Quedas de energia deixam produtores rurais no prejuízo

Milhares de litros de leite azedaram e foram jogados fora

O Jornal de Negócios foi procurado por produtores rurais da região do Salitre, município de Bom Despacho, para reclamar dos prejuízos causados por interrupções no fornecimento da energia pela Cemig neste mês de janeiro.

Segundo esses produtores, a energia caiu às 4h30m da madrugada do dia 12 e só voltou às 17h00m do dia 14. Uma semana depois o fornecimento de energia novamente foi suspenso nos dias 19 e 20.

Atualmente, 10 produtores rurais moram com suas famílias no Salitre. Outro produtor tem fazenda no local mas reside na cidade, indo e voltando diariamente. Todos produzem leite e tiveram prejuízos severos com as interrupções no fornecimento da energia.

As maiores perdas vieram da impossibilidade de resfriar o leite ordenhado. Milhares de litros de leite foram jogados fora. Mas houve também perda de carnes e outros alimentos. Isso sem contar as dificuldades de não ter energia para movimentar bombas, máquinas e nem para iluminar as propriedades durante a noite.

 

Fulvinho critica falta de manutenção da rede
Fulvinho Cardoso, presidente da Cooperbom, jogou fora mais de 6.000 litros de leite.

O presidente da Cooperbom (Cooperativa Agropecuária de Bom Despacho), Fulvinho Cardoso, é um dos produtores afetados pelas interrupções de energia. Fulvinho é dono da Fazenda Ribeirão dos Santos, que fica no Salitre. Indignado com a situação, ele disse ao Jornal de Negócios ter jogado fora mais de 6.000 litros de leite que ficou ácido porque não pôde ser resfriado devido à falta de energia. Seu prejuízo nesses 5 dias passou de R$ 10 mil. Para Fulvinho, as quedas frequentes de energia são causadas por falta de manutenção da rede elétrica pela Cemig.

 

Cemig diz que vai ressarcir prejuízos

Diante das reclamações dos produtores do Salitre, o Jornal de Negócios procurou a Cemig para que a concessionária se manifestasse sobre o ocorrido e as queixas dos produtores. Através da sua assessoria de comunicação, a Cemig respondeu às perguntas feitas pelo Jornal. Veja a seguir.

 

JN – Por quê faltou energia na comunidade do Salitre?
CEMIG – Como é de conhecimento de todos, a região está passando por chuvas intensas desde o início de dezembro e de forma ininterrupta desde o dia 27 do mês passado. O transbordamento de rios e a queda de barreiras dificultaram e, muitas vezes, impossibilitaram o acesso a essas comunidades, como é de conhecimento dos próprios moradores.

Qual a explicação para o problema acontecer numa semana, demorar dois dias para ser resolvido e acontecer de novo na semana seguinte?
No final da tarde do dia 19 de janeiro, a região de Bom Despacho foi atingida novamente por uma tempestade, com fortes ventos e descargas atmosféricas (raios), ocasionando a falta de energia na comunidade [do Salitre]. Imediatamente foram deslocados veículos para atendimento, porém diante da dificuldade de acesso, o fornecimento foi normalizado na tarde do dia seguinte. É importante ressaltar que não há nenhuma relação entre a ocorrência do último dia 12 com esta ocorrência.

O que a Cemig vai fazer para evitar novas quedas de energia naquela comunidade? Prazo?
Além da recomposição da rede de energia, as equipes realizaram podas de árvores corretivas e preventivas na região. A Cemig ressalta a importância de manter a plantação de árvores de grande porte longe da rede elétrica, para evitar a interferência na rede.

A Cemig vai indenizar os produtores afetados pelos prejuízos sofridos em decorrência da interrupção no fornecimento de energia elétrica?
Para os consumidores que tiveram perda de materiais perecíveis, a solicitação de ressarcimento pode ser feita na agência da Cemig, após agendamento feito no site da companhia ou pelo telefone 116, informando a data e horário da ocorrência e a relação do material perdido. (iBOM) / Fotos: Ilustrativa / Arquivo

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