Mais uma vez, começou a sujeira na política da cidade

As eleições deveriam representar o momento magno da democracia. Ainda mais quando se trata de pleito municipal. É na urna das eleições municipais que o cidadão decide o futuro que deseja para sua cidade. É com seu voto que ele escolhe o candidato que acredita ter o melhor programa de governo e o melhor preparado para administrar. Além disto – é óbvio – sua escolha deve se dar entre candidatos honestos e transparentes. Afinal, de nada vale para o cidadão eleger um candidato desonesto, ainda que apresente um bom programa de governo. No fim, o dinheiro da prefeitura seria usado para enriquecimento próprio e não para o benefício de todos. Mas, infelizmente, alguns pré-candidatos (ou pré-candidatas) já estão mostrando sua desonestidade antes mesmo de a campanha começar. Foi o que aconteceu com a carta apócrifa que comento abaixo.

Democracia é escolha. O eleitor ouve, vê, decide. Mas, quando se trata de projeto de governo ou de qualificação para administrar, as opiniões podem divergir. Um eleitor julga que o programa que enfatiza a educação é melhor do que o programa que enfatiza a saúde; outro eleitor pensa o contrário. O voto da maioria decidirá qual dos programas prevalecerá.

Isto é democracia.

A mesma coisa acontece com relação à competência do candidato. Uma eleitora julga que um candidato é mais competente do que outro. Outra eleitora pensa o contrário. Também neste caso o voto da maioria decidirá quem será o escolhido.

Isto também é democracia.

Neste sistema de votos, alguns ganham aqui, outros perdem ali, mas no final prevalece a vontade da maioria. Isto é bom para todos.

No entanto, há um aspecto que todo eleitor honesto deve aceitar como inegociável: todo  político precisa ser honesto e precisa fazer uma campanha limpa.

Na verdade, honestidade é um item tão importante, que não deveria nem mesmo ser objeto de propaganda eleitoral. Ser honesto, ser probo, ser respeitoso com o bem público é o mais básico dos requisitos que se impõem a qualquer candidato. É essencial. Sem ele, nenhum outro quesito é útil. Afinal, de que serviria o candidato (ou candidata) apresentar um bom programa de governo se quando eleito só vai usá-la para roubar dinheiro público em proveito próprio?

A honestidade do candidato é uma exigência tão básica e inarredável que ela serve também para aquilatar a qualidade do eleitor. Se o eleitor vota num candidato que ele sabe ser desonesto, ele também está sendo desonesto. Na melhor das hipóteses ele estará inocentemente entregando as chaves do tesouro a um criminoso. Na pior, estará tentando participar da súcia e tirar seu quinhão de vantagem indevida.

Portanto, divergência de opinião sobre competência e sobre plano de governo abre um espaço para discussão saudável e realização plena da democracia. Mas, quando se trata da honestidade do candidato, de sua boa índole, da sua honradez, o ponto de vista só pode ser um: fora! Se não for assim, a democracia será lesada pelo próprio eleitor.

Em Bom Despacho, infelizmente, já foi possível identificar que há um candidato (ou candidata) que não respeita as regras. A campanha nem começou e ela (ou ele) já mandou uma carta apócrifa para vários anunciantes do Jornal de Negócios.

Felizmente, a fraude foi tão grotesca, tão primária, tão mal-ajambrada, que o efeito foi o oposto daquele pretendido pela candidata (ou candidato): os destinatários do golpe não só não caíram nele, como ficaram revoltados.

Apesar de não ter surtido o efeito desejado pelo bandido (ou bandida), a fraude merece ser exposta publicamente para que o eleitor saiba desde logo que a campanha que se aproxima, ao que tudo indica, terá a participação de pelo menos uma empulhadora (ou empulhador). Um candidato (ou candidata) que rasteja na lama e opta pelo jogo sujo, pela mentira, pela fraude. Esta candidata (ou candidato) precisa ser identificado (ou identificada) e banido da política. Se mais não for, pelo poder do voto que cada eleitor está em condições de exercer no dia da eleição.

A fraude

Dias atrás os anunciantes do Jornal de Negócios receberam uma estranha carta. Mal redigida, vê-se que o autor (ou autora) não sabe nem mesmo onde enfiar uma vírgula. Errou algumas.

Mal concebida, a autora (ou autor) parece não saber que a AMI (Associação Mineira de Imprensa) não tem por objetivo fazer censura a jornais ou jornalistas. Ao contrário, ela existe para apoiá-los e defendê-los.

