Saudades dos fins de semana no Bar Alhambra
BOAS LEMBRANÇAS - Neste espaço, pessoas falam das boas lembranças que têm do seu passado em Bom Despacho. O objetivo é relembrar e compartilhar costumes, fatos e acontecimentos que marcaram a vida na comunidade.
Tenho saudade dos fins de semana em Bom Despacho, no final dos anos 60 e início dos anos 70. Na época eu tinha uns 19 anos e morava na Avenida das Palmeiras, em frente à antiga Oficina do Piruca – onde ficam hoje a loja e o posto da Cooperbom.
O ponto de encontro da minha turma – e da maioria dos jovens daquela época – era o Bar e Restaurante Alhambra, que ficava debaixo do Hotel Letícia, onde está hoje o Bradesco.
Ele abria cedo e não tinha hora para fechar. Seu dono era o Gercino Antunes, um homem muito gentil e cordial. Cumprimentava todo mundo. Era político nato e moderado. Anos depois veio a ser vice-prefeito do Célio Luquini.
A turma ia mais cedo para o Alhambra beber e fumar. A bebida mais consumida era a Cuba Libre, aquele drink feito com rum, Coca-Cola e limão. As marcas de cigarro que faziam sucesso na época eram Minister e Hollywood. Todos gostavam de vestir calça Far-West – como era chamada a calça jeans na época.
Lembro que no bar havia muitas mesas ocupada pelos homens e poucas mesas com mulheres.
A gente fazia do Alhambra um local de aquecimento. A turma bebia uns goles, ficava animada e saia para a rua. Ia sentar na praça, paquerar e fazer serenata para as mulheres. Quem tinha cota ia para o Clube Bom Despacho.
Foi um tempo muito bom. Eu era jovem e cheio de expectativas em relação à vida. Estava buscando um caminho, uma profissão. Tanto que saí de Bom Despacho e fui trabalhar no Banco BMG, em Belo Horizonte.
Lá na capital entrei na faculdade de Letras. Mas pouco depois passei no concurso do Banco do Brasil e tive que deixar a faculdade. voltei para Bom Despacho em 1974 e fiquei no banco até me aposentar.
DEPOIMENTO de Dilermando Cardoso, 72 anos, bancário aposentado e escritor.