberto Antônio, Élzio (in memoriam), Fernando Antônio. Ela teve ainda 25 netos e 20 bisnetos.

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