Mal formatada e mal diagramada, o autor (ou autora) foi tão incompetente que não conseguiu nem mesmo imitar o estilo visual das correspondências da AMI.

Uma das cartas falsas enviadas para anunciantes do Jornal de Negócios

Mal revisada, a autora (ou autor) não conseguiu conjugar o verbo vir e compor uma frase sem ofender os ouvidos mais afeitos a um português de qualidade.

Afastada da verdade, a autora (ou autor), afirma que o ex-prefeito Fernando Cabral foi cassado. Como todos sabem, o prefeito se afastou da prefeitura voluntariamente para cuidar de sua saúde, o que vem fazendo com bons resultados.

Quanto ao processo que há contra ele, o prefeito foi absolvido em primeiro grau e aguarda decisão do segundo grau. Esta decisão, porém, não saiu. Portanto, é mentira que o ex-prefeito tenha sido cassado. Há mais: mesmo se a decisão de segundo grau for desfavorável, ainda caberá recurso ao TSE. Portanto, só será possível falar em cassação caso o TSE assim decida. Isto, porém, está muito longe de acontecer.

Tanto isto é verdade que o Dr. Bertolino está ativo à frente da prefeitura e trabalhando com muito afinco e muita energia. Está concluindo importantes compromissos assumidos pelo ex-prefeito, tais como a construção do CTI, a reforma do PA, o asfaltamento de dezenas de ruas, a reforma de quadras cobertas e muito mais.

Mas, apesar da desonestidade e da incompetência linguística e técnica do pulha (ou da pulha), num ponto ao menos ela (ou ele) acertou: foi quando elogiou o Jornal de Negócios por sua imparcialidade. Em suas próprias palavras:

Viemos por meio deste alertá-lo da imparcialidade deste veículo de comunicação.

Apesar do mau português, o fraudador (ou fraudadora) reconhece que o jornal é imparcial. Fato que ele (ou ela) parece admirar, pois na sua carta fraudada afirma que tem compromisso com a imparcialidade:

Reiteramos o nosso compromisso na defesa da imparcialidade.

Nós também! Nós acreditamos e defendemos que as notícias devem ser dadas de forma imparcial e completa.

Carta verdadeira da Associação Mineira de Imprensa (AMI) desfaz a mentira e sai em defesa do Jornal de Negócios

No entanto, há um ponto que deve ser destacado: todo jornal pode e deve ter opinião. Isto inclui apoio explícito a este ou aquele candidato caso assim deseje o editor. É para isto que existem os editoriais. É neles que o editor manifesta sua opinião. Se ele quiser defender um candidato em desfavor de outro, poderá fazê-lo com tranquilidade. Isto não significa quebra da imparcialidade. Esta se mede nas notícias e reportagens.

Além disto, colunas (como esta) não são notícia. Os colunistas podem até trabalhar com fatos e notícias. Frequentemente o fazem. Mas a essência das colunas de jornal está na opinião do colunista. Colunista não é repórter.

No presente caso, já adianto meu ponto de vista. Acredito que o eleitor bom-despachense saberá identificar quem foi o candidato (ou candidata) que tentou este golpe vil. Golpe vil que foi além da covardia do anonimato, pois usou indevidamente o nome da Associação Mineira de Imprensa para perpetrar seu crime contra a democracia.

A apuração do crime e eventual acusação contra a autora (ou autor) é tarefa para a Polícia Federal e para a Promotoria Eleitoral. Mas o castigo nas urnas é missão que os eleitores podem e devem avocar para si.

Afinal, candidatos e candidatas devem apresentar seu currículo, devem mostrar sua competência e devem defender seus programas de governo. O que eles não devem fazer é jogar sujo como fez este (ou esta) candidato(a) ao mandar esta carta fraudulenta e cheia de falsidades. Falsidades que ofendem a honra e a imagem do Jornal de Negócios, do Dr. Bertolino e do ex-prefeito Fernando Cabral. Mas, principalmente, ofendem a verdade, a lisura eleitoral, a democracia.

Eu acredito no eleitor bom-despachense. Tenho convicção de que, na hora de votar, ele decidirá pelo candidato mais competente, com o melhor programa de governo e que tenha feito uma campanha limpa, propositiva, transparente e honesta. O fraudador (ou fraudadora) que mandou esta carta apócrifa será castigada (ou castigado) com a derrota nas urnas. Ainda mais que, ao ler a carta apócrifa, o eleitor poderá facilmente identificar quem são os suspeitos (ou suspeitas). Não votar nelas (ou neles) é a melhor resposta a este tipo de jogo sujo.

Fernando Cabral

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

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