Pedro Adalberto: juntar forças pelo bem da comunidade

ENTREVISTA EXCLUSIVA: PEDRO ADALBERTO DA COSTA, PRESIDENTE ELEITO DA CREDIBOM

O presidente eleito da Credibom, Pedro Adalberto da Costa, tem 61 anos. Nasceu no antigo hospital Dr. Miguel Gontijo, em Bom Despacho, e foi criado no Engenho do Ribeiro. É filho de Iraci Rodrigues da Costa e Rosina Maria da Costa, ambos falecidos. É casado e tem dois filhos.

Pedro Adalberto é formado em Ciências Contábeis e pós-graduado em Direção Executiva de Cooperativas de Crédito. Foi o primeiro funcionário contratado pela Credibom, que abriu suas portas em fevereiro de 1986. De lá para cá foi contador, gerente, superintendente, diretor e, agora, é o presidente eleito da instituição.

Idealista, sereno e atencioso, o novo presidente faz questão de ressaltar que os bons resultados da Credibom devem-se à confiança dos associados e ao trabalho de todos os conselheiros, “um grupo muito unido pelos ideais do cooperativismo”.

Veja na entrevista a seguir, concedida ao editor Alexandre Borges.

 

Sua trajetória profissional foi construída na Credibom, onde você está desde a abertura da cooperativa. Mesmo assim, você se emocionou e soltou lágrimas ao ser aclamado presidente da instituição. O que sentiu naquele momento?

Sim. Foi na hora em que citei minha família. Minha esposa e meu filho estavam na assembleia. Isso me emociona. Eu sempre fui muito dedicado à Credibom e, por isso, a família fica até prejudicada. Minha esposa diz que eu me casei primeiro com a Credibom. Por isso agradeci o apoio constante e a paciência deles.

Me emocionei também com as manifestações espontâneas de apoio e consideração que recebi de muitas pessoas.

A verdade é que no momento em que se atinge a meta máxima a emoção toma da gente. Naquela hora passou um filme na minha cabeça. Eu vim do Engenho em 1972 para estudar em Bom Despacho. Trabalho desde os 12 anos de idade. Tinha condição financeira difícil. Por isso, num momento como aquele da assembleia, em que assumo a responsabilidade de presidir a cooperativa, a gente se emociona mesmo.

 

Depois de 35 anos na Credibom, o que inspira seu trabalho na instituição?

Uma das coisas que mais aprecio é servir às pessoas. Gosto muito do que faço na Credibom. Acho ruim quando não consigo atender alguma demanda de associado. Acredito que a cooperativa de crédito é uma grande coisa para a comunidade. Para mim é como se fosse um ideal. Fico emocionado com depoimentos de associados dizendo que resolveram sua vida a partir de um crédito obtido na Credibom. No fundo é isso: estamos aqui para realizar os sonhos das pessoas. Fazemos o algo mais que uma instituição financeira tradicional não faria. Exercemos nossa responsabilidade social e trabalhamos para promover o desenvolvimento econômico dos associados e da comunidade. Isso me motiva muito.

 

Bom Despacho tem hoje 3 cooperativas de crédito: Credibom, Credesp e Unicred. Juntas, elas possuem 7 agências na cidade. Qual o papel delas na comunidade?

As cooperativas de crédito são essenciais para as pequenas e médias cidades. Graças a elas, milhares de pessoas de pouca condição financeira têm acesso a serviços bancários. Instituições como a Credibom promovem a inclusão financeira das pessoas e o desenvolvimento social e econômico das comunidades onde atuam.

 

Você sempre foi dedicado a causas comunitárias e ao voluntariado. Isso é consequência da sua atuação na cooperativa de crédito?

Acho que isso está no meu DNA. Aprendi com meu pai a ser voluntário de causas sociais. Ele tinha um pequeno comércio no Engenho do Ribeiro. Era desse comércio que saia o sustento da família. Mas além de tocar o seu negócio, meu pai também cuidava do cemitério do Engenho, era tesoureiro da Sociedade São Vicente de Paulo e da Paróquia do Engenho. Tudo como voluntário. Minha mãe dizia que ele só gostava de fazer coisas em que não ganhava nada.

Desde menino eu acompanhava meu pai nas conferências dos assistidos da Sociedade São Vicente de Paulo. Acabei levando isso como referência para minha vida. Faço por gosto e para ser útil, para ajudar pessoas.

Claro que na Credibom há espaço e motivação para ações de voluntariado. Faz parte do compromisso da instituição com a comunidade. São valores compartilhados pela absoluta maioria dos dirigentes da cooperativa desde que ela foi criada.

Hoje a Credibom é administrada por um conselho de administração composto de 9 pessoas e uma diretoria executiva de 3 membros. Todos possuem experiência de gestão e compromisso com os ideais da instituição. As decisões são compartilhadas e inspiradas pelos mesmos valores e princípios.

 

Você sucederá no cargo a José Fúlvio Cardoso, que presidiu a instituição durante 24 anos. Em que ele o inspira como presidente?

Tenho admiração muito grande pelo José Fúlvio. Por sua capacidade de agregar pessoas, conciliar, unir. José Fúlvio é um homem visionário, de espírito empreendedor. Um perfeito cavalheiro, um amigo sempre gentil e cordial.

Nesses 24 anos como presidente ele abriu novas agências e expandiu a Credibom. Como líder, sempre se cercou de pessoas competentes, soube delegar e respeitar a equipe de profissionais da cooperativa.

Sem dúvida, José Fúlvio é responsável por muito do sucesso e do crescimento da instituição.

É bom ressaltar que ele continuará no conselho, agora como vice-presidente.

 

O que almeja pelos próximos 4 anos como presidente da Credibom?

Meu projeto é conduzir a Credibom com profissionalismo, dedicação e olhar no futuro. Trabalhar pelo bem dos associados e da comunidade. Trabalhar pela integração de instituições econômicas e sociais do município, juntando a força de todas para o bem da comunidade. São ideais nos quais acredito e me sinto com força e energia para realizar.

 

Você tem pretensões na política municipal?

Não, de forma alguma. Quero me dedicar integralmente à Credibom. Como presidente, passarei a atuar também em nível regional, porque a instituição está presente em outras cidades e faz parte de um sistema forte na região. Meu foco é buscar melhorias para o Sicoob e as comunidades.

 

Mas isso pode ser também um ideário político…

Sim, pode ser. Mas, na política municipal, sonho em ver um grupo de pessoas idôneas, interessadas no bem maior da comunidade. Um grupo que se una com o objetivo de prover gestão profissional e voltada para os interesses maiores da comunidade. Precisamos pensar mais no interesse coletivo e menos nos interesses partidários e pessoais.

 

Cite uma coisa boa e uma coisa que precisa melhorar em Bom Despacho.

Há muitas coisas boas, mas destaco o fato de Bom Despacho ser uma cidade muito acolhedora. Adoro nossa cidade porque acho que ela oferece boa qualidade de vida. Nosso povo é um povo do bem.

Um aspecto negativo me incomoda: ver lixo e sujeira nas vias públicas. Acho que as pessoas deveriam ter mais cuidado com a cidade. Separar o lixo, embalar e observar os horários de coleta. É uma questão de empatia. Um povo do bem não merece viver numa cidade com ruas sujas. Aqui é a nossa casa. Ela deve refletir nossos melhores valores.

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