Eu e o (futuro) Padre Marcelo Rossi fomos colegas de escola

ALEXANDRE MAGALHÃES – Outro dia, há uns dois anos mais ou menos, almoçando na casa de meus sogros no bairro Cristais, mencionei que eu havia sido colega de classe do futuro e famoso padre Marcelo Rossi. Houve uma incredulidade total sobre o fato. Como brinco muito, todos à mesa julgaram que eu estava brincando com o conhecido padre.

Disse para meu sogro, sogra, cunhados e concunhadas que eu poderia provar, já que possuía ao menos uma foto que provava nossa relação. Expliquei que estudáramos juntos na pré-escola, durante três anos. Voltei para minha casa em São Paulo e, apesar de ter revirado a casa toda várias vezes, não logrei achar a bendita foto que provaria tal relação.

Esqueci o assunto totalmente…

Há uns dias, minha filha mudou de apartamento, saindo da cidade de Mauá, município da Grande São Paulo, voltando a morar na cidade de São Paulo. Como em todas as mudanças, trocar de casa é tarefa para os fortes. Encaixotar tudo, colocar tudo em um caminhão de mudanças, desencaixotar as tralhas todas, arrumar tudo no lugar certo já na casa nova. UFA! Que trabalho!

Ao realizar este trabalho tão cansativo, minha filha Isabella achou muitas fotos minhas antigas. Ela me trouxe uma mala de imagens de várias épocas de minha vida: retratos de quando eu morava em Nova Iorque, de minha época em San Francisco, ambas cidades nos Estados Unidos, mas também fotos de quando vivi em Madri, na Espanha, imagens minhas muito jovem, ainda cheia de cabelo, enfim, muitas recordações. No meio de tanta coisa antiga, reconheci logo uma cartolina com cinco fotos: a diretora da escola infantil José Bonifácio de Andrada e Silva, minha professora na época da foto, minha foto, acredito que com uns cinco anos de idade, com a roupa de formatura e o capelo, que é aquele chapéu de formatura, uma foto minha sentado em uma mesa com umas bandeiras sobre ela e, finalmente, mas não menos importante, a procurada foto com todos os alunos juntos. Nela, reconheci meus dois amigos mais próximos: o João Bosco, que chamávamos de Bosquinho, e o Marcelo Rossi. Ali estava a prova que precisava.

Tirei o celular do bolso na mesma hora, fotografei a minha foto com o capelo e a foto de todos os alunos e enviei-as para meus amigos atuais, para quem eu já havia contado a história sobre minha amizade com o futuro padre. Apostei com todos que eles reconheceriam quem era o Marcelo Rossi na foto, já que ele não mudou nada, nada. Todos acertaram.

Enviei as fotos no grupo de amigos músicos de Bom Despacho e todos acertaram rapidamente que era o Marcelo na foto, mas poucos souberam indicar quem era eu naquela foto feita há quase cinquenta anos.

Finalmente, coloquei as fotos no grupo da família da minha namorada bom-despachense e, vitorioso, consegui provar que em um passado distante, fui amigo do famoso padre Marcelo Rossi.

Raro leitor e rara leitora, tenho certeza que você reconheceu o menino padre com facilidade. Quero ver se conseguiu me reconhecer. Quem quiser arriscar ou confirmar se acertou, comentem no site do Jornal de Negócios ou na página do jornal no Facebook e eu responderei a todos.

Durante estes três anos que passamos juntos na pré-escola, éramos muito amigos. Além da escola, o Marcelo morava ao lado de casa e até hoje a mãe dele visita minha mãe. Eu nunca mais tive contato com ele depois da adolescência, pois a família dele mudou de casa.

Há uns anos, ele apareceu na vizinhança onde minha mãe reside e foi até a padaria que fica a cem metros da casa dela. A multidão o reconheceu, cercou a padaria e ele só saiu escoltado pela polícia. Segundo minha mãe, que é bem exagerada, mais de dez mil pessoas se aglomeraram na porta da padaria na esperança de vê-lo e pedir uma benção.

Fico feliz de ter conhecido tão de perto alguém tão querido pela população brasileira.

Recordo-me que em 1998, quando eu trabalhava no Banco Sumitomo Brasileiro, banco de origem japonesa, meu chefe, o Roberto Ono, me implorou para que eu mostrasse a foto onde aparecia o Marcelo Rossi criança, pois ele queria tirar uma cópia da foto para colocar em um altar que mantinha em sua casa. Levei a foto e ele se emocionou de ver seu ídolo criança. Deu-me um abraço forte e levou a cópia da foto como se fosse uma peça sagrada.

E o que isso tudo tem a ver com Bom Despacho? Minha sogra me disse que há muitos fãs do padre Marcelo na cidade e que essas pessoas gostariam de saber desse detalhe de minha vida. Para os que creem, espero que tenham gostado do fato e que a leitura abençoe de alguma forma a vida de todos vocês. Para os que, como eu, são descrentes, espero apenas que tenham gostado da história.

Alexandre Magalhães

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

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