Prof. Carlinhos: plenitude de vida

Começo a falar de meu personagem citando, do evangelho, uma frase de Jesus: “Que todos tenham vida e a tenham plenamente.” E também cito um escritor sul-americano, chileno, Pablo Neruda, prêmio Nobel de literatura, que escreveu um livro autobiográfico nominado “Confesso que Vivi”. Carlos Antônio Ferreira enquadra-se nestas duas normas: a de Jesus e na confissão de Pablo Neruda.

Dr. Carlos Antônio Ferreira possui uma biografia e uma carreira maravilhosa de plenas realizações. É advogado, contador, músico, professor universitário, articulista, cronista de jornal, mestre em didática do ensino superior. Desportista, foi fundador do Ajax Futebol Society, tetracampeão no Divinópolis Clube e ex-conselheiro do Guarani E.C. É eterno torcedor do Botafogo do Rio e do Ferroviário de Divinópolis.

No campo musical, há 29 anos é diretor, professor e instrumentista da Academia Musical Acorde de Divinópolis. Trabalhou como músico profissional de bailes e grupos musicais, salões de Minas Gerais. Foi músico da orquestra Romântica Tony Kinho.

Mestre de universitários bom-despachenses

Décadas atrás a maioria das escolas superiores frequentadas pelos bom-despachenses eram de Divinópolis. Por isso posso afirmar com certeza que, entre os profissionais de curso superior da nossa cidade, dezenas e dezenas deles tiveram o privilégio de serem discípulos deste competente, incansável e múltiplo mestre que conquistava a todos com sua genialidade e simpatia.

Foi professor de três matérias distintas da Faculdade de Ciências Contábeis de Divinópolis e do Colégio Leão XIII. Trabalhou por quase 50 anos como contador. Professor por 25 anos de Direito do Trabalho da Fadom e, por 10 anos, Direito Comercial e Direito Empresarial. Foi professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Destaca-se também seu magistério na Faculdade de Filosofia Ciência e Letras (UEM) e na Pontifícia Universidade Católica de Arcos.

Família

Ele está casado há 47 anos com a professora Wilder Maria Ferreira, com a qual tem dois filhos, igualmente advogados, os quais lhes deram 3 netos.

Conheci esta pessoa empática e admirável em Divinópolis, na casa do seu filho Túlio e da Viviane, ela, minha sobrinha, filha do meu irmão Pedro e de sua esposa Edilea. Das mãos do Dr. Carlos recebi uma prova de sua crescente plenitude de vida, agora como escritor, de máximas que ele criou e/ou coletou. É uma coletânea de preciosos volumes, fáceis e gostosos de se lerem. Suas máximas filosóficas, críticas e cheias de humor cheiram ao imortal Millôr Fernandes. Segundo Elmo Fernandes, o autor do prefácio de um de seus livros, “o professor Carlinhos é adepto daquela máxima de Fernando Sabino: ‘Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor’”.

Compartilhe suas dificuldades com o grande mestre e certamente ele dirá: “Rir ainda é o melhor remédio.”

É esse tom de humor e graça que permeia seus livros.

Máximas do Professor Carlinhos

– Aquele matuto não ouvia bem, mas aprendeu direitinho:
a) Meu patrão me mandou assustar o cheque. b) Há malas que vêm para o bem.
c) Vamos aproveitar e matar dois coelhos com uma caixa d’água só.

– Bebia muito, mas muito mesmo e nunca tinha ressaca. Tinha maremoto, às vezes até tsunami.

– Se Deus aprovasse casamento entre duas pessoas do mesmo sexo, não teria criado Adão e Eva, mas Adão e Ivo.

– Quem gosta de mulher feia é salão de beleza

– O cigarro adverte: o Governo é prejudicial à saúde.

– Disse o marido para a esposa: – Lembra como éramos felizes trinta nos atrás?
_Como assim? A gente nem se conhecia.
_ Por isso mesmo.

– Lá em Barbacena (linda como sempre), o louco atendeu o telefone e ouviu:
_ Alô! Aí é do hospício?
_ Não, aqui não tem telefone!

– Só pode gritar com garçom freguês de filé mignon. (Sérgio Porto)

– Na Bahia: _Sou meio preguiçoso, num sabe?
_ Por que, meu rei?
_ É que ser preguiçoso inteiro dá muito trabalho.

– Morrer, a última coisa que quero fazer na vida.

– Mineiro em devaneios filosóficos: Oncotô? Quenconsô? Donvocim? Proncovô?

– A carne está tão cara que urubu tá comendo goiaba.

– Se você tá se sentindo sozinho, abandonado, achando que ninguém liga pra você, muito simples: atrase um pagamento.

– Ser canhoto é fácil: o difícil é ser direito.

– Carro velho é que nem asma, melhora, mas não fica bom.

– Maldade fez aquele viúvo que colocou uma plaquinha no túmulo da falecida esposa, externando: “Agora ela e eu descansaremos em paz”.

Uma máxima de BD (autoria dessa coluna):

Antigamente diziam que “quem bebe da Biquinha e come dos biscoitos da Mariquinha, sempre volta a Bom Despacho“.

Aí um maroto acrescentou: “Quem bebe da Biquinha, come dos biscoitos da Mariquinha e transa com Zé Toniquinho, sempre volta a Bom Despacho.”

Foto acima: montagem de foto do Professor Carlinhos com a capa do seu livro

Tadeu Araújo

Tadeu Araújo Teixeira é professor, escritor, colunista e membro da ABDL

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