PCS: mais segurança para os servidores municipais de BD

ENTREVISTA com Ivan Jacomassi Júnior

Aos 38 anos de idade, o consultor Ivan Jacomassi Júnior – sócio diretor da empresa Perfix Consultoria, de São Paulo – coordena a elaboração do projeto do Plano de Cargos e Salários (PCS) da Prefeitura de Bom Despacho. A empresa foi a vencedora da licitação para executar o trabalho.

Administrador de empresas pós-graduado na Fundação Getúlio Vargas, membro do Conselho Regional de Administração de São Paulo, da Associação Brasileira de RH e professor de pós-graduação na Universidade Paulista (UNIP), Ivan traz para Bom Despacho a experiência de trabalho em mais de 50 projetos de RH, atendendo grandes instituições como Caixa Federal, BNDES, Sebrae, Unimed, Infraero e Cemig, entre outras. Essa experiência será a base para “construir uma visão muito positiva do funcionalismo” em Bom Despacho, implementando aqui uma “pegada de desenvolvimento humano muito forte, com mais empatia, e traçar as competências do futuro” para o funcionalismo, diz.

Veja a seguir na entrevista exclusiva concedida por ele ao Jornal de Negócios.

 

Depois de muito tempo e muita cobrança, o Plano de Cargos e Salários (PCS) dos servidores está sendo feito. O que se pode esperar dele?

Ele vai organizar os cargos e as carreiras dentro da Prefeitura de Bom Despacho. O plano prevê revisar a estrutura de carreiras existentes, a distribuição dos cargos, enfim, definir as carreiras de acordo com a necessidade do serviço público.

 

Qual é o cenário existente hoje?

Nesta fase estamos pesquisando e analisando o conjunto de normas existentes. Mas posso dizer que Bom Despacho não tem uma estrutura bem organizada nessa área. Só leis isoladas tratando pontualmente de alguns cargos e atribuições. O desafio é consolidar e transformar tudo em estrutura de carreira, porque isso traz segurança para os servidores e melhora a administração. Permitirá atender melhor o anseio da população por serviços públicos de qualidade.

 

Existem desigualdades a serem corrigidas?

Na primeira reunião que tive com representantes dos servidores ouvi reclamações assim. Mas ainda não fechamos o levantamento para afirmar isso. Diria que existe um sentimento assim. Mas precisamos ter cautela com esse olhar. Há sim correções e ajustes a serem propostos. Mas também é importante pensar na melhor distribuição de funções, no balanceamento adequado das atribuições, em exigências compatíveis com os cargos e também na preservação das contas públicas.

 

Como será a estruturação das carreiras? As atividades serão redistribuídas?

A estruturação vai mostrar as perspectivas de crescimento e evolução que podem ser construídas. A redistribuição de atividades buscará mais equilíbrio de acordo com a responsabilidade, remuneração e qualificação do servidor.

 

Por quê o PCS tem papel determinante na administração municipal?

Com estrutura de carreira desenhada, montada, o servidor tem mais segurança, tem um horizonte mais definido, tem perspectiva melhor para construir sua carreira. Isso permite que ele faça uma escolha de vida: dedicar-se ao serviço público ou redirecionar sua vida profissional. Ganham os servidores e suas famílias, ganha o cidadão que terá a Prefeitura mais organizada e serviços públicos melhores.

 

Sua empresa presta serviços de RH para instituições de referência no país. De que forma essa experiência será útil para o trabalho que está sendo feito em Bom Despacho?

A confiança dessas instituições é resultado da nossa filosofia de trabalho. Acreditamos numa gestão ágil, em inovação, tecnologia e relação empática com os clientes. Não abrimos mão da qualidade técnica, mas buscamos relacionamento forte, de parceria com nossos clientes, para oferecer soluções viáveis e efetivas às suas necessidades.

Essa mesma filosofia orienta nosso trabalho na Prefeitura de Bom Despacho. Nossa proposta é arejar a estrutura de carreira dos servidores, torna-la mais justa, equilibrada e isonômica.

De forma geral, diria que o servidor público é muito estigmatizado em nossa sociedade. Tudo é engessado, não caminha. Queremos construir uma visão muito positiva do funcionalismo. Implementar em Bom Despacho a pegada de desenvolvimento humano muito forte, com mais empatia, e traçar as competências do futuro.

 

Essa filosofia de trabalho tem viés político-partidário?

Nenhum. Nenhum mesmo. É exclusivamente técnico e profissional. Veja: quando fechamos contrato com a Prefeitura de Bom Despacho, sequer sabíamos quem era o prefeito ou o partido que estava no poder. Aliás, o partido eu até hoje não sei.

Estamos aqui para fazer nosso trabalho independente de visão política ou partidária. Tanto que já prestamos serviços para lideranças de extrema esquerda e também para lideranças que defendem o liberalismo mais extremo.

O que não queremos é lidar com pessoas fechadas ao debate. Construir um plano de carreira exige muito diálogo, respeito, capacidade de ouvir e entender as necessidades de cada uma das partes envolvidas.

 

Os servidores serão ouvidos na elaboração do plano de carreira? Quando? Como?

Sim. Existe uma comissão de representantes do funcionalismo que se relaciona com a nossa consultoria. É a nossa ponte com os servidores. Nossa principal base de informação é a legislação do município. Mas estamos permanentemente abertos para ouvir e acolher sugestões. Quando a minuta do projeto estiver pronta, ela será discutida com os servidores.

 

Quando ficará pronto?

Pelo contrato, temos 180 dias para concluir o trabalho. Esse prazo vence no final do primeiro trimestre de 2021.

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