Eleições: queremos paz e harmonia, violência não!

Em Patrocínio-MG aconteceu recentemente um assassinato por motivos políticos. O autor era secretário e irmão do Prefeito Municipal e a vítima vereador e candidato a vereador na cidade.

A notícia do fato caiu na mídia nacional e alertou o país inteiro por crimes eleitorais, raros de acontecer, levando-se em conta a imensidão do Brasil, mas que de quando em vez sucedem entre nós.

Em Bom Despacho a repercussão foi grande, quando se descobriu que um dos personagens desta história é aparentado com nada mais nada menos que um familiar do saudoso José Pessoa Marra, figura exponencial da vida bom-despachense nas artes (fotografia), funcionário estadual (Coletoria do Estado) e benfeitor da saúde (construtor do Hospital da Santa Casa).

Aqui com sua esposa José Pessoa criou filhos que, como eles, sempre são muito queridos e respeitados pela comunidade local.

 

O triste exemplo de Patrocínio

No início da campanha eleitoral, um cidadão cometeu um ato de violência que manchou a tradição de paz e harmonia em nossa terra. Foi no bairro São Vicente, lugar de gente honesta, pacífica e ordeira. Foi na abertura do comitê do candidato Dr. Bertolino. Jogou uma bomba potente, tipo garrafão, que pode causar danos, ferir e até matar seres humanos. Dizem que o infrator, mediante depoimento de testemunhas, já teria sido identificado. Há de se perguntar porque um eleitor procurou desmoralizar e ferir um candidato do bem, que se preocupa em servir sua cidade e seu povo.

O infrator se nos afigura um personagem de mente exacerbada por um fanatismo que lhe diz que só o seu candidato (ou candidata) merece vencer. E os outros que não o seu preferido nas eleições precisam ser eliminados ou perseguidos ferozmente. Por cima ele deixou uma mancha de violência nas tradições de nossa terra.

 

Harmonia eleitoral em 3 séculos

O pessoal do arraial do Bom Despacho votou nas eleições municipais para escolha de vereadores das câmaras municipais de Pitangui, e mais na frente na de Santo Antônio do Monte, durante os finais do século XXVIII (1701 a 1800), século XIX (1801 a 1900) e parte do século XX até 1912, quando nossos cidadãos passaram a votar em vereadores de sua própria Câmara Municipal.

Desde a fundação do arraial até 1930 não existiam votos para o cargo de prefeito. Este cargo não existia. Havia sim um Chefe do Executivo, que era o presidente da Câmara, escolhido pelos sete edis eleitos, para um mandado de 3 anos.

Nesses 3 séculos, é claro que alguns entreveros aconteceram, mas nada que fugiu ao respeito entre os cidadãos e candidatos com disputas por votos. O contrário raríssimamente aconteceu.

 

Um líder pacifista

Foi líder do partido Liberal, no século XIX, Pedro Pereira do Couto, bisavô do legendário e saudoso prefeito Antônio Leite, que deve ter herdado dele o seu jeito cordial de lidar dom a política. Terminada a eleição, ganhasse seu partido ou os conservadores, Pedro Pereira organizava um banquete. A esse banquete compareciam as lideranças de todas as legendas. Era uma confraternização que estabelecia laços de amizades entre os adversários políticos de ontem. Assim, amigos, sem rusgas, todos passavam a trabalhar unidos pelo progresso do arraial.

Tadeu Araújo

Tadeu Araújo Teixeira é professor, escritor, colunista e membro da ABDL

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *